Será que é no final de Si Versailles* m'était conté, que Madame de Sévigné, dirigindo-se a Le Grand Turenne, Molière, Madame de Montespan, Fénelon diz com éclat e agudeza que «Louis XIV c'est nous»?
Quando vejo, hoje, esta gente a clamar contra a liberdade, do Soares de Chávez e dos que se calaram com o fim do Jornal de Sexta, à demais gentalha preocupada com a privacidade do primeiro-ministro, que se insurge contra a jurisprudência dos tribunais internacionais em matéria de liberdade de expressão, ou o quase geral silêncio perante a proposta de tribunais especiais para julgar jornalistas, quando penso na impassibilidade quase geral perante ignomínias difíceis de encontrar por esse hemisferio norte, lembro-me do mot de esprit da Marquesa e penso que também todos eles - quase todos nós - podiam exclamar o que só os cegos não querem ver: Salazar fomos nós, somos todos nós - sem ao menos o cepticismo lúcido dele.
Depois de escrever este post li este, soberbo; por qualquer motivo, lembrei-me deste que escrevi.
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