sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Que fazer àqueles empregados e meninas de loja que, com ar pesaroso ou prazenteiro, conforme os feitios, nos dizem que aquilo por que perguntámos já não existe por ter sido "descontinuado"?
Alguns e algumas acrescentam a isto um ar de leve desprezo que nos põe ao lado das coisas "so last year" que se apressaram a deitar fora. "Descontinuado" seria, ao que suponho, um miserável anglicismo, ou mais veramente, um cretinismo correcto, mas, suponho, o termo encerra, também, um eufemismo de mau gosto: não se diz que acabou, que já não há, e supõe-se a mera pausa ao invés do definitivo. O medo e o desconforto da morte é tamanho que a "cosmética pompa fúnebre" chegou aos objectos.

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