terça-feira, setembro 30, 2008

Há pouco no telejornal, aperitivos para o jantar: o primeiro Sousa falava com gravidade aos USA - na certeza de que ninguém o ouvirá: o que diz o "eng" Sousa tem tanto peso no caso quanto as últimas cogitações de um teen no recreio da escola.
O comentador Metello também estava façanhudo em relação aos USA. Para Metello, tudo a que assistimos no Congresso dos USA é mera demagogia. Os outros não têm direito a ter convicções ou virtudes, que vão todas, inteiras, para o "eng" Sousa, Pinhos, etc., objecto de escutas reverentes. Haja paciência.
(Gosto deste ar de lamento do séc. XIX)
Vou jantar, que tudo isto me abriu o apetite.
Ah, o Sousa recusou comentar as afirmações do Prof. Campos e Cunha que preconiza a suspensão dos grandes projectos do acéfalismo megalómano nacional (TGV's, aeroportos, etc).
E tenho gostado de ver um parlamento livre a funcionar, tão vivo, tão diferente, tão longe da repartição tristonha que por cá responde pelo nome de assembleia da república.
Lá, os argumentos tecnocráticos, o é preciso grave de quem sabe, detém-se onde se deve deter: perante a liberdade de decidir e o dever de decidir conforme a vontade dos eleitores. É a democracia e é a política em democracia. Coisa que, afinal, nos é estranha.

A propósito, gostei de ler isto.
O clima está melhor e não deixo de me congratular com aquele nay.
Pode ter as mais cínicas e cruéis explicações, mas pode, também, revelar respeito - ou medo - pelo eleitor a par de legítimas interrogações éticas (e a política faz parte da ética) num país que cultiva o gosto por pensar e discutir.
Os futuros continuam a subir!
Algumas imagens da Câmara dos Representantes. Fico com a impressão que aquela gente se está a divertir como há muito não fazia. Não há como os anglo-saxões para uns bons momentos bem passados com alguma algazarra! Em França, Sarközy de Nagy-Bocsa, de despeitado, não se conteve e anunciou, de imediato, uma Reforma suprema de todo o sistema financeiro universal que, espera-se, seja lembrado ainda amanhã. De qualquer modo estava radiante no seu anúncio e fez-me a mim rir bastante (papel a que os grandes se não podem furtar, isto de fazer rir pequena gente). E ri porque tinha recebido há 3 ou 4 dias, por mail, várias fotografias de Nicholas em que este estava em bicos de pés, para parecer mais alto, numa postura pouco natural. Ao ouvir a reforma de hoje, não pude deixar de pensar que é um raro caso em que as palavras se seguiam aos actos, o que não deixa de ser uma forma de ser original.
P.S. Ao contrário dos futuros, o Nikkei abriu a descer quase 5%. Será que é por uma questão de educação? Será pânico, medo? Neste caso, porque me mentiram em criança e me disseram que os orientais eram indiferentes ao sofrimento?
A esta hora alguns futuros estão positivos! E sem deliberação alguma dos Congressistas!
A questão, parece-me, é que já toda a gente está farta da crise. Não da crise em si, mas da anunciada com ansiedade desde há mais de 12 ou 13 anos: crise, depressão, depressão técnica, tudo foi ululado em anos seguidos de crescimento e algum dele, suprema afronta, crescimento calmo e são. A crise chegou, finalmente. Creio que ninguém a gozará muito: de antecipada que foi, um pouco do tédio manchou a novidade. Já vejo gente de olhar brilhante e guloso a falar no futuro, da recuperação, dos bons tempos, da próxima moda enfim.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Mesmo que seja uma teima de prima donna - e é mais do que isso, estou em crer - o nay dos congressistas norte-americanos não deixa de ser revigorante e revigorador para quem, como o autor deste blog resolveu ver no que sucedeu hoje uma vitória das questões de princípio políticas - e não me importo muito que isso seja levado à conta de uma excessiva ingenuidade.
Encontrei hoje o blog sobre o centenário republicano. A ir lendo, como tratamento de desintoxicação da versão oficial. Está aqui.

Esta descoberta foi a notícia boa de hoje. A má, a das bolsas e as finanças mundiais, que estão negras.
Por um lado as amenidades, aqui as de concessão de casas, resquícios de bonomia ancien régime, por outro, a rispidez, o autoritarismo, a falta de hábitos de discussão, de flexibilidade, a brutalidade, por vezes mesmo a pura crueldade como hábitos no relacionamento com os administrados. Um lado e outro acabam, porém, por mostrar a inexistência de critérios, a opção pelo casuístico, mais, pelo capricho. Ambas elucidam aquilo para que VPV chamava a nossa atenção: o atraso português. E eu não excluíria, de alguma demência. Senil.

domingo, setembro 28, 2008

As nossas casas
De qualquer maneira, o que principalmente espanta neste episódio é inocência da autoridade. Uma inocência genuína e profunda. Que um funcionário (eleito ou não eleito) distribua como quem distribui uma mercê propriedade da câmara, ou seja, do contribuinte, não perturba a cabeça de ninguém. Então um favorzinho, que não custa nada, é agora um crime? Os portugueses sempre se trataram assim: com um "jeitinho" aqui em troca de um "jeitinho" ali. E a administração do Estado fervilha de grupinhos de influência e de pressão que promovem, despromovem, transferem e demitem - e vão, muito respeitosamente, ganhando o seu dinheirinho por fora, com uma assinatura e um carimbo. Ética de serviço? Quem ouviu falar nisso?

Vasco Pulido Valente in «Público»

sábado, setembro 27, 2008

Morreu Paul Newman, um grande actor, desportista e filantropo, a very decent fellow.
Há pouco, passeio da noite, no jardim: rememorações e divagações. Poulenc, Cesar Franck e Satie.
Se me lembrar que tenho lido o Câmara Clara do Barthes e que refecti sobre a alquimia da felicidade de Baudelaire (que é, afinal a alquimia sensata e densamente burguesa* dos petits malheurs e petitesses quotidianas) ando muito francês.
* por preguiça de ir buscar, debaixo da língua - ou das falanges - le mot juste, algo que designe a gravidade dos casais pequeno burgueses de Paris. Cunhado no francês do século XIX e levemente pejorativo.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Tenho a vaga impressão que o PS procura dar da Dra. Ferreira Leite a ideia de pessoa retrógada e ultrapassada, pouco moderna.
Ora, basta ler o currículum de MFL para perceber que esta tem do que se passa no mundo uma ideia mais profunda e sobretudo mais sofisticada e nítida da que alguma vez terá o «eng» Sousa, o das casas da Covilhã, com um curriculum que se situa entre a farsa e a tragédia.
A coisa faria rir se não desse vontade de chorar: é que o «eng» Sousa é, por si só, em versão videirinha, a encarnação do atraso português.

quinta-feira, setembro 25, 2008

O progresso é ameaçador

O director do PÚBLICO chegou a relatar, a título de exemplo, parte de uma conversa que teve, nessa altura, com o primeiro-ministro, citando, entre aspas, este significativo "aviso": "Fiquei com uma boa relação com o seu accionista [Paulo Azevedo] e vamos ver se isso não se altera." Para a ERC, que se recusa a utilizar termos com uma "conotação negativa", isto está longe de ser uma ameaça inaceitável por parte de um primeiro-ministro que é capaz de utilizar, junto do director de um jornal, a "boa relação" que tem com o seu accionista, jogando com as tais oportunidades de negócios de que a dra. Ferreira Leite falava. Em qualquer país civilizado uma situação como esta seria rigorosamente investigada e, caso se confirmasse, levaria inevitavelmente à demissão do primeiro-ministro. Em Portugal é uma démarche considerada "normal" que se encaixa serenamente "num certo grau de tensão" que existe nas "relações entre o poder político e os jornalistas".
Constança Cunha e Sá, in Público

quarta-feira, setembro 24, 2008

Chegou o livro do Miguel Esteves Cardoso; crónicas sobre comida. Ler gente inteligente - em que a self-indulgence é ainda um exercício de ironia, bom humor e, por vezes, de no sense é coisa que consola, por momentos, desta geração dos 30s e do contentamento contente com que se festejam na supercondutividade da complacência e da mediocridade, eliminada qualquer rugosidade, qualquer suspeita de atrito sensato, até ao extremo gelado da absoluta infatigabilidade deles próprios.
(Isto é um pouco a propósito do destino pátrio, de mais uma geração que falhou e, também, da cozinha de fusão e dos admiradores acríticos dela. Que eu gosto de cozinha de fusão, note-se))

segunda-feira, setembro 22, 2008

Outono.
Há cinco anos comecei este blog. Vi agora a data exacta e li meia dúzia de linhas da altura: aqueles primeiros posts começam a ser-me quase estranhos - e o autor que invocava com gestos comedidos a divindidade dos Inícios não me o é menos.

domingo, setembro 21, 2008

Sexta-feira andei pela primeira vez de cacilheiro: tinha de fazer no tribunal de Almada e resolvi aproveitar para saber como era.
A viagem começou com a descida da rua do Alecrim, com visitas aos antiquários, a pretexto de umas vacas que trago apalavradas para a casa de jantar; mas de cortar o fôlego, mais que três inesperados Silva Porto, foi a campainha e a luz angustiantes que precedem a abertura de uma porta-cortina encarnada que dá acesso às passadeiras do cais - que coisa dramática, aquela! Depois, a volta, Lisboa ao fundo - lembrei-me das vues e views em gravura e de bloggers da outra banda. Por entre uma primeira visita às lojas (livros, gadjets e vestimentaria - com conversa extensa sobre as cores deste ano - Lilás? Não, obrigado - e algumas compras desnecessárias), dois jantares animados, em boa companhia e ambos inesperados -não me resta senão declarar este blog fechado para fim-de-semana.

quinta-feira, setembro 18, 2008

Um amigo meu - de honestidade duvidosa -, com vários inquilinos com rendas obscenamente baixas, confidenciou-me o seu desgosto pelo não do Partido Socialista ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Dado o novo regime do divórcio, tencionava ir casando com os inquilinos para, divorciando-se depois - coisa muito mais mais fácil de obter que um despejo -, conseguir a desocupação dos prédios.
A única coisa em que Charlotte se repete: faz anos.
Mas, mesmo assim, nunca faz os mesmos - ao contrário do que acontece com algumas senhoras menos imaginativas - e são de diversas ordens de grandeza. Este ano fez milhares.
A condizer, o Impensavel deseja-lhe muitos mais milhares de posts.
Numa série da televisão vejo uma inverosímil Viúva Ferreirinha que, em 1861, considera o genro um inútil, por não trabalhar. Ora, Dona Antónia Ferreira, sabia muito bem que os gentlemen não trabalhavam (nem ninguém pretenderia que o fizessem). E o Conde de Azambuja, embora não trabalhasse (a expressão não faz, aliás, muito sentido) era filho do Duque de Loulé - um poderoso do regime político, várias vezes primeiro-ministro, tio legítimo do soberano reinante, El-Rei D. Luís, por ser casado com uma filha de D. João VI - o que fazia do genro da Ferreirinha além de filho de um primeiro-ministro quase crónico, primo muito legítimo do monarca e seu valido, deputado da nação na data mesma em que o vemos depreciado pela sogra e apresentado quase como um valdevinos, e, por isso valendo o que todos imaginamos que pudesse valer - mesmo sem ilegalidades nem tráfico de influências.
Não seria de espantar que o autor deste despautério demagógico, pago por todos nós - e que não deixa de constituir uma difamação gratuita - se ache uma pessoa de bem.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Estou farto de espilrar. Não sei se é constipação ou sell-off.
Esta coisa das crises é uma maçada grande, mas parece que o melhor é não tentar fazer mais do que lhes acudir.
Gostava, um dia, de ver dissipadas algumas dúvidas que tenho sobre o porquê de vivermos tão mal em Portugal: é por ignorância, por incapacidade ou, no fundo, gostamos?
Preocupação de antes de deitar:

Só contava com a supremacia de McCain nas sondagens para meados de Outubro.

Sensação de antes de deitar:

Sinto-me como se sentiria um rude ibero perante as lutas de poder na Roma imperial.

terça-feira, setembro 16, 2008

Há gente muito indignada com Mário Soares a propósito das afirmações que fez sobre a a visita de Sua Santidade, o Papa, a França.
Tenham piedade: Mário Soares é alguém sem o mínimo prestígio - já há anos atrás foi reduzido à sua insignificância por uma senhora deputada do Parlamento Europeu (de que ele acalentava o atoleimado desejo de vir a ser presidente).
O certo é que, como esse triste episódio provou, fora de Portugal nada é - e aqui vai-se aproximando de nada ser.
Com estas diatribes de botica de província de há cem anos em que agora se ocupa vingar-se-à da idade que chegou sem lhe trazer o prestígio, principalmente o internacional, que tanto quis. Nada veio: nem Nóbeis da Paz - que, suspeito, seria a ambição máxima - nem qualquer outro cargo honroso.
Deixemo-lo, por isso, a falar desde a sua insignificância, do já quase esquecimento, aos grandes deste mundo.
Ontem, naquele programa de televisão da não sei quantas Lopes ou se não é Lopes, outra coisa, o Prof. Adriano Moreira falava - outra vez - da mudança das fronteiras lusitanas, das imperiais para as novas, às portas da Ásia. Valha o bom senso a toda esta gente que o problema não é a fronteira ser no leste da Polónia, nem a nossa preocupação se havemos de ter uma estratégia planetária ou apenas europeia, mas ser a fronteira exactamente onde costumava ser, no Caia, ou em Vilar Formoso e a estratégia mais assisada e necessária aquela que nos permita viver melhorzinho, assim mais ou menos como se vive em Fuentes de Oñoro e, quem sabe, um dia como em Badajoz.
O resto são delírios de gente pobre.

segunda-feira, setembro 15, 2008


William de Kooning, Pink Angels, c. 1945
Sous de nombreux aspects, la situation actuelle est différente de celle que Paul a rencontrée à Athènes, mais, tout en étant différente, elle est aussi, en de nombreux points, très analogue. Nos villes ne sont plus remplies d'autels et d'images représentant de multiples divinités. Pour beaucoup, Dieu est vraiment devenu le grand Inconnu. Malgré tout, comme jadis où derrière les nombreuses représentations des dieux était cachée et présente la question du Dieu inconnu, de même, aujourd'hui, l'actuelle absence de Dieu est aussi tacitement hantée par la question qui Le concerne. Quaerere Deum - chercher Dieu et se laisser trouver par Lui : cela n'est pas moins nécessaire aujourd'hui que par le passé. Une culture purement positiviste, qui renverrait dans le domaine subjectif, comme non scientifique, la question concernant Dieu, serait la capitulation de la raison, le renoncement à ses possibilités les plus élevées et donc un échec de l'humanisme, dont les conséquences ne pourraient être que graves. Ce qui a fondé la culture de l'Europe, la recherche de Dieu et la disponibilité à L'écouter, demeure aujourd'hui encore le fondement de toute culture véritable.

sábado, setembro 13, 2008

Às vezes dou por mim, um saudosista, a lembrar-me de situações já irrepetíveis e não somente não sinto qualquer desgosto, quanto acabo por me demorar na contemplação dessa impossibilidade, num gosto manso, quieto e malsão que me introduz, por uma pequena porta discreta, no gosto do progresso, mesmo desse, inconfessado, em que desapareceram aqueles de quem gostámos. Não me conhecia e incomoda-me esta jactância de sobrevivente, disfarçada naqueloutra do narrador enfermiço que conta os seus males - o mais hipócrita e matreiro.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Accablant, o artigo de Vasco Pulido Valente no «Público», uma certidão de baptismo para um novo finis patrie.
O francês e o latim foram de propósito, para dar força, solenidade. Os itálicos idem.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Chirico, La nostalgia dell' infinito, 1911,
MOMA, New York

Começa a ser uma data distante, o 11 de Setembro e lembrar o escândalo um saudosimo.
Mas não podemos esquecer.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Entretanto, o CERN prepara-se para, daqui a alguns meses, simular um momento alguns instantes após o Big Bang (se houve big bang. É uma teoria: muito verosímil parece - mas o que é verosimilhança nestas matérias?)
Sobre os choques de protões programados, há quem tema que provoquem pequenos buracos negros que poderiam engolir a terra. Alguns físicos que colaboraram no projecto Manhatthan também temiam não conseguir controlar a fissão em cadeia, com os mesmos efeitos práticos do aniquilamento do planeta. Temores cultos.

terça-feira, setembro 09, 2008

Eu gosto da Manuel Ferreira Leite por, entre outras coisas, não gostar muito dela - um dos meus desamores infantis; e achei o discurso da rentrée bom: Ferreira Leite é sólida e convicente, fala-nos do que o governo não fez ou fez mal. É desenjoativa: estou farto até à náusea do governo-canderel (momentos fake rough incluídos) e, como muita gente, já suspiro por notícias do - de - governo, por notícias desagradáveis, mas sobretudo, verdadeiras, que coincidam com o que se vê à nossa volta, no dia-a-dia, com todas aquelas as coisas que este governo kitsch tornou quase clandestinas).

segunda-feira, setembro 08, 2008

Ontem, na manhã de Ponte de Lima, na palração da missa no Largo da Havaneza, reencontrei gente que não via há eras. As senhoras, que concedem alguns dias deste mês às casas de família, das mais bonitas de Portugual, e protestam um desejo acutilante de lá viverem sempre se pudessem, sente a gente que, após as Feiras Novas, correm contrariadas para a tristeza de Lisboa. Os maridos estão, como eu, mais gordos, alguns mais calvos e dados às polítiquices locais: quando muito lhes pedem, fazem júri em coisas de cavalos. Elas e eles com o humor ainda mais excelente e mais subtil. Tive muito gosto em revê-los.
Hoje, já aqui em baixo, depois de uma chegada atribulada com o extravio de partes de bagagem já dentro de casa - uma proeza de que nunca tivera a imodéstia de me julgar capaz - a manhã muito límpida e bem cheirosa reconciliou-me com a perda - porque adormecera extenuado, perplexo e vexado e não dera ainda com as miseráveis coisas perdidas. O achamento não foi senão há bocadinho, ao abrir uma janela que deita para a varanda: lá estava tudo, explicação incluída e esta não tão bizarra ou asssustadora quanto esperava.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Encontrei no gravador a Quadratura do Círculo da rentrée.
Um programa razoável, com António Xavier que, sobre a questão da criminalidade, diz exactamente o que eu penso; e JPP quase exactamente.
Verdade insofismável

Está a ser muito boa a corrida no Campo Pequeno.
Uma boa carreira para João Ribeiro Teles Jr.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Aforismo de fim-de-semana

A incerteza da lei gera insegurança nos mais fracos e cria um sentimento de impunidade nos mais fortes.

quarta-feira, setembro 03, 2008

O post de baixo compriu as suas funções de post-it: fui ao barbeiro. Foi multado em 50 euros no Verão. Não conheço a legislação sobre pesca, mas ele diz aquilo num tom neutro, nem de injustiçado nem de infractor, como se fizessem parte do destino dos pescadores estes tributos. Para maior estranheza, há no tom com que o diz o que me parecem résteas de vanglória.
Deves e haveres de que não conheço todos os segredos - e não tenciono esclarecer o mistério.
Não é um post (infra) mas fica aqui, que cumpriu o seu dever. Ainda não fui ouvir episódios de verão da epopeia piscatória - nem iria, se não tivesse posto o post-it. Vou daqui a bocado.

Aquelas antromorfizações do Pacheco com a astronomia são um bocadinho.... A sonda mandou um murro é um pouco pateta, não é?
Isto não é um post, é para me lembrar que tenho de ir ao barbeiro. Depois apago.

P.S. O hobby do meu barbeiro é a pesca. Tem boas histórias de pescarias e de grandes multas que, com muita habilidade, evitou, embora nesses aspecto admita, honestamente, golpes de sorte. Já o peixe - comido em festins alegres no fim das narrativas - deve-se apenas ao engenho e paciência.

terça-feira, setembro 02, 2008

É estonteante a velocidade com que aqui tudo se confunde quando se fala de questões criminais. Da política de prevenção criminal (onde está? Alguém discutiu a Tolerance Zero, ou qualquer outra política preventiva?) à questão da prisão preventiva, das garantias do cidadão a um processo penal que é a apologia do estatismo, tudo se confunde e amalgama numa atitude que é de excesso ou de defeito e poucas vezes certeira.
E, no entanto, somos um país de bacharéis em direito.

O prazer do «eu não dizia?» não é um prazer rural. Ou pode sê-lo, mas o olhar sobre o acontecimento que fica ao nosso alcance - tal como havíamos previsto - é, ainda e acima de tudo, o do caçador sobre a sua presa.

Como escrevi há 5 anos:

Ou seja, a prisão preventiva foi ilegal, termo que, tanto o deputado como o seu advogado já usaram para classificar a medida de coacção decretada pelo juiz de instrução. O que, entre outras coisas, tem o efeito de constituir o Dr. Paulo Pedroso no direito a uma indemnização, conforma se pode ler no artº 225º do mesmo código: "Quem tiver sofrido detenção ou prisão preventiva manifestamente ilegal pode requerer, perante o tribunal competente, indemnização dos danos sofridos com a privação da liberdade". O acórdão, ao julgar como suficiente o termo de identidade e residência, abre caminho para que, seja qual for o desfecho do caso, haja lugar a indemnização. Quem paga? Somos nós. Conviria, no entanto, que o Dr. Paulo Pedroso se lembrasse, quando pedir a indemnização choruda a que tem direito, que tem o dever de contribuir para alterar o inacreditável código do processo penal, em parte produto da demissão cívica do P.S....

segunda-feira, setembro 01, 2008

A primeira novidade de Setembro (à parte o Presto em Si Bemol de Poulenc - por mais que o oiça):

Miguel Esteves Cardoso tem um livro no prelo.

Com esta capa.
Boas notícias de Setembro
O Kiva mudou de política: antes, apenas se recuperava o empréstimo no seu termo. Se o prazo era de um ano, só no fim desse ano o dinheiro emprestado era devolvido. Ultimamente, reflexo da crise, os empréstimos diminuíram e aqueles que pediam com um prazo mais longo viam-se em dificuldades por falta de emprestadores. Um empréstimo a 16 ou 18 meses desanima, não tanto pela quantia, mas também porque não acontece nada - e esta boa vontadenão deixa de ter o seu quê de fuga ao tédio. Agora, à medida que os empreendedores vão pagando, vão os emprestadores recebendo e aplicaram já a novidade aos negócio em curso: de repente, muita gente ficou com activos que podia levantar ou reeemprestar. E parece que a grande maioria resolveu reemprestar: é impossível fazer um empréstimo, o servidor está sobrecarregado!
Se quiser tentar, o mínimo é de USD $25, perto de € 17.
Mais tarde: o açambarcamente prossegue e não há ninguém a quem emprestar!