Deparei com uma breve carta aberta ao actual primeiro-ministro subscrita por Francisco José Viegas*. Ainda não me recompus.... É uma carta que, se bem que não timorata constitui, toda ela, um apelo sentimental ao Sousa, a propósito do escandaloso e intolerável caso do professor afastado por ter gozado com os estudos do dito. Eu, no desconhecimento das subtilezas ora em uso em Lisboa, pensei, por momentos, que a missiva fosse um exercício de ironia, dado o tom suplicante - inexplicável numa democracia - onde não faltam apelos aos presumidos ou conhecidos bons fígados e benigna disposição do ofendido Sousa, nos termos em que noutros tempos se imprecava, prostrado, à Real Clemência que mais dispusesse um coração já de si disposto a perdoar, etc., etc.: era o formulário dos condenados, dos perseguidos, dos injustiçados o que faz - fazia, para mim - da breve carta um pastiche das súplicas dos desgraçados de outrora e, por isso, toda ela uma dura condenação do episódio. Preparava-me para me rir a contento quando, depois de um releitura, julguei perceber tratar-se de um pedido a sério!
Ora vejamos: o Sousa usou títulos académicos que não possuía e a que bem sabia não ter qualquer direito - e teve a desfaçatez de os usar no diário da república e no "site" do governo. Até hoje, que seja do meu conhecimento, não pediu desculpa por essa mentira - que lhe valeria sérias consequências num qualquer país do 1º mundo e que aqui meramente o constituiu - embora com uma intensidade que há muito se não via - em alvo de chacota geral, da mofa desta gente que, pobre e farta de tristezas (e sem os empregos que o Sousa lhe prometeu), gosta de se rir destes ridículos, filhos de tão lorpas toleimas.
Mas, por isso, não podemos ser nós que, por interposta carta* (já que as cartas abertas, por mais pessoais e singulares que sejam, sempre se constituem um efeito plural, congregador e representativo) lhe peçamos, seja o que for. O que é necessário é bem diverso: é que a verdadeira vítima deste lamentável episódio - o professor - use os tribunais para exigir que quem teve o atrevimento de fazer o que fez e todos os que, por acção e omissão em tal convieram e continuam a convir sofram as consequências. Todas. E como não se pode pôr de lado a atribuição de alguma indemnizaçao, arbitrada pelos nossos tribunais - ou pelos europeus - aproveito já para suplicar ao professor prejudicado - o único destinatário possível em matéria de pedidos de desculpas - para ser magnânimo: que não esqueça que tudo sai, afinal, dos nossos bolsos: por isso peço, não exija uma indemnização grande!
*É certo, porém, que FJV tem todo o direito de dirigir a quem quiser as cartas que entender e redigi-las nos moldes que deseje.
Ora vejamos: o Sousa usou títulos académicos que não possuía e a que bem sabia não ter qualquer direito - e teve a desfaçatez de os usar no diário da república e no "site" do governo. Até hoje, que seja do meu conhecimento, não pediu desculpa por essa mentira - que lhe valeria sérias consequências num qualquer país do 1º mundo e que aqui meramente o constituiu - embora com uma intensidade que há muito se não via - em alvo de chacota geral, da mofa desta gente que, pobre e farta de tristezas (e sem os empregos que o Sousa lhe prometeu), gosta de se rir destes ridículos, filhos de tão lorpas toleimas.
Mas, por isso, não podemos ser nós que, por interposta carta* (já que as cartas abertas, por mais pessoais e singulares que sejam, sempre se constituem um efeito plural, congregador e representativo) lhe peçamos, seja o que for. O que é necessário é bem diverso: é que a verdadeira vítima deste lamentável episódio - o professor - use os tribunais para exigir que quem teve o atrevimento de fazer o que fez e todos os que, por acção e omissão em tal convieram e continuam a convir sofram as consequências. Todas. E como não se pode pôr de lado a atribuição de alguma indemnizaçao, arbitrada pelos nossos tribunais - ou pelos europeus - aproveito já para suplicar ao professor prejudicado - o único destinatário possível em matéria de pedidos de desculpas - para ser magnânimo: que não esqueça que tudo sai, afinal, dos nossos bolsos: por isso peço, não exija uma indemnização grande!
*É certo, porém, que FJV tem todo o direito de dirigir a quem quiser as cartas que entender e redigi-las nos moldes que deseje.
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