terça-feira, fevereiro 13, 2007

Tenho uma leitura - que é, quase sempre, uma releitura - para dormir. A destes dias tem sido a «Autobiografia» de Agatha Christie, que li pela primeira vez há uns dois anos. É inteligente, bem-humorada e bem escrita. Ontem, li uma descrição de um grupo de viajantes anglo-católicas e da sua leader e guia, uma temível Miss, pelas ruínas bíblicas de Babilónia. Christie transcreve algumas das espantosas afirmações que aquela profere sobre as pobres senhoras do seu grupo e não há dúvida: aquele modo de falar firme, insuportável, eficiente é o discurso de uma vítima plausível, de alguém que podia, com verosimilhança, ser liquidada por qualquer uma das desgraçada excursionistas, por qualquer daquelas poors things ameaçadas de total exaustão, quanto por uma questão de mera sensatez textual. Mas as velhas senhoras continuaram a viagem sem homicídios, no Iraque de há 70 anos, e não deixamos - eu não deixei - de sentir-me defraudado.

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