A janela está aberta. Entra o sol a rodos e ar fresco; oiço a passarinhada e, mais longe, um murmúrio de trânsito.
Lembro-me quando este dia 26 guardava o silêncio da bonança que sucedia à agitação do festim. Hoje há demasiado movimento.
Nota: os meus presentes foram geralmente estimados. A maior parte deles consistiu em coisas para cheirar bem em casa, com um pequeno soupçon de larme de movimento «hippie», heresia provençal e Alphonse Daudet. (Eram langue d'oc, a lingua dos bons sabonetes, como me tinham ensinado em pequeno). Eram coisas daqui, mas compradas na Borges Carneiro na Al Quadro da Luisa Calém. É um bocado publicidade? Peut-être, mas não foi encomendada e são mesmo bons. E há queimadores (é assim que se diz?) que eu recusei em nome da consabida sorumbatice das minhas amigas, boa gente do campo, tal como eu. Os presentes foram para elas, que, ultrapassadas e sensatas, vivem com os maridos com quem se casaram há eras, meus amigos, e que, por isso, aproveitam do presente. Dispensei-me, assim, de lhes dar outros a eles e aproveitei para dilatar os que - imerecidamente (penso que estava perto de merecer o carvão...) - me dei a mim mesmo.
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