Sábado dedicado ao "faça-você-mesmo". O faça consistiu em pendurar um espelho - sim, o espelho é pesado e grande. A coisa meteu meditações sobre buchas, diâmetros de brocas, berbequins ( vêm sem instruções de como fazer e as deles mesmos são totalmente irrelevantes para tudo o que ultrapasse o modo de, em caso de avaria, fazer valer os seus direitos em Glasgow), modos de aplicação da modalidade martelo, e de um modo geral sobre todos os assuntos sobre os quais eu deveria ter pedido conselho, se eu pudesse admitir pedir conselho sobre berbequins e tudo o mais, de um modo geral, na secção de bricolage.
Creio, no entanto, que não cheguei a correr perigo de vida e mantive o equilíbrio em cima do escadote e o sangue frio quando a broca (uma magnífica 6mm em aço-crómio) descreveu um vigoroso movimento oscilatório e, diria mesmo, rebelde. Tudo dominado com prontidão, prossegui, sem sobressaltos e a sede da minha preocupação transferiu-se do manejo em si para considerações de segurança: os camarões italianos que acompanhavam os espelho seriam os adequados? Eis o problema. Eu sei que Itália fez a renascença, mas sobre a fase actual, o fim do post II guerra - sim, continuo a ler - tenho as maiores apreensões. Substituí os camarões por outros, mais fortes, mas agora à noite, têm-me assaltado dúvidas sobre as buchas: italianas, elegantes, serão forçosamente escorregadias?
É que se tudo aquilo desaba, além da humilhação e prejuízo imediatos, acrescem sete anos de azar.
Não posso, porém, acrescentar ao orgulho - legítimo, diga-se (e nada disse sobre o processo de medição para centrar, calculos para o local dos camarões, o que tudo tem que se lhe diga) - mas não posso, dizia, acrescentar ao orgulho da missão cumprida, a completa tranquilidade.
Assim é a natureza humana...
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