segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Em ocasião menos dramática do que a actual, Guerra Junqueiro clamava pelo assassinato do monarca.

domingo, fevereiro 27, 2011

Uma nota (pg. 35) no «Primeira Guerra Mundial» de Norman Stone deixou-me boquiaberto. Versa sobre Riezler, que presidiu à comissão criada pela presidência norte-americana para aquilatar da moralidade do uso da bomba atómica - que votou favoravelmente.

Acontece que Riezler tinha um passado que não o recomendava: fora, em 1915, o secretário do Chanceler Alemão Bethmann-Hollweg e nessa função promoveu a chegada de Lenine à Rússia; social -democrata e depois convertido ao marxismo, foi professor da Escola de Frankfurt e já nos USA ainda arranjou tempo para evitar que Karl Popper fosse professor na Universidade de Chicago.


Merece uma barraquinha com o nome na festa do Avante, mas creio que o BE e o PS poderiam também, sem desdouro, render-lhe homenagem.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Ontem, o destaque foi para o uso de uma arma paralisadora num preso que se recusava a limpar a cela e vivia na maior imundice. No vídeo, feito, ao que parece, pelos próprios guardas para “se salvaguardarem” assiste-se a um esbanjamento ridículo (com um grupo de intervenção!) ede meios com uso de um método doloroso para lidar com uma situação que devia estar identificada - e padronizado o meio de a fazer cessar. É que, como resultaria claro para qualquer mediano telespectador (sic) a situação era do foro psiquiátrico. Em qualquer país do 1° mundo dois enfermeiros e um calmante (não necessariamente por esta rodem) teriam resolvido a questão.
A questão não é a actuação da polícia, mas a não actuação dos serviços médico-psiquiátricos a quem devia ter chegado, há muito, a notícia das perturbações do preso e a actuação destes em conformidade, desde logo com a remoção do preso para um hospital psiquiátrico. Se os há.
A responsabilidade - até criminal - pelo barbarismo está mais acima.
As minhas viagens:

Comecei a noite n' A Cidade e as Serras e acabei no soneto 94 de Shakespeare.
Os passos intermédios do trajecto ficam comigo.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Um amigo perguntou-me pelo último livro de Gonçalo M. Tavares. Não tinha ouvido falar sequer dessa Viagem À Ìndia e resolvi investigar.

Da obra se diz que «O novo livro de Gonçalo M. Tavares editado pela Caminho vai marcar a literatura portuguesa, ocorrendo desde o seu lançamento um AVI (Antes de «Uma Viagem à Índia») e um DVI (Depois de «Uma Viagem à Índia»).[...]»
Não tinha dado fé, mas ao ritmo a que em Portugal aparecem obras-primas que dividem a nossa literatura entre antes e depois delas, quem me poderá assacar desleixo?

domingo, fevereiro 20, 2011

Estes meus Domingos de agora são duplamente deprimentes: por serem Domingos e por já o não serem.
E notazinha dominical e de atenção à realidade: o jaez dos lamentos da geração mais bem preparada prova a) que somos um país atrasado. E b) que esta geração perdeu a noção disso. O que c) é grave porque foi da consciência crítica e na reflexão sobre esse atraso em relação à restante Europa que se edificou o melhorzinho que tivemos nos últimos séculos.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

De um mail a um amigo a dar notícia de duas leituras que - como se tornou hábito - me recomendara na net

Comecei ontem a ler o ensaio [David Hume and the Conservative Tradition], que estou a achar muito interessante (mais do que o* dos tories anarcas, embora também bom e que ainda não acabei de ler).
Acho que já lhe dei há muito o encargo de me apontar leituras o que acabará por fazer de mim fará uma espécie de pupilo seu eheheh.
Fora isso, a minha principal actividade tem sido preguiça.
O inverno está rigoroso, com chuva e frio, bom para ficar em casa.
Leio Kiekegaard.
* e de onde consta: «Tory anarchism isn’t really an idea at all, just a intuition, but it’s meant to hint that tradition and authority are different from state power, and being right-wing doesn’t have to mean — and shouldn’t mean — being pious and meddlesome. It’s liberalism that’s damn near synonymous with the worst kind of piety and meddling.»

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Até agora nunca tinha posto em causa a lisura do processo eleitoral.
Com estas eleições parece que essa tranquilidade deixou de ter razão de ser.
Leia-se aqui.
Mais um degrau que se desce.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Em campanha (internética) contra o (des)acordo ortográfico.
É um compêndio dos nossos defeitos e de alguns dos brasileiros.
Os partidários portugueses do (des)acordo, embora de costas quentes pela penúria cultural governamental, rede de cumplicidades poderosa tecida de vaidades, cátedras, lisonjas e o tudo que é permitido pela entranhada falta de respeito por todos nós, não dispensam, ainda assim, o golpe baixo. Por seu lado, os brasileiros, com a atitude do caseiro enriquecido que compra o solar do antigo senhor, não conseguem disfarçar os primeiros olhares de proprietário, que acrescentam ao antigo ressaibo.
A má fé da transacção é evidente e os filhos do antigo dono começam a perceber que o negócio - ainda sem escritura em forma, mas já minutado, é mau.
É este o estado da coisa.
(Esta metáfora do pai nobre e dos filhos, que aqui são calaceiros bem intencionados, é usada para descrever o estado português e os portugueses há, pelo menos, 150 anos. Não há português que lhe não seja afeiçoado. Acrescentei o Brasil como caseiro enriquecido, o que equivalerá a assacar-lhe toda a maldade do mundo, ou pelo menos, parte dela).

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Mais um aniversário do assassinato d'El-Rei D. Carlos I e de Seu Filho, D. Luís Filipe.
Desse crime, preparatório do golpe de estado republicano, não resultou para Portugal qualquer benesse, porque os Mortos não eram tiranetes de opereta, mas o Chefe de Estado constitucional de uma monarquia parlamentar e Seu Filho.
Passados 103 anos, 100 deles de república, estamos perto da insolvência.