Quem diz que a literatura portuguesa - tão reduzida que anda ao recontar de estados de alma à solta e namoricos em andares da EPUL - me havia de dar um bom momento?
Sim, foi ontem, quando o nosso primeiro-ministro tratou por Como é que tu te chamas ? Jorge? o José Luís Peixoto que é um escritor e poeta conhecido, de reputação firmada e que de que eu não li senão dois ou três poemas, devido ao meu péssimo gosto em questões literárias.
O escritor e poeta, que participava num encontro entre o primeiro-ministro e alguns jovens, para um balanço comemorativo dos 100 dias deste governo, quando entrevistado sobre o ocorrido, manifestou na breve e contida declaração, proferida sem «tempestades de medo nos lábios» e «sem gritos desesperados sob conversas», algum descoroçoamento pelo facto do primeiro-ministro parecer não o conhecer de parte nenhuma. O episódio, com o que tem de lamentável, não deixa de ser sinal dos tempos: há dois ou três anos, o jovem Peixoto talvez se tivesse limitado a um alegre "gosto que me chamem Jorge" e o primeiro-ministro afirmado que confundira o jovem escritor e poeta com a ressurreição de Sena, o Jorge.
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