A falta de princípios que a propósito do referendo veio ao de cima é assustadora e preocupante.
Deixem-me ter o meu momento de pragmatismo: é assustadora, é preocupante e não serve rigorosamente para nada: é inútil (isto é uma paráfrase do dito de Fouché: pior do que um crime, um erro. Aqui não houve crime, apenas umas baixezas, mas o erro - desrespeito pelo compromisso com o eleitorado - está lá).
Ah, mas enquanto o Pinto de Sousa debitava no parlamento aquelas inanidades saloias, os franceses (qualquer dia volto a gostar dos franceses...) os franceses, meus caros, preparam-se para se divertirem: o partido socialista francês quer um referendo!
À propos de França - Petite éphéméride: lembrem-se as feministas que, fez ontem cem anos, nascia Simone de Beauvoir. Não me posso esquecer como me comovi com a leitura de algumas das cartas que a ilustre pensadora dirigiu ao seu namorado norte-americano Nelson Algren. Em algumas, pedia-lhe, ternamente, o favor de lhe lavar as meias e lamentava-se que a lonjura a impedisse de lhe fazer a ménage, em geral. Já não há. Mulheres daquelas já não há.
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