Ontem, dia 8, foi o aniversário do fim da II Guerra Mundial na Europa, com a vitória dos exércitos aliados sobre os da Alemanha.
Os exércitos aliados eram, convirá não esquecer, os da Grã-Bretanha e Império Britânico, USA e os da então União Soviética.
Todos eles ocuparam parte da Europa, mas o destino dos territórios ganhos aos alemães foram diversos: os países vencidos pelos alemães e libertados pelos exércitos britânicos e norte-americanos transformaram-se em democracias mais ou menos bem sucedidas (França, Alemanha Ocidental, Itália) e os países ocupados pelo exército vermelho foram sujeitos a ditaduras que só acabaram com o fim da União Soviética.
É desses exércitos, britânico e norte-americano, que ainda hoje esperaria a libertação, caso uma nova ameaça totalitária se abatesse sobre a Europa. Foram esses exércitos, aliás, que resolveram, mais recentemente, a questão dos Balcãs, perante a manifesta incapacidade dos vencidos da II Guerra Mundial, maxime da Alemanha e da França em parar as hostilidades e a carnificina na Bósnia,
Fiquei, por isso, estupefacto e preocupado com as recentes notícias de torturas infligidas pelos exércitos que salvaram a Europa dos horrores da guerra e ver a solidez do funcionamento das instituições parlamentares para que a situação seja esclarecida e punidos os culpados é fraca consolação.
As fotografias da soldado norte-americana (que nunca tinha lido a Convenção de Geneve...) com o seu ar "leve" e divertido e "clean", anti-tabágica, recendendo inocência, reclamando-se da inocência do obedecimento às ordens dadas, fez-me pensar na banalidade do mal de Arendt, ou, mais precisamente, no seu quase reinante "inverso": na "banalidade do bem" que o "politicamente correcto" formula e promove, com a terrível consequência de esquecermos que a humanidade, tida aqui pelo que de melhor há em nós, não é adquirida, ou segura; que, certamente, nunca é banal, mas incerta, por vezes escusa, que é preciso duvidar sempre, temer e tremer perante certezas.
À young woman soldado (terá ela o seu blog?) deixo o conselho: "just say no".
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