Vai por aí um burburinho que não compreendo com os ordenados e pensões dos ministros.
Sendo certo que não perfilho a tese de que os princípios não têm de vir depois do dinheiro, a realidade não é essa: primeiro o pé de meia, depois os escrúpulos.
E poderia ser de outro modo, num país pobre? Esta gente com fomes ancestrais - mesmo quando eram fomes "remediadas" - criou "isto", este estado de coisas para, se não enriquecer, ao menos poder copiar os tiques de "aisance" que vêem lá por fora. Daqueles dinheiros não podem eles prescindir sem prejudicarem planos meticulosos de há anos: a "segunda residência", o arranjo da leira que herdaram dos pais, a ajuda aos filhos, etc, etc.
Querem o quê? Que se comportem como gentlemen? Não o são. E não o sendo não se lhes peça o que não podem dar. Eles que fiquem com as pensões... eu só peço que as apliquem na educação dos filhos. Assim, daqui a três ou quatro gerações somos capazes de ter alguém que não venha falar de lei quando a questão é de mera vergonha na cara. Ou de panache.
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