Magníficos, estes dias do verão de S. Martinho!
Tentei ilustrar com um canvas, mas este tempo, no mundo anglo-saxónico, o indian summer, parece ser domínio do kitsch bem intencionado. Ora, o verão de S. Martinho e estes dias violentamente tentadores de se deixar tudo e pormo-nos a caminho não podem ser domados a golpes de pincéis mergulhados nos amarelos, ocres, encarnados e fulvas sentimentais coisas afins.
segunda-feira, outubro 30, 2006
domingo, outubro 29, 2006
Passeava pelos blogs quando me apercebi que esta domingueirice não é diferente da passeata pelos centros comerciais, impressão tão mais incómoda quanto alguns blogs se tornaram autênticos centros comerciais, no afã de ampliar e diversificar a oferta. Alguns outros, mais pacatos, não deixam de exibir, por estas horas tristes de domingo uma imagem solitária de montra de loja de província. O que une tudo é o ar comercial (eu não nutro pelo comércio o ódio ou o desprezo que erroneamente se costumam apelidar aristocráticos; o comércio possibilita a minha vida tal como a concebo) mas confesso que gostaria de ver alguns mais egoístas, menos preocupados com a clientela. Creio que já sofri a tentação e pensei em avivar os meus leitores - cada vez menos e mais ingratos - com algumas promoções de outono e tinha até matutado num lema «Já sabe, o post elegante é no impensavél, o blog que nunca pensou» mas prefiro continuar assim, sem abrir filiais, sem tentar expandir o negócio ou fazer campanhas publicitárias. Por teimosia e preguiça e uma inabilidade natural e tocante para fazer qualquer coisa interessante na qual, seguindo os conselhos de Wilde quanto à ignorância, não tenciono mexer.
sábado, outubro 28, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
Do aborto ao abrupto
Do aborto já disse aqui considerar que a vida humana é inviolável e que começa com a concepção.
Mais terei dito, se a memória não falha, que da discussão logo ressalta que o aborto é visto, afinal, como aquilo que os seus defensores negam que deva ser: um método de contracepção. Num tempo em que há uma panóplia de métodos para evitar a gravidez, é o prémio da desresponsabilização e da mais leviana licença. Mais terei dito que tendo em consideração o leque de métodos para evitar uma gravidez indesejada, a discussão sobre o aborto pertence ao puro excesso onde hoje em dia se inscreve o rocaille hedonista reinante. Mas, já que concomitante a este cultivo luxuoso de direitos há, mais ou menos sincero, o das boas intenções, o aborto está condenado pelo mero avanço da consciência da sua ilicitude que, nestas questões do termo inicial da vida humana se situava, ainda há pouco mais de um século, nas primeiras semanas, senão meses, depois do nascimento do pimpolho: nesses tempos, era o infanticídio o alvo das apaixonadas controvérsias que hoje se repetem a propósito do aborto... - o mero avanço da medicina se encarregará de fazer com que a todos pareça hediondo que se faça a um feto de algumas semanas o que essas almas sensíveis pró-aborto considerariam um inqualificável crime quando feito, hoje em dia, a um recém-nascido, independente de todas "as condições socio- eocnómicas e culturais envolventes"
O cão de guardo do Abrupto provoca em mim os piores sentimentos que um cão de guarda pode provocar a um passeante descuidado. Desta vez insurgia-se contra uma notícia do Expresso sobre o "casal Sócrates". A notícia em si, era tudo o que JPP diz dela. O que já não é despicienda, todavia, é a questão das vidas privadas da figuras públicas. E até pela pequenina questão da despesa: imaginemos um primeiro-ministro com dez relações amorosas (reparar na discreta alusão multiculturalista). Nos tempos que correm, de ameaças terroristas, as senhoras - ou os senhoras, se o cargo fosse exercido por uma senhora devassa (reparar no discreto sexismo, aqui) - teriam de ser protegidos. E todo esse alforge de amores seria motivo de preocupação e despesa (pública) para os serviços secretos, como o foi, por exemplo a bastarda de Mitterrand, com direito a segurança e que os franceses pagaram durante anos, sem saberem, através dos seus impostos. Se alguém quer ter uma vida privada inviolável nao se candidate a cargos públicos. Sobre o artiguinho, neste caso e naquela ocasião e sob aquele pretexto, já se deixou escrito acima.
Do aborto já disse aqui considerar que a vida humana é inviolável e que começa com a concepção.
Mais terei dito, se a memória não falha, que da discussão logo ressalta que o aborto é visto, afinal, como aquilo que os seus defensores negam que deva ser: um método de contracepção. Num tempo em que há uma panóplia de métodos para evitar a gravidez, é o prémio da desresponsabilização e da mais leviana licença. Mais terei dito que tendo em consideração o leque de métodos para evitar uma gravidez indesejada, a discussão sobre o aborto pertence ao puro excesso onde hoje em dia se inscreve o rocaille hedonista reinante. Mas, já que concomitante a este cultivo luxuoso de direitos há, mais ou menos sincero, o das boas intenções, o aborto está condenado pelo mero avanço da consciência da sua ilicitude que, nestas questões do termo inicial da vida humana se situava, ainda há pouco mais de um século, nas primeiras semanas, senão meses, depois do nascimento do pimpolho: nesses tempos, era o infanticídio o alvo das apaixonadas controvérsias que hoje se repetem a propósito do aborto... - o mero avanço da medicina se encarregará de fazer com que a todos pareça hediondo que se faça a um feto de algumas semanas o que essas almas sensíveis pró-aborto considerariam um inqualificável crime quando feito, hoje em dia, a um recém-nascido, independente de todas "as condições socio- eocnómicas e culturais envolventes"
O cão de guardo do Abrupto provoca em mim os piores sentimentos que um cão de guarda pode provocar a um passeante descuidado. Desta vez insurgia-se contra uma notícia do Expresso sobre o "casal Sócrates". A notícia em si, era tudo o que JPP diz dela. O que já não é despicienda, todavia, é a questão das vidas privadas da figuras públicas. E até pela pequenina questão da despesa: imaginemos um primeiro-ministro com dez relações amorosas (reparar na discreta alusão multiculturalista). Nos tempos que correm, de ameaças terroristas, as senhoras - ou os senhoras, se o cargo fosse exercido por uma senhora devassa (reparar no discreto sexismo, aqui) - teriam de ser protegidos. E todo esse alforge de amores seria motivo de preocupação e despesa (pública) para os serviços secretos, como o foi, por exemplo a bastarda de Mitterrand, com direito a segurança e que os franceses pagaram durante anos, sem saberem, através dos seus impostos. Se alguém quer ter uma vida privada inviolável nao se candidate a cargos públicos. Sobre o artiguinho, neste caso e naquela ocasião e sob aquele pretexto, já se deixou escrito acima.
quinta-feira, outubro 26, 2006
O Impensável enverga o seu melhor ar de paisagem de beira da estrada e agradece ao Miniscente a referência amável feita.
quarta-feira, outubro 25, 2006
Às 5 da manhã de hoje estava a ver a chuva. Excessiva, batida pelo vento quase morno, tinha pouco de europeia. As noites de chuva decentes são acompanhadas de frio cortante e ventos gélidos e cruéis e os cansados viajantes lobrigam ao longe, por entre as grossas bategas, um portão de quinta. Com a tocha, tentam decifrar, pelas armas ou pelo monograma do escudo sobre o portão, a quem pertence aquela casa onde esperam encontrar abrigo. A gravura francesa do séc XIX repete muito este tema que ilustrava coisas dos Dumas e dos outros menores.
terça-feira, outubro 24, 2006
Vantagens do affaire Equador e mais coisas que me aconteceram desde ontem: por causa do Equador, África etc, encontrei o meu «Impressions d'Afrique» de Raymond Roussel. Reli umas páginas, li o meu nome escrito numa letra que já não tenho, a dos meus dezoito anos, que foram há muito. É uma edição da Livres de Poche, comprada ou na Bertrand ou na Buchholz, com aquelas palavras do Cocteau. Nessa altura lia surrealismo, algumas coisas da Internacional Situacionista e lanchava amiúde na ci-devant Caravela whiskies quádrupulos (os empregados eram meus amigos ou irmãos de amigas, ou amigos de amigos) e panquecas. A generosidade do serviço obrigou-me a apurar um modo de cumprimentar estilizado, de facto subrepticiamente acrobático - e se era um entrar constante de gente a cumprimentar! - o que acabei por conseguir o qual foi, com o andar razoavelmente de bicicleta, um dos poucos achievements da minha vida. A par com estas lembranças rassurantes lamentei-me, ao ver uma fotografia de Roussell (que inveja daquele Rolls visitado por um Papa - e pensei nos outros dois, recostados a pensarem na missão), ao ver uma fotografia de Roussel, dizia, da falta que me faz um carré de poche num tom castanho escuro, quase negro, e resolvi, ainda ontem, que iria amanhã a Lisboa fazer compras, pelo menos essa compra. Mas, hoje, agora, que faltam parcas horas para o começo da execução dessa decisão hesito, hesito por preguiça - que ontem, já quase a dormir, descobri não apenas que tem base fisiológica quanto serve, afinal, para nos preservar da mesmice. Tivesse eu ondas mu (sim, sic) a funcionar como deve ser e não teria um blog. As ondas mu, umas das muitas ondas cerebrais, deixam de ser produzidas quando fazemos um gesto voluntário (abrir e fechar a mão, por exemplo). Mas - eis o importante! -, também cessam quando meramente vemos alguém fazê-lo, alguém fazer um movimento voluntário!... Poupa-nos à repetição do trabalho feito, avisa-nos da presença de uma voluntas nas cercanias. Evita-nos a condição de condenados à repetição, ao já feito. Eis o que não soube evitar, quando sucumbi à moda dos blogs. Outra coisa, agora, se não for a Lisboa, que lenço ponho?
Ainda o assunto MST:
Vejam-se aqui as similitudes.
O Blasfémias, por sua vez, apresenta - o que eu tinha conjecturado - uma terceira fonte ou, talvez, o caminho para uma primeira, comum e origem de todas três elencadas.
Menos explicável, no entanto, são as semelhanças entre os começos dos dois livros...
Enfim, estamos longe daquele amigo de Eça que tinha um tal horror aos plágios que dizia: «como diz X, - e citava o nome - "estou triste"!».
Devo advertir os meus leitores de que não li nenhum dos livros pelo que o que digo - e estas existências monótonas, como a minha é, são tão propícias ao dizer - é baseado no que vou lendo aqui e ali, onde vou, cosido com as paredes dos sites, farejar o escândalo, com medo de ser incluído no rol dos destinatários das pauladas do Dr. Sousa Tavares.
Vejam-se aqui as similitudes.
O Blasfémias, por sua vez, apresenta - o que eu tinha conjecturado - uma terceira fonte ou, talvez, o caminho para uma primeira, comum e origem de todas três elencadas.
Menos explicável, no entanto, são as semelhanças entre os começos dos dois livros...
Enfim, estamos longe daquele amigo de Eça que tinha um tal horror aos plágios que dizia: «como diz X, - e citava o nome - "estou triste"!».
Devo advertir os meus leitores de que não li nenhum dos livros pelo que o que digo - e estas existências monótonas, como a minha é, são tão propícias ao dizer - é baseado no que vou lendo aqui e ali, onde vou, cosido com as paredes dos sites, farejar o escândalo, com medo de ser incluído no rol dos destinatários das pauladas do Dr. Sousa Tavares.
sexta-feira, outubro 20, 2006
Paisagens
Num pálido desmaio a luz do dia afrouxa
E põe, na face triste, um véu de seda roxa...
Nuvens, a escorrer sangue, esvoaçam, no poente.
E num ermo, que o outono adora eternamente,
Vê-se velhinha casa, em ruínas de tristeza,
Onde o espectro do vento, às horas mortas, reza
E o luar se condensa em vultos de segredo...
Almas da solidão, sombras que fazem medo,
Vidas que o sol antigo, um outro sol, doirou,
Fumo ainda a subir dum lar que se apagou.
Teixeira de Pascoaes
Num pálido desmaio a luz do dia afrouxa
E põe, na face triste, um véu de seda roxa...
Nuvens, a escorrer sangue, esvoaçam, no poente.
E num ermo, que o outono adora eternamente,
Vê-se velhinha casa, em ruínas de tristeza,
Onde o espectro do vento, às horas mortas, reza
E o luar se condensa em vultos de segredo...
Almas da solidão, sombras que fazem medo,
Vidas que o sol antigo, um outro sol, doirou,
Fumo ainda a subir dum lar que se apagou.
Teixeira de Pascoaes
quinta-feira, outubro 19, 2006
Roubo das Jóias da Coroa Portuguesa
Para que a culpa não morra solteira e alguns burocratas pretensiosos sejam responsabilizados pela sua leviandade, para que o dinheiro não vá na voragem... e que as peças sejam substituídas por réplicas (ao menos isso).
Assine aqui
Para que a culpa não morra solteira e alguns burocratas pretensiosos sejam responsabilizados pela sua leviandade, para que o dinheiro não vá na voragem... e que as peças sejam substituídas por réplicas (ao menos isso).
Assine aqui
Krapps ouve, numa noite futura, gravações feitas por si em épocas diferentes da sua vida.
O que fazer connosco, com as sobras?
Ou, apressadamente, nada fazer,: 'Perhaps my best years are gone.
When there was a chance of happiness. But I wouldn't want them back.
Not with the fire in me now. No, I wouldn't want them back.'
Uma série de questões que não deixarão de encantar os nossos
leitores nestas tardes de chuva. As torradinhas com manteiga
e sobre elas marmelade, e eis-nos prontos para Beckett
e perguntas circundantes.
Pode ler mais aqui, e aqui.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Everlasting Voices
O SWEET everlasting Voices be still;
Go to the guards of the heavenly fold
And bid them wander obeying your will
Flame under flame, till Time be no more;
Have you not heard that our hearts are old,
That you call in birds, in wind on the hill,
In shaken boughs, in tide on the shore?
O sweet everlasting Voices be still.
Yeats
O SWEET everlasting Voices be still;
Go to the guards of the heavenly fold
And bid them wander obeying your will
Flame under flame, till Time be no more;
Have you not heard that our hearts are old,
That you call in birds, in wind on the hill,
In shaken boughs, in tide on the shore?
O sweet everlasting Voices be still.
Yeats
terça-feira, outubro 17, 2006
segunda-feira, outubro 16, 2006
Verosimilhança de quietude, com o fluir lentíssimo deste tempo de outono.
O post anterior foi escrito antes da chuva, que despertou em mim afãs de bicho diligente e zelador da sua toca e por aqui andei corre que corre, a fechar janelas, a ver bem se estão fechadas como deve ser, se está tudo bem. Enquanto ia de uma para outra, pensava onde pus os livros. Não todos, mas os que leio por estas alturas e que direi depois.
O que direi depois parece-me que ficou bem, coloquial e afável, como se espera quando o barómetro deixa de ser fiável e temos que ser nós a acolher alguma previsibilidade, mas tenho algumas dúvidas se conseguirei deixar o silêncio deste outubro.
O post anterior foi escrito antes da chuva, que despertou em mim afãs de bicho diligente e zelador da sua toca e por aqui andei corre que corre, a fechar janelas, a ver bem se estão fechadas como deve ser, se está tudo bem. Enquanto ia de uma para outra, pensava onde pus os livros. Não todos, mas os que leio por estas alturas e que direi depois.
O que direi depois parece-me que ficou bem, coloquial e afável, como se espera quando o barómetro deixa de ser fiável e temos que ser nós a acolher alguma previsibilidade, mas tenho algumas dúvidas se conseguirei deixar o silêncio deste outubro.
sábado, outubro 14, 2006
O Anarcoconservador já faz 3 anos!
Os muitos impensáveis parabéns e..... uhm... que presente dar a um anarca, mesmo conservador? Não creio que outra coisa que não uma bomba, mas destas, que qualquer leitor de Burke sabe serem mais temíveis do que as outras, de que esta.
Os muitos impensáveis parabéns e..... uhm... que presente dar a um anarca, mesmo conservador? Não creio que outra coisa que não uma bomba, mas destas, que qualquer leitor de Burke sabe serem mais temíveis do que as outras, de que esta.
quinta-feira, outubro 12, 2006
Le panache, le panache de Cyrano é, diz Rostand (discurso de recepção na Academia): «l’esprit de la bravoure. Oui, c’est le courage dominant à ce point la situation – qu’il en trouve le mot. Toutes les répliques du Cid ont du panache, beaucoup de traits du grand Corneille sont d’énormes mots d’esprit. Le vent d’Espagne nous apporta cette plume ; mais elle a pris dans l’air de France, une légèreté du meilleur goût. Plaisanter en face du danger, c’est la suprême politesse, un délicat refus de se prendre au tragique ; le panache est alors la pudeur de l’héroïsme, comme un sourire par lequel on s’excuse d’être sublime. Certes, les héro sans panache sont plus désintéressés que les autres, car le panache, c’est souvent, dans un sacrifice qu’on fait, une consolation d’attitude qu’on se donne. Un peu frivole peut-être, un peu théâtral sans doute, le panache n’est qu’une grâce ; mais cette grâce est si difficile à conserver jusque devant la mort, cette grâce suppose tant de force (l’esprit qui voltige n’est-il pas la plus belle victoire su la carcasse qui tremble ?) que, tout de même, c’est une grâce que je nous souhaite.»
terça-feira, outubro 10, 2006
Eurydice
Why do they weep for those in the silent Tomb,
Dropping their tears like grain? Her heart, that honeycomb
Thick Darkness, like a bear devours...
See, all the gold is gone!
The cell of the honeycomb is six-sided... But there, in five cells of the senses,
Is stored all their gold...
Where is it now? Only the wind of the Tomb can know.
But I feared not that stilled and chilling breath
Among the dust...
Love is not changed by Death,
And nothing is lost and all in the end is harvest.
Dame Edith Sitwell
segunda-feira, outubro 09, 2006
sexta-feira, outubro 06, 2006
É da Cecília Meirelles, que morria do que no mundo havia.
Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi.
Morro do que vivi.
Morro comigo, apenas:
com lembranças amadas,
porém desesperadas.
Morro cheia de assombro
por não sentir em mim
nem princípio nem fim.
Morro: e a circunferência
fica, em redor, fechada.
Dentro sou tudo e nada.
quinta-feira, outubro 05, 2006
segunda-feira, outubro 02, 2006
What Is Life?
Resembles Life what once was held of Light,
Too ample in itself for human sight?
An absolute Self - an element ungrounded -
All, that we see, all colours of all shade
By encroach of darkness made ?
Is very life by consciousness unbounded ?
And all the thoughts, pains, joys of mortal breath,
A war-embrace of wrestling Life and Death ?
Coleridge
Resembles Life what once was held of Light,
Too ample in itself for human sight?
An absolute Self - an element ungrounded -
All, that we see, all colours of all shade
By encroach of darkness made ?
Is very life by consciousness unbounded ?
And all the thoughts, pains, joys of mortal breath,
A war-embrace of wrestling Life and Death ?
Coleridge
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