sábado, julho 17, 2004

Escrevia ontem o meu maître à penser, Dr. VPV: "Hoje há um ar de irrealidade no advento de Santana Lopes. Ninguém acredita que está a suceder o que está a suceder. É um sentimento comum em véspera de catástrofe."
 
Não sinto tal ar de irrealidade, aqui, neste canto da província. E creio que não haverá catástrofe alguma para além daquelas, mesquinhas  e mudas, que nos assinalam a passagem do tempo.
O Dr. Santana Lopes chegou ao mandarinato. Mas não era isso previsível e natural? Era. Os trinta anos da democracia portuguesa encarregaram-se de tornar quase uma quase impossibilidade primeiros-ministros que não sejam políticos profissionais. É o que sucede nas outras democracias, mais velhas, e à luz do que nelas é habitual, invulgar e atípica foi a carreira do  Prof. Cavaco Silva, não a do actual primeiro-ministro ou do Dr. Sócrates.
É mau que assim seja?
Isso é outro assunto. 
 



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