segunda-feira, julho 02, 2007

Os doentes oncológicos esperam, em média, 3 meses por uma necessária intervenção cirúrgica, sendo certo que um dia pode significar a diferença entre a vida e a morte.
A notícia releva do mais autêntico terror.
Enquanto isto, uma menina de, digamos, 19 anos, perfeitamente saudável, quer ter (tem?) o direito de, grátis e num prazo mínimo, sem incómodos ou perguntas, abortar por causa daquele esquecimento ou azar, uma maçada que quer resolver já, consumindo para tal, num país onde há um preocupante défice demográfico, meios humanos e técnicos escassos . Não virá longe o dia em que alguma doente oncológica se veja na necessidade de fingir querer abortar para salvar a sua vida.

Entretanto, num serviço público, passaria a ser aberta a correspondência dirigida aos funcionários (via 31daArmada que, muito bem, cita a legislação penal aplicável a tais desmandos). O PSD fala de autoritarismo. Vontade de complicar: como se vê, é um mero crime. Um crime de pulhas, mas um mero crime. O autoritarismo é outra coisa.

Ah! Li recentemente umas coisas muito indignadas pelo facto da CIA, durante a Guerra Fria, ter aberto alguma correspondência. A coisa era, como aqui, ilegal e criminosa e era feita às escondidas. Por cá, nem sequer existe a noção de que tais actos são baixezas e fazem-se, às claras. Espero as mesmas indignações além, claro, da esperada acção do Ministério Público, em conformidade com a notícia-confissão do crime publicada.

Enfim, duas notícias com um denominador comum: a absoluta falta de vergonha e de decência: que gentalha, que abjecta escumalha!

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