Pelo jardim fora, vivalma. Esta gente vive em casas soturnas, pequenas e feias, e sai delas, numa carreira, para se ir meter em cafés - ou centros comerciais - ainda mais soturnos e feios; ou para as soturnas "segundas residências" pintalgadas de amarelo ou branco e verde com que em Portugal se inaugurou o kitsch campestre. Seja para onde for, escapa-lhes a lentidão do dia e, nestes dias soalheiros, o azul e a deriva das sombras.
Eu contra mim falo, que tenho o meu quê de misantropo. Mas penso que a ausência de tudo isso faz mal à alma, provoca padecimentos, e depois fazem a vida aos outros - onde me incluo - num inferno pardo e mal humorado.
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