Quarta-Feira estive em Lisboa para tratar de assuntos - fúteis, todos eles.
Saído do alfaiate, fui almoçar à Bénard. À saída, uma manifestação anti-Benetton. Subi e desci a ladeira com algum cansaço, entre o Silvas e a Fnac: as poses de dedicada acrobacia em frente às estantes levaram-me a algumas meditações sobre os limites, se não da curiosidade literária, do esqueleto humano; agora pratico com os
livros o que estabeleci para compras de supermercado: compro o que está à vista, à altura dos olhos.
Rumei para outras paragens a ver se a colónia já tinha chegado: que não, o "parfum" ainda não viera. Não é "parfum" nenhum, mas uma colónia,inglesa e sensata, empírica como a estética de Jane Austen (vd. último TLS), raios partam a possidonice que campeia em má e pretensiosa pronúncia. Depois daquela, precisava de um banho de sensibilidade e bom senso e resolvi que, com Abril à porta, se impunha escolher algumas camisas. Decidi-me por umas tantas, alegres e bem dispostas e o único momento desagradável foi o decidir se sem ou quem bolso e o formato do colarinho, em que hesito sempre para além do razoável.
A viagem para cá foi agradável, sobretudo rápida, e mergulhei até cair de sono na leitura dos "Diários" de Jorge de Sena. Ontem, fiquei todo o dia na contemplação feliz de, em princípio, nada ter para fazer em Lisboa nos próximos tempos.
Esqueci-me de ver se tinha já saído a edição do D. Quixote traduzida pelo Miguel Serras Pereira. A que tenho é a do Aquilino e as criticas que a ela fez Castelo Branco Chaves pareceram-me sempre certeiras.
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