quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Noite passada a ler sobre insultos e pragas em Old Norse.
Leitor de Hergé, admirador do Capitão Haddock, sempre me pus a questão de serem os insultos que conhecemos descendentes degenerados de um dizer fulminante e letal que já esquecemos ou a que nos tornámos indiferentes.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Ash Wednesday

Because I do not hope to turn again
Because I do not hope
Because I do not hope to turn
Desiring this man's gift and that man's scope
I no longer strive to strive towards such things
(Why should the aged eagle stretch its wings?)
Why should I mourn
The vanished power of the usual reign?

Because I do not hope to know again
The infirm glory of the positive hour
Because I do not think
Because I know I shall not know
The one veritable transitory power
Because I cannot drink
There, where trees flower, and springs flow, for there is nothing again

Because I know that time is always time
And place is always and only place
And what is actual is actual only for one time
And only for one place
I rejoice that things are as they are and
I renounce the blessed face
And renounce the voice
Because I cannot hope to turn again
Consequently I rejoice, having to construct something
Upon which to rejoice

And pray to God to have mercy upon us
And pray that I may forget
These matters that with myself I too much discuss
Too much explain
Because I do not hope to turn again
Let these words answer
For what is done, not to be done again
May the judgement not be too heavy upon us

Because these wings are no longer wings to fly
But merely vans to beat the air
The air which is now thoroughly small and dry
Smaller and dryer than the will
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still.

Pray for us sinners now and at the hour of our death
Pray for us now and at the hour of our death.
(.............................................................................)
T. S. Eliot



sábado, fevereiro 11, 2012

Público - O futuro dura muito tempo

Vasco Pulido Valente tem geralmente razão porque lê a realidade, enquanto a generalidade dos políticos e «fazedores de opinião» gosta de a recitar.

«[...] Os deputados da Assembleia da República espumavam de fúria e o Governo resolveu exibir a sua dignidade num comunicado seco e sentido. Toda essa gente se acha com certeza acima da crítica daqueles que lhe vão dando o pão de cada dia. Mas não lhe ocorre que não mereça o respeito de ninguém. Cá dentro, houve um pacto para não se falar do passado, ou seja, para nunca se apurarem as culpas do sarilho onde nos meteram. E o patriotismo serve para ir calando parcialmente o que se diz lá fora. Os príncipes e o pessoal menor da República andam por aí de "consciência tranquila" , como eles nos costumam garantir, a tratar com serenidade e deleite da sua preciosa vidinha.

Mesmo em portugueses, esta extraordinária ilusão não deixa de surpreender. O Estado falhou no essencial e foram eles que falharam. Não foi a Europa ou a América ou o "capitalismo selvagem" que falharam. Foram eles. Levar um povo inerme à falência e, a seguir, à miséria equivale, por exemplo, a perder uma guerra. São coisas que não se desculpam. A relativa resignação com que os portugueses se têm portado talvez leve a maioria do nosso funcionalismo político ao erro de supor que adquiriu uma espécie de imunidade perpétua e que nem agora, nem depois lhe pedirão contas. Mas, como já se vai vendo, a vontade de as pedir aumenta dia a dia e acabará inevitavelmente por se tornar geral.»

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

 Uma lição que chega de  Angola:

«A Língua Portuguesa é património de todos os povos que a falam e neste ponto estamos todos de acordo. É pertença de angolanos, portugueses, macaenses, goeses ou brasileiros. E nenhum país tem mais direitos ou prerrogativas só porque possui mais falantes ou uma indústria editorial mais pujante.
Uma velha tipografia manual em Goa pode ser tão preciosa para a Língua Portuguesa como a mais importante empresa editorial do Brasil, de Portugal ou de Angola. O importante é que todos respeitem as diferenças e que ninguém ouse impor regras só porque o difícil comércio das palavras assim o exige. Há coisas na vida que não podem ser submetidas aos negócios, por mais respeitáveis que sejam, ou às “leis do mercado”. Os afectos não são transaccionáveis. E a língua que veicula esses afectos, muito menos. Provavelmente foi por ter esta consciência que Fernando Pessoa confessou que a sua pátria era a Língua Portuguesa.»

Jornal de Angola, 8 de Agosto de 2012

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

E passam hoje 104 anos sobre a data do Regicídio d'El-Rei D. Carlos I e do Príncipe Real D. Luís Filipe.

Com este crime a república desembaraçou-se de um Rei popular e com prestígio internacional.
O século republicano não foi dos mais brilhantes: caos, crime, ditadura e, agora, a falência no quadro de um país devastado moralmente.