Ontem, adormeci a ler Oliveira Martins. O último parágrafo que li fala da luta entre o país histórico e a modernidade imposta, as mais das vezes, através de ditadura.
Este país da resistência é o mesmo que produziu centenas e centenas de milhares de emigrantes que povoaram o Brasl, que encheram a Europa. Esta gente, que não se resigna, que desde a infância quer sair, quer ir daqui pra fora, que sonha com viagens, que vive de lonjuras detesta que a obriguem a fazer o que não quer, talvez por isso não ser necessário. Do necessário ocupam-se, afinal, eles, sem perguntarem nada a ninguém.
Depois disto, a política, os políticos, eram, são, para as pequenas coisas de torna viagem: para o calcetamento de um caminho ou as festas da terra. Das coisas sérias das suas vidas tratam sem eles, os que os querem modernizar. Esperam, apenas, um módico de decência que, infelizmente, raramente obtêm.
Sem comentários:
Enviar um comentário