quinta-feira, julho 27, 2006

Diga-se o que se disser
o aportuguesamento do google (google.pt) é desvantajoso inconveniente e irritante.

quarta-feira, julho 26, 2006

O Primeiro Concurso de Verão do Impensasável fez um fiasco agradabilíssimo, já que, publicamente, apenas dois blogues quiseram entrar: um foi o sempre atento, sempre simpático e encantador Bomba Inteligente, o outro o blog amável de JAC.
Ao dois apresenta este blog os gratos cumprimentos mas, lastima-se desoladamente dizê-lo, ambos erraram.
A resposta era: R. Não! Não, a personagem interpretada por Cary Grant não se conduziu (naquele particular) como um gentleman já que nenhum gentleman carrega as suas próprias malas. E não se venha argumentar que não há sempre pessoal diponível. O filme é dos anos 30, havia pessoal. Tratava-se de um sportman dirão; mesmo assim, respondo eu, o transporte de bagagem não é um desporto.

terça-feira, julho 25, 2006

segunda-feira, julho 24, 2006


O Impensável lança esta semana o seu Primeiro Concurso de Verão, para desfastio e refresco dos seus leitores. Até às 23 horas de 3ª feira poderão as senhores e senhores frequentadores deste blog dissertar, num máximo de 3 linhas razoáveis, enviadas para o mail do Impensavel, sobre a seguinte questão que aqui se deixa: foi o comportamento de C. K. Dexter Haven, personagem interpretada por Cary Grant no Philadelphia Story, o de um «gentleman»?
Publicar-se-ão as justificações mais veementes - e promete-se um julgamento imparcial.

domingo, julho 23, 2006

Na madrugada de Domingo, antes de o sol nascer, das profundezas do meu ipod, inesperado, o"SLEEP is supposed to be" de Emily Dickinson, cantado pela Dawn Upshaw, aqui. Pode-se ouvir - preciso: faixa 17 para quem esteja apressado.


SLEEP is supposed to be,
By souls of sanity,
The shutting of the eye.

Sleep is the station grand
Down which on either hand
The hosts of witness stand!

Morn is supposed to be,
By people of degree,
The breaking of the day.

Morning has not occurred!
That shall aurora be
East of eternity;

One with the banner gay,
One in the red array,—
That is the break of day.

sexta-feira, julho 21, 2006

Ouff ... finalmente uma novidade digna desse nome e agradável!
Um post sobre a autonomia do MP suscitou um outro, amável, do Grande Loja do Queijo Limiano (GLQL) a quem agradeço, sensibilizado, a atenção prestada ao que escrevi.
Passo a esclarecer alguns pontos:
1 - Quando me refiro ao governo actual não me refiro a um qualquer governo em concreto, mas, no fundo, aos governos das democracias modernas. Não me refiro a este governo, com que,como é bom de ver, não simpatizo.
2 - Não digo que o MP vê nos políticos uma gente sinistra, mas sim que alguns defensores da autonomia do MP parecem ver, ou partem do pressuposto que são, aqui e lá fora;
3- Sou monárquico: não digo e seria impensável dizer que a legitimidade democrática se esgota no acto eleitoral, muito pelo contrário. Mas deve passar por muitos actos eleitorais;
4- Sobre figuras tristes recentes, parece-me que existiram de todos os lados... O actual Código de Processo Penal, considero-o uma ignomínia e como disse o Dr. Pires de Lima, próprio do Burkina Faso (pobre Burkikna Faso, era o Burkina Faso?). É, no entanto, um elucidatico monumento ao que ainda somos.
5 - A minha principal preocupação enquanto Zé da Esquina, mais do que geometrias de divisão de poderes (no Reino Unido o chefe do Judicial é membro do Governo e do Parlamento...) é saber a quem pedir contas. E não sei. E prestar contas - e pedi-las - e recebê-las são obrigações, são deveres que nada há que os possa ou deva elidir em democracia.

quinta-feira, julho 20, 2006

Passei por ali um pouco por acaso e li cheio de interesse, ora concordando, ora discordando (o que são os exageros de Eça? Camilo viu mais "verdade"? E Júlio Diniz - a quem Eça classificou como paisagista notável - também? - Creio que não. E o Ramalhete tem pouca vida? Claro que tem pouca vida, tinha de ter pouca vida! E...
Que agradável seria continuar a conversa!
A propósito de leituras no GLQL, onde é feita a exaltação da autonomia do Ministério Público em nome da eficácia, convirá lembrar que o "poder político" - nome pelo qual é moda designar entre nós o executivo, o governo - não é já o governo absolutista ou de uma ditadura, mas o governo legítimo de uma democracia, que responde perante a assembleia da república onde estão os representantes do povo português, por este eleitos, em eleições não contestadas por ninguém. No entanto, os membros do governo e os deputados parecem ser, para alguns dos defensores dessas autonomias, uma gente sinistra com queda para a actividade delituosa e com a ambição suprema de "pressionarem" o MP. Ao invés, o Ministério Público (que tem um sindicato), vítima desses assédios é constituído, parece, todo ele por canduras e dedicações abnegadas...Ora, a verdade é que qualquer ministro que ponha pé em ramo verde, hoje dia em dia em Portugal - sim em Portugal - é rápida e facilmente deposto, pelo que se não lobrigam os motivos dos medos dos defensores da autonomia do MP (que, em democracia é, afinal, repete-se, autonomia em relação a quê??? Ao Governo legítimo do País? À Assembleia da República?).
Em inglaterra, pátria da democracia como se passam as coisas? O M.P e as polícias dependem do governo, do Lord Chancellor que, of course, responde perante o Parlamento onde se sentam os representantes do povo britânico. Dediquem-se os meus leitores a documentarem-se. Dou pistas: não há autonomias do jaez da existente aqui...

Motivos naúticos: Rooms by the sea, Hopper

quarta-feira, julho 19, 2006

Dia de hoje, notas: silêncio - Bergman 1964; silêncio, problemas de sintaxe - fotografia, fotografia digital, as imagens insepultas, ressurreições e transmutações dificultadas.
Lido e sempre tido em conta: a comparação, figura pobre. "Comos" abundantes no livro de um jovem consagrado que folheei perto das lulas congeladas (a lula fica bem em qualquer quadro surrealista, não pude deixar de reparar). Gente que escreve pelos cotovelos, pas de silence pour - sur - eux. Eu estou igual, a meu modo. O francês ficou da Piaf ouvida ali por sugestão daqui.
Aqui (Bomba) e ali (Alexandre S e S) sem links por preguiça.

terça-feira, julho 18, 2006

Oiço falar na "crise do médio oriente" e pergunto-me se se perdeu de vez a noção do que seja um assunto de Verão, altura em que apenas se toleram moderadas turbulências financeiras, desprendimentos de icebergs ou outras curiosidades da natureza que se contenham num sussurro.
Dito isto, não se espere que este blog adira à moda de falar entusiasticamente do Líbano ou do Irão (senão a propósito de viagens ou tapetes).
Junto um outro blog brasileiro aos meus "favoritos" - o que não quer dizer que não visite outros blogs com muito gosto, que visito, mas tenho tido preguiça para fazer as actualizações.
O blog de Reinaldo de Azevedo, que recomendo, fará lembrar a paciência que é necessária para aturar a esquerda quando em forma de doença tropical.
Avistei, pelas 10 p.m., altura em que a temperatura começou a descer, parte do meu cérebro. Tinha-o já dado por perdido! Creio não haver danos, embora ainda seja cedo para poder ter certezas.

segunda-feira, julho 17, 2006

Não a indiferença mas a assombração deste calor provocou o esquecimento do aniversário e parabéns ao Miniscente. Feliz Ano IV e seguintes.
Não sou mesquinho: eis uma receita de "cucumber sandwich" e citação a propósito.

Comecemos pela última:

ALGERNON
[Picking up empty plate in horror.] Good heavens! Lane! Why are there no cucumber sandwiches? I ordered them specially.
LANE
[Gravely.] There were no cucumbers in the market this morning, sir. I went down twice.
ALGERNON
No cucumbers!
LANE
No, sir. Not even for ready money.
ALGERNON
That will do, Lane, thank you.
LANE
Thank you, sir. [Goes out.]
ALGERNON
I am greatly distressed, Aunt Augusta, about there being no cucumbers, not even for ready money.

Wilde, "The Importance of being"

Agora a receita, havendo cucumbers:

English Cucumber Sandwiches*
Ingredients:

Thin cucumber 1

Brown bread, sliced 1 loaf

Butter 1 stick

Salt and pepper to taste

Method:

Peel cucumber and slice in paper-thin rounds. Salt rounds lightly and place in strainer for 15 minutes to drain. Press to release water; pat dry with paper towels.

Spread sliced bread with softened butter. Put 2 layers of cucumber slices on bottom slice, salt and pepper to taste and top with another buttered slice. Press lightly with palm of hand. Cut all crusts off with a sharp knife. Cut sandwiches in half diagonally. Should you love the taste of mint, you can spread mint (pudina) chutney on both the slices.

* Não me parece nada boa e prefiro a cá de casa. Apenas pus aqui a receita para não ser acusado de favorecimento.
Petit four? Blargh! Sandwich de pepino (sim, aparadas, estas cucumber sandwich)! E no copo ao lado da espreguiçadeira, um Pimms (#1 - the best one).
Leia-se tudo em forma disto, enquanto durar o calor. Esqueçam os petit four.

domingo, julho 16, 2006

Pequenos apontamentos em forma de petit-four: o «digo» do post anterior está na acepção de revelar, de dar a conhecer. O calor tira (diga-se antes, retira) placidez às tardes de domingo. A melancolia é asténica e cautelosa, como qualquer outra alteração da visão. Os lanches de domingos são prejudicados pela canícula.

sábado, julho 15, 2006

Reúno os destroços e tento pôr-me a caminho daqui.
Digo isto com a tranquilidade de quem sabe não correr o risco de encontrar demasiados compatriotas e a mesa de 4 que tão inopinadamente apareceu promete conversas divertidas.

sexta-feira, julho 14, 2006

Momentos de especial fragilidade: cortei-me num dedo ao tentar retirar a cápsula do blister. Um corte minúsculo e irritante, quase invisível mas que provoca dor ou sensação assemelhada - é mais um ardor encanitante - em contacto com objectos de uso diário: folhas de papel, telecomando da televisão e ar condicionado, telemóvel, etc. Não, não sou herói, sim, sou piegas, não, não tenho vergonha de me portar como uma criança pequena, sim, é do calor, sinto-me miseravelmente.

quarta-feira, julho 12, 2006

Um pequeno esclarecimento: detesto o Verão, melhor, detesto calor. Acima dos 30ºC as minhas meninges, por mais espremidas que sejam, não produzam mais do que um lamento grotesco e bronco. Prevejo, por isso, intermitências neste blog.

terça-feira, julho 11, 2006

A uma cidadã indiana que teve a falta de gosto de pedir a nacionalidade portuguesa (mas isso é lá com ela) foi-lhe esta negada por um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa. O acórdão não poderia decidir de outro modo, face à lei existente.
Deve mudar é a lei de modo que, como lembrou a excêntrica senhora indiana, passe a definir, tal como na legislaçao dos USA - essa nação perversa - quais os conhecimentos necessários sobre cultura, história hábitos, etc., para obter a nacionalidade.
A essa saxónica clareza, prefere o legislador daqui a tradição lusa da discricionariedade autoritária e cultiva-se o vago, para que tudo fique a jeito de se resolver com um jeito e andemos todos bem cientes de quanto devemos estar agradecidos às autoridades.

segunda-feira, julho 10, 2006

Este é um post milenar, é o post 1000.
Nunca esperei chegar aqui, mesmo quando deixei de esperar.

domingo, julho 09, 2006

Motivos náuticos,
continuação.

The Paper Nautilus

For authorities whose hopes
are shaped by mercenaries?
Writers entrapped by
teatime fame and by
commuters' comforts? Not for these
the paper nautilus
constructs her thin glass shell.

Giving her perishable
souvenir of hope, a dull
white outside and smooth-
edged inner surface
glossy as the sea, the watchful
maker of it guards it
day and night; she scarcely

eats until the eggs are hatched.
Buried eight-fold in her eight
arms, for she is in
a sense a devil-
fish, her glass ram'shorn-cradled freight
is hid but is not crushed;
as Hercules, bitten

by a crab loyal to the hydra,
was hindered to succeed,
the intensively
watched eggs coming from
the shell free it when they are freed,--
leaving its wasp-nest flaws
of white on white, and close-

laid Ionic chiton-folds
like the lines in the mane of
a Parthenon horse,
round which the arms had
wound themselves as if they knew love
is the only fortress
strong enough to trust to.

Marianne Moore

segunda-feira, julho 03, 2006

Gofumk íþrótt
ulfs og bági
vígi vanr
vammi firrða
of þat geð,
es ek gerða mér
vísa fjandr
af vélondum.

de 'Sonatorrek'

sábado, julho 01, 2006

Nao vi o jogo (não tenho paciência) mas assisti aos penalties. Emocionante!
Tivera sido com a França, teria abandonado a fleuma e mandado celebrar um Solene Te Deum.

Depois, passados momentos começou a ululância nas ruas, agravada agora com a dos «populares na TV» e é já muito à contre-coeur que escrevo este post-confissão de um momento de euforia.