Hoje o vento que sopra vem do mar e do verão que já foi. Aqui, no vidro da janela, depõe as imagens do caminho longo: a voluta transparente de ar fresco, o flectir da ramagem, o gesto que se protege da poalha fresca, a lembrança daquele sítio, passadas as casas,lá sobre o mar, de que nos fala Emily Dickinson:
Contentamento é a ida
De uma alma do interior para o mar
Passadas as casas - passados os promontórios -
Até à profunda Eternidade
Criado como nós, entre montanhas,
Pode o marinheiro entender
A intoxicação divina
Da primeira légua longe da terra?
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