quarta-feira, outubro 27, 2010

O discurso do presidente da república de ontem foi um exemplo de mediocridade e de vaidade, ridículo e embaraçoso para quem tenha mediana sensatez.
Agradeço-me nunca ter votado em tal tolo.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Coisas de que gosto: excêntricos

Retirado quase tudo da Wikipedia em inglês, apresento o 12º Duque de Bedford, "[...] his other pets included a spider whom according to Nancy Mitford's The English Aristocracy, he would regularly feed roast beef and Yorkshire pudding."
Dele escreveu o seu filho, o 13º Duque: «A man who confined himself to the phrases "Indeed", or "So I have been led to believe"»,«the loneliest man I ever knew, incapable of giving or receiving love, utterly self-centred and opinionated. He loved birds, animals, peace, monetary reform, the park and religion».
Itinerário nocturno
Não é exactamente uma insónia, pelo bom motivo de que já poderia ter voltado a adormecer e resolvi aproveitar para ler a última crónica de Miguel Esteves Cardoso, que me escapara à tarde. Não ler Esteves Cardoso é um sinal de péssimo gosto e, em quem, como eu, o admira, um sintoma de desleixo e de perturbação moral que me atormenta.
Ia, por isso, lê-lo, mas impera, no meu iphone, uma desarrumação tal que fui parar a uma troca desgradável de posts sobre graffiti, abuso policial e geral prosápia que remetia para o mais enfadonho que pode existir entre nós, portugueses.
Bocejava desaprovadoramente quando, scrollando, surgiu o nome já quase esquecido da pastoral portuguesa (que, por fracções de segundo associei a uma contrafacção de queijo brie). E sim, havia posts recentes, já de Outubro. O suficiente para me reconciliar com a inteligência lusa.
Agradeço ao A. deles o happy end da minha insónia e dedico-lhe o "coisas de que gosto". O porquê da dedicatória é muito claramente dedutível: isto - lembrou-me que eram os Duques de Bedford os possuidores de algumas telas de Canney-Letty, que pinta no mundo em que Fritz Languid filma.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Há bocado, já depois do almoço, estava um ar matinal: pensei-me, sem dificuladades às oito da manhã.
Depois o sol encobriu, e voltou a tarde, inconsistente, cinza claro e algum branco. Para condizer, lembranças de niquelados, vidros foscos e uma receita de molho de salada*
* clara e gema e ovo, sumo de limão, azeite, 1/2 de colher de chá de açucar.

quarta-feira, outubro 20, 2010

O governo e parte dos analistas ou gente da imprensa (ainda há pouco, Constança Cunha e Sá) agem como se a preocupação final de Portugal fosse processual: importa saber se o bando do governo encurrala Passos Coelho, etc.

Quem está encurralado, podre, pobre, exangue, é o país, mas isso parece ser uma coisa de somenos.
Creio que se sobrestima o poder do bando e do chefe do bando que se apossou do governo português.
Se o dinheiro secar - como parece que, finalmente, vai secar - e se o fizerem, se desaparecerem, árvore que cai no meio de uma floresta de enganos - farão, realmente, algum som?

terça-feira, outubro 19, 2010

Seguindo o conselho de um mail que recebi hoje (e me prometia a vida eterna e, salvo erro, €5 imediatos se o reencaminhasse) resolvi fazer uma coisa que gosto e vou passear porque o dia está magnífico.

domingo, outubro 17, 2010

«A degradação a que a nossa classe média chegou não se cura com menos de uma catástrofe. O primeiro-ministro, José Sócrates, não é um acaso, é um símbolo: o símbolo da vacuidade, da ambição e do oportunismo que o regime permitiu e protegeu.»

Vasco Pulido Valente, Público

sábado, outubro 16, 2010

E passa hoje mais um aniversário do assassinato da Rainha Maria Antonietta de França pelos revolucionários jacobinos.

Os processos fantoches sempre existiram. Com a revolução francesa foram usados em massa contribuindo para o estabelecimento e normalização de normas de cinismo e hipocrisia estatais.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Não duvido de que no momento em que o louco sair, país, adversários e partidários, todos exangues, suspirarão de alívio.
E ficaremos todos, com mais sossego - porque o delírio cansa - à espera. De quê? Da normalidade, da monotonia. Que venham tempos difíceis mas com gente minimamente normal, ou se isso não é possível em Portugal, com os insanes do costume, cordatos e pacatos.

quinta-feira, outubro 14, 2010

a) Sem orçamento, dia 29 Sócrates sai, diz um ministro socialista. É pouco, como garantia, mas tomemos a coisa ao pé da letra.
b) Por outro lado, a proposta orçamental prevê um crescimento de 0,2 a 0,5%, que, contrarirando todas as previsões, se verificaria por causa da bondade das medidas governamentais - genericamente, pelo lado da receita.
Acrescento uma alínea:
c) Os mercados comportam-se racionalmente - coisa em que de um modo confuso o governo parece acreditar.
E uma conclusão:
d) Para sossegar os mercados, a saída deste primeiro-ministro é boa.

Depois, tudo será muito difícil? Sim. Mas temos menos uma dificuldade.
Isto é o que Sócrates quer?
Quero lá saber o que ele quer, desde que saia.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Mais do que pressões indesejáveis, com a continuação desta romaria de penitentes, a nação suspensa da decisão de Passos, a fazer dele, de algum modo, se não ainda a redenção, pelo menos o novo mandarim, esta análise pode revelar-se correcta apesar de uma ligeira modificação: se proferida no limite do temporalmente possível, a palavra de Passos pode ser, em si, indiferente. A legitimação já começou e basta que o país perceba que esse último sim ou não é a primeira de uma outra época .
O resgate dos mineiros chilenos: ávido por uma genuína boa notícia - e para quem vive nesta triste terra, ver toda aquela gente, cheia de dignidade, coragem e alegria a celebrar merecidamente uma genuína vitória trata-se de uma visão tão pouco habitual que lavei nela a alma.

segunda-feira, outubro 11, 2010



Há 47 anos morreram os dois, no mesmo dia. A divina providência, em França, de tão instada pelo charme por vezes cede: quando soube da morte da cantora - "Ah, la Piaf est morte" - achou que a devia acompanhar: "Je peux mourir aussi." - e assim foi.


Se for preciso ajuda para pagar as passagens, contribuo. Não seja por falta de dinheiro que continuemos neste triste rumo.
Eles que mandem 2 ou 3 reformados, que acho que são bem suficientes para substituirem o governo inteiro.
Se pudesse haver um gerente de hotel suiço, também reformado, isso é que eu ficava muito grato. Podendo ser, já se vê. Não me refiro a um grande hotel. Um gerente de um hotel modesto já punha isto com outra cara. Já tenho pedido!
(Eu não nenhum prazer em ser um protectorado, como nos tempos de Beresford. Mas já que de facto somos, então que não estorvemos com o nosso gosto pelo fracasso as benesses que podemos tirar da situação.)

domingo, outubro 10, 2010

Neste 10.10.10 se declara ser o a. deste blog a favor do chumbo do Orçamento.
Apesar de todos os perigos referidos por gente que respeita. Aliás, por causa desses perigos, em particular, o que se relaciona com a auto-vitimização do 1º ministro. Todos eles, parecem, contudo, não levar em conta que o dinheiro acabou.
Um motivo que encerra em si vários outros para que não sejamos divindades complacentes com a hybris do Pinto de Sousa*.
*A hybris é do Sousa. Não esquecer. Do Sousa. É ele que deve ir peripeteiar.

quinta-feira, outubro 07, 2010



Música barroca e dança barroca, métodos eficazes para a ordenação da monotonia até ao esvaecimento da alma (ou sua evolação).

Mário Vargas Llosa, um grande escritor, credibiliza o Nobel que, não se sabe porquê, há muito se privava de ter entre os seus alguém com a estatura literária de Llosa.

quarta-feira, outubro 06, 2010

No dia em que chegam a Portugal os Reis de Espanha,

Dinásticas linhas de fuga

Sofia, princesa da Grécia e Dinamarca, Rainha de Espanha, filha de

Friederike, Princesa de Hannover, Rainha da Grécia filha de

Viktoria Luise, Princesa da Prússia, filha de

Adelaide, Princesa zu Hohenlohe-Langeburg, filha de

Ernst Christian, Conde zu Hohenlohe-Langenburg, filha de

Amália, Princesa de Solms-Baruth, filha de

Frederico, Conde de Reuss-Köstritz, filho de

Enriqueta Juana Francisca Susana Casado y Huguetan, marquesa de Monteleone, filha de

António Casado y Velano, 3. marquês de Monteleone, filho de

Isidro de Casado de Acebedo, 1. marquês de Monteleone, filho de

María Teresa Martinez del Mazo y Velasquez, filho de

Francisca de Silva Velasquez y Pacheco, filha de

Diego Rodrigues da Silva y Velázquez

segunda-feira, outubro 04, 2010

Indignações tristes estas, mas nunca pensei ver Portugal passar tão sem esperança tão negros dias.
Há uns tempos que não via os Conselhos do Prof. Marcelo e tinha decidido que viria para aqui rir-me e chorar-me de uma análise política, tão momento de donas de casa e pequenitos. Falta um apontamento culinário, breve que fosse, e umas receitas práticas de pastelões para aproveitamento de restos...
Escrevi viria e vim, mas a grande notícia foi a não eleição da candidata Flinstone Dilma, uma antiga terrorista muito admirada e elogiada por Hugo Chávez.
A democracia brasileira está de parabéns.

Pelo que se ficou a saber, certo é apenas que os portugueses pagarão, em 2011 e nos anos seguintes, os erros, a imprevidência e a demagogia acumulada em cinco anos de mau Governo. É por isso que, nestas circunstâncias, falar da coragem do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, como alguns têm feito, é um insulto de mau gosto a todos os portugueses que trabalham, pagam os seus impostos e vêem defraudadas as suas expectativas de uma vida melhor. As medidas propostas, sendo inevitáveis, dada a dimensão da dívida e a desconfiança criada pelo Governo junto dos credores internacionais, não tocam no essencial da gordura do aparelho do Estado e nos interesses da oligarquia dirigente. Mas o pior é que estas medidas, pela sua própria natureza, não são sustentáveis no futuro e não é expectável que, com este Governo, se consiga o crescimento sustentado da economia.
De uma entrevista de Henrique Neto ao Público
Realces impensáveis

sábado, outubro 02, 2010

E, principalmente, como é possível ignorar que a Monarquia, apesar da sua decadência e da sua inoperância, fora um regime bem mais livre e legalista do que a grosseira cópia do pior radicalismo francês, que o 5 de Outubro trouxe a Portugal?
Vasco Pulido Valente
Há pouco, na Rádio Renascença, contava-se o golpe republicano num tom reverente e apologético, a roçar o pio.
A república de 1910 foi ferozmente anti-religiosa, atacou a Igreja Católica - que queria erradicar, como ensina aqui VPV - e cometeu crimes contra sacerdotes e crentes.

De nada disso se falava, naquela recitação da boa nova maçónica e jacobina.
Assim, com esta gente, de facto é difícil. Talvez mereçam mesmo a Bancarrota Sócrates, o irmão Almeida Santos, a sua pregação sobre a necessidade de sofrimento e as demais alegrias desta república.