O discurso do Presidente da República teve, além de outros méritos, um que me toca pessoalmente e que devo agradecer: o de me tranquilizar quanto à minha saúde mental. É que eu via este Portugal empobrecido, sobre-endividado, triste, sem destino, corrompido e abandalhado e pensava tal tenebrosidade sintoma de uma doença mental grave de que eu e alguns outros poucos colegas de hospício padeceríamos, impedindo-nos de ver a ridente realidade oficial gritada e ameaçada pelo ministro Pinto Sousa.
Afinal, o Presidente da República vive no mesmo país em que eu vivo (e por onde tem andado?, mas adiante) e existe mesmo este país pobre, endividado e governado por um medíocre que tem o despejo inaudito de anunciar como obra dele a descida das taxas de juro decidida pelo Banco Europeu...
P.S. V.P.V., hoje no Público, chama a atenção para o continuum da nossa dívida externa, que não se atenuou no governo de Cavaco. Pois não, nem este fez reformas necessárias e por fazer ainda hoje. Por isso, não votei nunca nele. Mas que o seu discurso ajuda a colocar a discussão em termos mais pertos da realidade, isso parece-me insdicutível.
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