O correspondente da TV5 explicava, anteontem, aos seus espectadores que a a votação no PS não correspondia a qualquer opção ideológica enm reflectia uma realidade sociológica. Tratava-se apenas de substituir um primeiro-ministro que não parecia fiável por um outro, tecnocrata mais competente para tomar as decisões que tirem o país da crise.
Isto tudo, dito em bom francês (o que é agrádavel, à falta de bom português) parece-me evidente (apenas tenho algumas dúvidas quanto à competência e coragem). Estranho, por isso, alguns júbilos (não me refiro àqueles que resolveram já, por via eleitoral, problemas de emprego e férias no estrangeiro), mas de gente inteligente.
Entretanto, registei que um entrevistado de rua considerava o próximo primeiro ministro "distante" ou "frio": é que o actual desejo "regenerativo" (ou seja, de uma nova reinauguração dos tempos - mais uma...)contém, também, embutido, o de que seja "um tempo de toda a gente" de que o passado de vida alegre de Santana Lopes o afastava, tanto quanto, antes dele, a pose de estado de Barroso, pecado grave no país da vulgaridade sisuda e do compadrio da inveja.
Ontem, noite agradável, com Moody Blues e Eliot.
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