sexta-feira, março 17, 2006
Nas jacqueries francesas, herança e persistência de ruralidade, a ululância, a incapacidade de ver no Parlamento (sic) a sede da cidadania e da Lei - as manifestações não têm sequer destino certo, ensaia-se a "recriação" do caos, de um cosmos enragé, a rua, o grito, a desordem - a velha desordem em que o romantismo se comprazia encontrar adubo para criatividades embotadas. Entretanto, na televisão, o dono francês de um quiosque parisiense incendiado pela multidão de energúmenos, declarava, com um ar cansado, querer emigrar. Há anos que não via uma declaração tão terrível de desalento e uma acusação tão acutilante a um modelo de governo, a um modo de ser.
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