quinta-feira, janeiro 22, 2009

Ontem, fui marcar as missas do ano. As missas por alma de todos os meus e de alguns amigos que também já cá não estão. Percebo que o Sr. R., que trata esses assuntos, fica comovido porque algumas das pessoas que fazem parte das minhas devoções já são pouco lembradas e aproveita para falar comigo de alguns casos feios de ingratidão, de herdeiros que não mandam dizer missas pelos de cuius, embora essa omissão culposa, o desagradecimento dos que ficam, seja ainda uma forma de lhes perpetuar a memória. Piores os desaparecidos solitários que, sem família nem herdeiros ou amigos vivos, não têm quem deles se não devesse esquecer, nenhum infractor do pio dever de zelar pelas suas almas, nada que os retenha um pouco nas amenidades da mortalidade, por entre o frio de Janeiro e as humidades de que em vida se queixavam, ecoando nas paredes seus nomes nas missas das sete.

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