Depois de ter lido o discurso de Sua Santidade o Papa Bento XVI vi um senhor na televisão, muito douto, a explicar que o Santo Padre citou o Corão a despropósito e mais não sei o quê. Fiquei com a sensação de que é preciso ser muito, muito culto, um erudito, para falar sobre o Islão sem ofender os muçulmanos que, ao contrário dos cristãos, são muito ciosos da sua crença e zangam-se - coisa que os cristãos não têm o direito de fazer (nem a necessária paciência).
Da próxima vez que ocorrer uma lapidação ou amputação, o que devo fazer de correcto face ao entendimento do Corão? Possso indignar-me, achar que tudo aquilo é uma terrrível selvajaria ou devo calar-me em respeito às especiais susceptibilidades dos maometanos, tentando compreender as vantagens da suposta desumanidade e admitir que a minha indignação que me parece tão natural é, afinal, toda ela feita de ignorância?
Espero que, nessa ocasião - que, como cristão, tenho a esperança que não chegue - os eruditos do islão expliquem como interpretar correctamente tais actos de que o meu cristianismo obnubila o significado ou me alegrem, afirmando claramente que apedrejar alguém até à morte ou até «meramente» amputar são medonhas coisas.
Leiam o discurso papal. E se tudo o que o Ocidente é de bom, da Magna Carta aos antibióticos, da democracia à genética - passatempo de monges -, digamos, apenas foi possível por ter entendido Deus do modo como o fez e o Santo Padre magistralmente explicou?
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