Deliciei-me com a etimologia de Charlotte e, porque estou cada vez mais ingrato, ao invés de agradecer e por aí ficar, sempre direi que o dito no Bomba sobre a lavagem dos lenços de assoar de Monsieur Proust é uma memória falsa, como tive ontem o prazer de descobrir!
O que aconteceu foi que Céleste, a Albaret, encarregada, uma vez, de comprar lenços para Proust, comprou, por mais baratos, uns menos bons do que aqueles que o Escritor usava, na campónia esperança que este não percebesse e assim poupasse uns cêntimos. Proust, claro está, deu pela diferença. Céleste lavou e relavou os lenços e após uma segunda tentativa de o fazer usá-los, disseminando-os na pilha dos lenços, tentativa gorada pela meticulosidade das mucosas do grande escritor, ainda persistiu, com mais lavagens, etc., uma terceira vez. Proust, sem esgotar a sua bonomia, viu-se obrigado a cortar com uma tesoura de unhas um desses lenços à frente de Céleste, para que esta compreendesse quão vãs seriam as possibilidades de ludibriar o Escritor.
Sobre isto, construiu a memória benfazeja da Ilustre Bloguista uma história de piedosa devoção albaresca. Não, minha senhora, tudo não passou de uma tentiva desastrada de encobrimento de uma sovinice (ainda que por interposto pecúlio).
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