sábado, março 27, 2010

sexta-feira, março 26, 2010

Foi encontrado o corpo da desgraçada criança, que lutou para se soltar das mãos que o seguravam e se atitou ao rio para se matar.
A letra de Zeca Afonso:
«Minha Mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou.»
Que o tenha Deus.

quinta-feira, março 25, 2010

Atendendo a isto não é demasiado audacioso concluir que, depois das Conferências do Casino houve uma seca prolongada.
Não percebi bem as notícias: devo agradecer à Fitch ter procedido ao downgrade de Portugal? A única pessoa que disse, preto no branco, ser uma má notícia* foi a Dra. Manuela Ferreira Leite que, todos sabemos, tem mais de 35 anos, e não tem o charme e applomb do Incrível Sousa.
* e parece que os mercados e a imprensa internacional, mas essa gente não percebe.

quarta-feira, março 24, 2010

Se fosse um "c" em facto, ou o "c" de acção, diria que era obra do "acordo" ortográfico.
Agora, a queda de um A?...
O incrível primeiro-ministro anda no Norte de África a dizer coisas sobre "puxar o país".
Puxar na direcção de Alcácer-Quibir.
Depois da tragédia da perda do escol da sociedade portuguesa do fim do século XVI, a Alcácer-Quibir plebeia e burlesca desta gente medonha.
De bonne heure

Aquele ”eu é que não pago” tão sopeiral, tão regateiro, tão pátio triste de más cantigas em que nos tornámos, atirado pela
Medeiros faz-me pensar que a deputada tem letras a mais para representar um povo tão pagador.

terça-feira, março 23, 2010

Antes de me deitar, ouvi no Bloomberg alguém, tratado com muita deferência pelos entrevistadores, designar Portugal como um «another high risk small country». A frase metia um „another” porque ele falava da Grécia e do euro.
Não deve ter lido o PEC.

sexta-feira, março 19, 2010

A «Lusa» governamental e pressurosa aderente ao "acordo" ortográfico além do português estropiado que adoptou, não descura a sua calinada intemporal: com ou sem "acordos" e "reformas" Raul escreve-se assim mesmo, sem acentos no u, mas a «Lusa» escreve Raúl.
Pinto Sousa faz-me lembrar os últimos tempos de Salazar, quando este, já depois de operado e diminuído, ainda pensava ser o chefe do governo. Ninguém lhe tinha dito que já não era. Essa omissão, seja qual o motivo, continua a ser nossa vocação.

terça-feira, março 16, 2010

Em defesa de Constança Cunha e Sá, acusada nos últimos tempos, de socretinismo.
Ser, nesta altura, simpatizante do estado de coisas reinante é uma excentricidade equivalente a qualquer. Faz lembrar aqueles artefactos que as senhoras usam para, pelo contraste, mais se notar o charme delas.
Quem não tem as suas pequenas vaidades?
Faz hoje 185 anos que nasceu Camilo, numa casa do Largo do Carmo, em Lisboa.
Continua a ser um dos nossos grandes escritores - isto para falar apenas dos vivos.

segunda-feira, março 15, 2010

Quando é que são as eleições britânicas?
Embora a distância entre o funcionamento das instituições do Reino Unido e as de Portugal seja muito grande, gasto um naco da minha saloiice a alvitrar que um novo governo em Inglaterra se há-de revelar profícuo para a descoberta da verdade material no caso Freeport.
Lembrar aos mais esquecidos que em Inglaterra não há boçalidades de aldeia do jaez do "segredo de justiça".
A Inglaterra é um país decente do primeiro mundo.
Os protestos eram justificados: « Em Lisboa, o inverno 2009/2010 foi o mais chuvoso desde 1870, com 775 milímetros, segundo o IM.»

sexta-feira, março 12, 2010

A lei frouxa, ou interpretada frouxamente, ou feita já assim, em nome dos sociologismos, tem um corolário necessário: a desprotecção dos mais fracos.

quinta-feira, março 11, 2010

Amuse bouche: Constança Cunha e Sá disse há dias o que eu, que sou pão, pão, queijo, queijo (de preferência num bom restaurante) há muito penso: é a economia. De facto, nada mudou para quem continuou a trabalhar e os subsídios e as redes de solidariedade familiar têm permitido amortecer o efeito do desemprego .
Por isso, apenas agora, à medida que se vai percebendo que chegou a altura da classe média começar a pagar a sua cegueira, começo a esperar mudanças.

Entretanto, gostei de ouvir uma evidência - o que vai sendo raro por aqui: a Dra. Manuela Ferreira Leite falou verdade e tinha razão.
«Números do INE não são simpáticos» diz Teixeira dos Santos.
Pois não, são antipatiquíssimos, é uma teima que os números têm com este governo. Invejas...
Ainda o que nos vale é que não há nenhuma crise política, conforme assevera o Sr. Presidente da República.
Não fora o meu péssimo pessimismo e veria que Portugal vive, afinal de contas, tempos felizes.


Sheherazade, a propósito de coisas sem fim.

terça-feira, março 09, 2010

Nuno Morais Sarmento, abstraindo agora das singularidades políticas que assaca ao chefe de estado, veio colocar a questão onde há muito a suspeitávamos: na higiene.
Portugal tem falta de asseio.
E alguém tinha de nos dizer.

segunda-feira, março 08, 2010

A escola da criança que se atirou ao rio - e ainda quero pensar numa mera fuga - resolveu abrir uma comissão de inquérito. Como o infeliz era martirizado há mais de um ano, podiam começar os comissários pelo seu próprio despedimento, merecido mesmo que não se venha a confirmar a notícia da morte da criança.

sexta-feira, março 05, 2010

Sobre Portugal, lembrar que, tal como dizia Freud dos sonhos, todas as personagens - tudo - somos apenas nós.

Não desalentar.
Clausewitices
Vi, entrecortadamente, parte do frente-a-frente de Rangel e Aguiar Branco. Depois, vi parte do «comentário» ao debate, feito por Ricardo Costa.
Quem ouvir esta gente fica com a impressão que as questões políticas, a economia, o destino de Portugal é, por outros meios, uma mera continuação do campeonato de futebol.

quinta-feira, março 04, 2010

No meio desta desgraça toda, é ser português rir a bom rir com os telefonemas para o Rei de Espanha.

Convido quem por aqui passar que me acompanhe numa boa gargalhada.

quarta-feira, março 03, 2010

Se o que Manuela Moura Guedes diz sobre os telefonemas do Pinto de Sousa ao soberano espanhol é verdade - e nada leva a pensar que o não seja - Don Juan Carlos deve achar bem estranho este país que, enquanto no parlamento nega um voto de pesar pelo assassinato El-Rei D. Carlos I, tio-avô* do Monarca espanhol, tem um primeiro-ministro a solicitar-lhe empenhos para calar notícias incómodas em Portugal...
E daí, talvez não estranhe. Estranhar o quê? É a mesmíssima miséria moral: às claras e a ocultas.
Da inteligência como cold cream capaz de dar algum apaziguamento.

Prof. Paulo Tunhas, em "i" - (está escrito em português não estropiado):

«...Ou que nos abstenhamos rigorosamente de atribuir intenções às acções dos outros, algo que é constitutivamente impossível aos seres humanos, ou então que decretemos, por um acto mental violento, que uma parte da informação de que dispomos pura e simplesmente não existe e que a substituamos pela conveniente ficção de uma realidade mais conforme aos nossos desejos. Este último tipo de solução enquadra-se naquilo que a filosofia discutiu sob vários nomes: "mentira interior", "mentira orgânica", ou, mais banalmente, "auto-ilusão". Nas palavras de Simone Weil, trata- -se de uma "submissão a uma sugestão consciente e desejada". Será preciso explicar em detalhe os malefícios desta opção? »
O que se vê em leaders políticos não é uma animação. De todos, Paulo Rangel, embora com defeitos dispensáveis, parece-me o mais capaz de trazer alguma sensatez de volta. Isso me basta.
Conviria, no entanto, isto lembrando-me do debate de ontem, de que vi parte - que não esquecesse que, em Portugal, para ser modicamente sensato é necessária uma imensa energia e firme determinação.
Creio que Paulo Rangel (e muitos outros) não se apercebeu ainda verdadeiramente do estado moral do país.

terça-feira, março 02, 2010

As más e as boas notícias económicas continuam a ser escandalosamente unexpected, como já tinha reparado aqui.

A coisa não é nova e Miss Prim aconselhava com razão a Miss Cardew que saltasse o capítulo sobre a rupia. Hoje em dia as finanças gregas e um pouco as espanholas (como, aliás, sempre se suspeitou) não são leituras para se fazerem de ânimo leve, devendo ser evitadas por adolescentes e ministros das finanças mais sensíveis.
Sinal dos tempos conturbados: só ontem reparei que as árvores da frente (Prunus cerasifera, var. pissardii , sabedoria importada no Dias com árvores) já estão em flor.
É este o espírito! (Não o de 1640 mas o imorredoiro espírito de 1580)
(e isto dito sem graças, que muitos dos que escolheram a União com Espanha - a UE do tempo, afinal - fizeram-no movidos por preocupações semelhantes às que hoje têm, honestamente, muitos)

segunda-feira, março 01, 2010

Parece que há mais de mil prédios em risco de ruína em Lisboa.
Não se percebe porquê: a nossa legislação é sempre tão moderna! A legislação do arrendamento tão única, tão exemplar, tão sem igual por essa Europa... que não se sabe a que atribuir esta miséria.
Não pode o governo decretar que os prédios não se encontram em risco de ruína? Não pode a lei da gravidade ser declarada ilegal pela assembleia da república ou pelo tribunal constitucional, ou pelo presidente da república, ou pelos três juntos?
Essencial apoiar.