Arrumações. Num dos livros a guardar no equivalente aos "Reservados" de uma qualquer biblioteca antiga, receitas de rissols ou, aportuguesando como o faziam naquela época, rissoles. No fim do século dezanove, o rissol, estou em crer, ainda era uma inovação em Portugal, ou se não já uma novidade, conservava-se longe do vulgo. O pobre rissol não descera ainda a longa escada da degradação, de que se imaginava, porventura, a salvo, quando, novinho, participava em piqueniques alegres, em grandes cestos ingleses sobre plaids de boa lã. Mal ele sabia, o pobre, que, estava condenado, a participar na prostituição da sanduíche em snack-tascas país fora depois de uma arrastada existência por festejos pobretes e nem ao menos alegretes. Não foi venturosa a história do pobre rissol, que quando pequeno eu cheguei a conhecer, conservando ainda um subtil laivo de estrangeirismo e de recheio muito cremoso e amarelo, feliz de salsa e limão.
Pobre rissol, pobres rissoles...
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