terça-feira, março 25, 2008

Eu não gosto muito de gostar de Waugh - mas gosto e é preciso aceitarmos as coisas como elas são

Sempre achei os seus narradores um pouco pretensiosos. Charles é trazido para o mundo dos Flyte , por um estranho «acto de Deus» - como chamam os anglo-saxónico aos acasos nefastos da natureza e da fisiologia - o vómito de Sebastian. Será sempre, até ao fim, um outsider. A sua história - aquela que podia narrar-nos, sentimos que está acabada com o seu afastamento de Sebastian e o resto ter-me-ia parecido um absurdo gasto de papel se Waugh himself não dissesse numa entrevista que estava acima de tudo preocupado com o destino das casas históricas inglesas nesses tempos de depois da guerra. Do passado, fica para Charles, coerentemente, a condenação ao charme, que é apenas a manifestação mais agradável da tautologia.

Gosto de comparar o narrador Charles com o Leo do The Go-Between. Com grandes vantagens para o segundo no que respeita à deontologia do narrador (até, levado por intuitos malévolos, fui ver qual livro tinha sido publicado primeiro, mas foi o Brideshead).

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