terça-feira, junho 14, 2005

O céu esteve escuro, pensei que chovia, mas foi breu de pouca dura. Ficou o cinza e o fresco, mas a seco. Tenho saudades de chuva e por ter encontrado um responso a Santa Bárbara coligido por Jaime Cortesão, lembrei-me das trovoadas que por esta altura atroavam montes e charnecas. Mais saudades.
Fica o responso.

"Santa Bárbara se alevantou,
Se vestiu e se calçou,
Suas santas mãos lavou,
E o caminho do Céu andou.
Lá no meio do caminho
A Jesus Cristo encontrou:
— Para onde vais, Bárbara?
— Eu não vou nem quero ir,
Mas ao Céu quero subir.
Vou arramar aquela trovoada
Que lá anda armada.
Arrama-a bem arramada
Lá pra serra do Marão,
No alto serro maninho,
Onde não há vinho nem pão,
Nem bafo de menino,
Nem berrar de cordeirinho:
Só há uma serpente
Com vinte e cinco filhas,
Que lhes dá água de trovão
E leite de maldição. Amém!"

Sem comentários: