Eh bien, mais do que o marialvismo, que é, na sua faceta mais agradável, um protesto não tanto contra o "lá de fora" quanto contra o "novo" importado a trouxe-mouxe, irrita-me a quietação, austera, impediedosa e lisa, circunspecta e receosa, quase supersticiosa que, disfarçada de obesa sensatez perdura ainda (1) entre nós em graus que atingem a omissão criminosa.
Isto a propósito da recusa das "salas de chuto" - ou shut ou shoot - nas prisões, ou de um mero programa de troca de seringas.
Há droga nas cadeias, a par de falta de higiene. Por isso, morre gente. Em face da situação, lamenta-se, lamenta-se com convicção e optimismo - uma forma recente de lamúria nacional - e nada se faz.
E contra isto... contra este mau marialvismo, nada a fazer. Ou tudo, em nome da mera decência.
(1) - por vezes sou acometido por optimismos iluministas.
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