O descanso absoluto não existe, tomem-se as precauções que se tomarem. Vejo-me obrigado a sair para ir fazer compras, compras de Natal, ao hipermercado de província que frequento. Confesso que a experiência acaba por não ser penosa. A ferocidade com que aquela gente afogueada e ávida enche os carrinhos tem um fulgor de rapina, de repartição de despojos que remete para o sangrento prazer do saque.
E eu, que vou comprar meia dúzia comedida de estilizadas vitualhas acabo por me deixar contagiar, e permito-me o exercício de nostalgias cruas que, se me assustam, não deixam de me alentar.
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