O Marquês de Fronteira conta, com deleite, nas suas Memórias e para ilustrar o provincianismo de um seu companheiro de viagem, que este se esquivara em Paris a entrar, com ele Marquês, na mesma carruagem, pois decerto logo se saberia da sua chegada juntos e isso poderia prejudicá-lo aos olhos do governo português. Como se fosse em Lisboa em que a chegada de qualquer é notícia, acrescenta o Marquês. E, de facto, consegue fazer-nos sentir o ridículo da situação e o enorme desconhecimento do mundo que era o de muitos portugueses.
De quando em vez lembro-me deste medo cuidadoso do que se pensaria em Lisboa daquela chegada em tal companhia à capital francesa (hoje melhor seria dizer a Londres ou a Nova York; ou a ambas; ou, além destas, também a Paris) quando me deparo com preocupações que com aquela de há 180 anos partilham o descabido.
Aconteceu agora esta lembrança das Memórias de D. José Trazimundo a propósito de Maria Filomena Mónica.
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