Sobre o tratado ortográfico escreveu, no DN, Pedro Lomba: «O Brasil criou uma cultura popular própria, espontânea e festiva, que tem exportado para o resto do mundo com apreciável sucesso.»
Com toda a simpatia que tenho pelo Brasil, o que me salta aos olhos é a taxa de analfabetismo e a perda da batalha da educação (adoptando um tom dramático) - resultados confirmados pelo PISA e que põem aquele país muito perto do fim da lista. E isso nada tem de festivo, nem de espontâneo (é resultado de arrastadas omissões).
Deste lado do oceano a coisa não é muito menos triste e escandalosa.
Resolva-se esse problema substancial e depois volte-se a pensar nas ortografias (que foram criadas artificialmente por medíocres académicos e políticos portugueses do início do séc. XX e que podiam inspirar um estudo sobre o fascínio que o supérfluo e a bizantinice exercem sobre o novo-riquismo das cachimónias nativas - persistência do culto rural da novidade?).
Até lá, não se tenha medo de se escrever de modo diferente, nem nos incomodemos muito com isso.
Acabe-se é com o analfabetismo (e pode-se começar pelos políticos que dizem há-dem, interviu etc, etc.).
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