Aqui há dias deixei cruelmente subentendido o mau receber reinante nas lojas de Lisboa por comparação às de Coimbra. Ontem à tarde, cumpridas as obrigações que me levaram à capital, fui fazer compras. E dado o modo como tudo correu, tenho de deixar aqui a declaração honesta de que há lojas em Lisboa onde ainda é um gosto ir. Numa delas, uma camisaria, fui recebido como um filho pródigo, dada a minha longa ausência. Conversa simpática, divertida, desarrumação imensa do balcão, encomenda (modesta) feita. Encorajado pelo sucedido, visitei outras. Comprasse ou não comprasse, sempre um ar solícíto e atento. Entre as visitas às lojas, os táxis. Embora com greve, não esperei mais de três minutos por um táxi! A explicação para o fenómeno, que ouvi atentamente, relevava das férias escolares e da crise. A crise é cruel, sei-o, mas faz maravilhas no que respeita ao atendimento e ao passear à tarde em Lisboa.
Notículas: a) recebi um mail recomendando-me muito o filme do Gibson, que "era lindo". O autor do mail era um bom católico - ao contrário de mim que sou um mau católico, preguiçoso e desleixado, ou seja, tradicional - mas "lindo" parece-me um adjectivo muito impróprio e de mau gosto. Não vou nada ver o filme.
b) Num programa na Antena 2 - não sei se para a "juventude" - falam de música com "giríssimos!" e outros adjectivos exclamativos semelhantes. Os adjectivos, mesmo mais habituais abundam. Os substantivos, não sendo mal usados, rareiam.
c) Chegou a minha encomenda de Curzon Street e, de cá, os livros que tinha encomendado. Ambas com algum atraso. Eu, que sou impaciente, tenho usado estes atrasos habituais como disciplinas, e insisto em encomendas por telefone, correio, e "on line". Estou, todavia, longe de conseguir resultados: se não as esqueço, às encomendas, mirro-me com a espera, devo confessar
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