Vi esta vitória da AD (o único projecto político a que aderi de alma e coração) como algo de natural, o desejo de aggiornamento do país, ou pelo menos de uma parte importante da classe média (de uma classe média antiga, sofisticada, educada o suficiente para sentir e meditar o nosso atraso, com a consciência que o problema nacional era político e não resolúvel por ímpetos tecnocráticos, fossem eles os mais bem intencionados) e que conduziria atrás de si o resto de Portugal. Pensei que nos iríamos aproximar da média europeia no funcionamento das instituições políticas e civis. E que o mesmo se passaria com a situaçao económica.
Com Camarate - a 4 de Dezembro de 1980 - percebi que tudo seria mais difícil - embora estivesse longe de supor quanto. Não esperava do PS, sozinho ou em coligação, senão a manutenção do status quo e apercebi-me cedo que os governos de Cavaco Silva (com as palermices do português novo - e do sucesso), não iriam tratar do essencial, que era - e é - a dimensão e o lugar do estado na vida portuguesa.
Quanto a isso, a única novidade é que o estado evoluiu de mero obstáculo a activo corruptor.
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