Lembro-me de um programa de televisão sobre crianças desaparecidas e do tom de desesperado e contido desalento com que o Pai de uma dessas crianças, a final, afirmava - cito de memória: "em Portugal a vida humana pouco vale". E antes desta frase terrível, tinha explicado que, embora se saiba, desde há muito, ser essencial para o sucesso de uma investigação que esta comece o mais depressa possível após a descoberta do desaparecimento, em Portugal a Polícia Judiciária estava fechada ao fim-de-semana e os casos que entravam à tarde de sexta-feira, ficavam para serem tratados quando entrasse de serviço o novo turno, segunda-feira de manhã. Isto não foi na longa noite fascista. Foi em 1991, mas a boa ou má consciência sobre estes casos ainda não estava na moda.
Fazem, por isso, muito bem os ingleses em enviarem o seus investigadores e detectives.
E boa sorte para a criança desaparecida.
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