quinta-feira, maio 29, 2008

No Sapo, ainda a propósito do caso da criança da Praia da Luz, uma observação da imprensa inglesa sobre uma possível acusação de abandono ou negligênca a proferir contra os Mccan: «Porque seriam acusados um ano depois, quando nada mudou desde o primeiro dia? Se eram culpados de negligência, deviam ter sido acusados há meses atrás». A isto poderia responder verdadeiramente qualquer jurista português que ainda não decorreu o prazo para a acusação.
Entre as duas lógicas, uma revolução indústrial e séculos de tradição de respeito pelos direitos de cada um.
As bombas de fragmentação estão a caminho de serem ilegalizadas em Dublin. Não sei se o banimento abrange todas as minas terrestres, mas espero que sim.
As ideias humanitárias que estão por detrás dessas proibições são, na sua essência, conservadoras e antigas: privilegiam a reciprocidade - de que a igualdade jacobina e de esquerda é uma pobre, aborrecida e perversa parente - e fazem-no em detrimento da eficácia; lutam contra a igualdade massificada no infortúnio e preocupam-se com a actualidade da resposta, evitando que uma arma colocada anos antes mate ou fira outrém sob o manto da fatalidade.
A reciprocidade na guerra é aceitação do perigo mútuo: ninguém pode provocar um mal a outrém sem ficar exposto ao contragolpe. (É a lealdade - na guerra e em tudo). Por isso a possibilidade de um único artefacto, manobrado por muito poucos ou um só homem poder causar a morte a muitos, tal o caso da metralhadora, provocou o imediato repúdio de Luís XVI; um sentimento conservador que a esquerda no poder não podia sentir quando adoptou, sem hesitações e em nome do progresso, a guilhotina, a grande igualizadora, não já usada em guerra, mas contra a própria população civil pelo estado iluminista.
Além da preocupação com a reciprocidade, que as minas ofendem, vem de longe o cuidado com o tempo: rancores ou ódios eram sentimentos em que não se gastava por demais o engenho e os arrependimentos e perdões - alguns com o seu quê de caprichoso - muito usados na edificação do tédio, originavam um apurado sentido da actualidade da resposta. Alguns provérbios e quase esquecidas regras de educação são sobrevivências dessa compreensão do repentino e do fugaz em quietos tempos.
O importante é que com velhas coisas esquecidas, vamos fazendo o inventário à herança do pobre século XX.

quarta-feira, maio 28, 2008

A preguiça, mais do que a prodigalidade, leva à extravagância. Lembro-me de duas desculpas oficiais que não admitiam réplica - talvez por o seu destinatário ser o próprio prevaricador: «O barato sai caro», por vezes seguido por um «não estive para procurar mais» e outra, mais sapiencial, que continha um esboço inicial de admissão de culpa pela rapidez com que se sucumbia, sem luta, perante a adversidade («Estava um calor! Uma África, não encontrei ninguém!...») logo seguida do seu refrigério: «e depois, não há barato e bom! E dura uma vida, acabo por poupar». Estas desculpas, com levíssimas mudanças davam mais ou menos para tudo, coisas e pessoal doméstico (mas talvez, também, para questões sentimentais) e vim a perceber que não eram uma originalidade, que eram de uso muito comum com o fito de desculpar essas pequenas causas subalternas e acidentais (um cansaço, um dia de calor excessivo) que apareciam como verdadeiros motivos da derrota da sensatez.
Ultimamente, tenho-me perguntado como justificamos esta preguiça de não nos ocuparmos nós mesmos dos nossos assuntos. É que o Pinto de Sousa não é o barato que sai caro, pelo motivo simples de que não é barato, mas caro - e muito caro; nem é, certamente, «o caro mas bom e que dura uma vida». Se não o tencionam tirar de lá nas próximas eleições comece-se a arranjar uma outra desculpa, mais convincente, para apresentarmos às gerações futuras. Não, não, não vale aquela do «coitadito, tem família, deixe lá, é uma esmola!»

segunda-feira, maio 26, 2008

Ilustrações


75% Divine Commande (Bach, Agnus Dei)


75% Existencialism (Léo Ferré, Spleen)

domingo, maio 25, 2008

Um contemplativo, é o que é.

What philosophy do you follow? (v1.03)
created with QuizFarm.com

Divine Command

75%

Existentialism

75%

Hedonism

70%

Utilitarianism

65%

Kantianism

65%

Justice (Fairness)

50%

Apathy

40%

Strong Egoism

40%

Nihilism

25%

(via Afinidades Electivas)

Tinha acabado de ler aquela estupenda imagem da gravilha no Pastoral, tinha já lá deixado os meus agradecimentos pela gargalhada, quando pensei que tinha de vir aqui chamar a atenção dos meus 7 cabalísticos leitores sobre a boa prosa que se lê naquele blog. Mas era tão pouco, vir aqui. Lembrei-me: e se fora numa corrida dizer a Charlotte, a senhora do imenso Bomba? Fui. Mas, lá chegado, logo vi pregado na porta, com o caixilho de ouro, o parágrafo que me movera à jornada. Sim, o da gravilha. Eu sei que Charotte não erra, mas lá que voltei uma pouco cabisbaixo, isso voltei. Não há post que lhe escape!

sexta-feira, maio 23, 2008



Não vou.
Se fosse para assinar o Manifesto pela Língua Portuguesa (ali ao lado), ia.
Mas, como já assinei, não vou.

quinta-feira, maio 22, 2008

A coisa começa logo pelo director do Banco de Portugal, o socialista Victor Constâncio, que ganha mais do que o director do FED, o equivalente do Banco de Portugal nos Estados Unidos da América, sendo que um contínuo do mesmo banco deve ganhar muito menos do que o seu congénere do FED...
Confesso que quando soube desta, não apenas toda a consideração que tinha pelo economista se dissipou como - há sempre uma lição a tirar - aproveitar para meditar sobre as nossas fomes ancestrais e atávicas e a nossa proximidade à rapina, de que, ainda na semana passsada falava Vasco Pulido Valente.
Entretanto, estranho sempre que o Dr. Constâncio possa viver sem ser constantemente confrontado, seja onde for que vá dentro do país, com esta escandalosa imoralidade, com este ultraje a milhões de portugueses.
Voltando a assuntos mais gerais (confesso que o constante Constâncio é um dos meus ódios de estimação) Portugal deve ser, também, o país da UE onde o estado directa ou indirectamente mais intervém na economia, onde a sua presença na sociedade é mais intensa e constante. Afinal de contas, Porugal parece gostar de votar à esquerda.
O número das assinaturas do Manifesto já vai em 40100.

Não deixa de ser agradável que tanta gente se queira manifestar sobre o destino da sua Língua, por algo de que não tirará quaisquer vantagens materiais.

quarta-feira, maio 21, 2008

Chegou hoje o Motteten que comprei por ter lido este post.
Embora não saiba pensar a música, estou a ouvi-lo desde que chegou. Estou, por isso, muito grato pelo conselho e creio que não deixa de ser um modo de dar os parabéns - mesmo atrasados - ao Crítico de que sou atarantado leitor desde que apareceu.

terça-feira, maio 20, 2008

O Manifesto aproxima-se das 40 000 assinaturas, o que me parece um facto inédito e tão significativo quanto a quase unanimidade com que foi votado na assembleia da república o tal protocolo modificativo do acordo constituir, em qualquer país decente, um incomensurável escândalo, pela admissão pública que é - e infame, e desavergonhada - do desrespeito pela vontade dos representados.

40 mil assinaturas, obtidas apenas na internet, num país como Portugal, e onde se contam os maiores vultos da cultura portuguesa, não podia - nem por uma espécie de hipócrita vergonha - ter deixado de produzir, houvesse o mínimo de boa fé dos representantes, uma hesitação, um escrúpulo, que se havia de traduzir na votação. Tudo, menos aquela unanimidade que é a do desprezo, do autoritarismo, da impunidade, da mediocridade, do atraso vil e servil, enfim, de tudo o que faz do nosso destino, dos nossos dias de hoje, a tristeza acabrunhante em que vivemos.
Saiba o presidente da república perceber que o melhor do Portugal que ele representa, que a ideia mesma de portugalidade se contém e foi e é perpetuada por alguns dos nomes que assinam aquela Manifesto pela Língua Portuguesa.
Haja respeito.
Ou finjam algum.
Assim é que não.
Além dos blogs fque fazem anos, há os que já deixaram de os fazer.
Um desses é o impecável Intelligo.
Ontem lá fui dar e por lá estive, em volta do Sôbolos rios que vão.

segunda-feira, maio 19, 2008

O Almocreve das petas fez cinco anos.
Parabéns e muitos cartapácios descobertos em escusos alfarrabistas.
Mas, e refiro-me ao post aqui de baixo, o que me afligiu verdadeiramente enquanto tomava o pequeno-almoço no restaurante do Sud-Express e olhava os longes rudes, não foi tanto o dinheiro dissipado quanto aquilo que Vasco Pulido Valente nos vem lembrar termos escondido de nós mesmos: o facto de de Portugal ser, afinal, um remoto lugar, longe, muito longe de tudo.
E, no entanto, se nos lembrarmos dessa distância, quanto coisa do que nos rodeia - e de nós -fica explicada.
Há dois anos, sentimentalmente, resolvi vir de Paris de combóio. Já em Espanha, relembrei-me das estações espanholas de há uns anos e reparei no diferente que estavam, diluída a diferença de outros tempos com o além-Pirinéus. Adormeci cedo, perto de San Sebastian e só acordei com o anúncio da chegada à estação de Vilar Formoso: anúncio numa voz antiga, de involuntárias e tristes rispidez e aspereza, aquele "Estação de Vilar Formoso", martelado e metálico, soou-me mofino e envelhecido na demora com que emudeceu na manhãzinha desolada, silenciosa e muito azul de Verão.
Sentei-me, então, acabrunhado, quase atordoado, a tomar o pequeno-almoço e lembro-me de me ter perguntado o que se fizera a tanto dinheiro, a tanto milhão europeu, e como tudo soçobrara perante a granítica inércia do nosso atraso. Com a mesma incredulidade com que Jacintho vira desaparecer toda a sua bagagem, perguntei-me aonde foram tantos fundos, como podiam ter desaparecido sem deixar rasto.
Desde essa altura, quando oiço anúncios de modernidades e coisas que nos mudarão, lembro-me daquela manhã.
Ontem, ao ler a crónica de Vasco Pulido Valente, ainda uma vez pensei no tempo parado da estação de Vilar Formoso.
Transcrevo aqui, do Público:
«(...) Para começar, e ao contrário do que secularmente proclamou a retórica literária e oficial, a posição geográfica isola Portugal do mundo. Nunca, evidentemente, "entrámos" no Mediterrâneo e, no Atlântico, uma potência pobre e pequena não podia aspirar a um papel duradouro e relevante. A "civilização" escorreu para cá muito devagar e com muito atraso. Apesar de uns nódulos por aqui e por ali, o país não se industrializou. E o primitivismo da produção doméstica (como a exiguidade do mercado interno) não permitia uma expansão comercial sólida. Vivíamos da terra, de alguns "negócios", da rapina. A classe média, essa, vivia do Estado: do emprego, do subsídio, do privilégio, do subsídio. Era, e é, uma classe parasitária. Mudar a economia portuguesa implica mudar uma velha cultura. O que não se faz subindo ou descendo ou IVA ou o IRC. Ou com a panaceia do investimento público, que o "fontismo" no seu tempo inventou. Precisamos de espaço, de espaço físico e "espaço humano". Por outras palavras, precisamos de transformar Portugal numa sociedade cosmopolita e de esquecer as fronteiras, que nos sufocam e limitam. A única resposta à crise perene do país não é "nacional". A nova emigração já compreendeu essa realidade básica. E a "Europa", ou parte dela, compreenderá a seu tempo - e com a nossa ajuda - as vantagens da imigração.»

sábado, maio 17, 2008

Há qualquer coisa de malsão, de profundamente maldoso, no deitar fora alimentos que qualquer um de nós comeria sem qualquer hesitação; mais: pelos quais - doces caseiros, fruta «orgânica» - haveria muita gente de chic gauche disposta a pagar exorbitantes quantias.
Não esqueçam que esta crueldade - porque de crueldade se trata - é o resultado de acções da administração publica, da qual o 1º responsável é o primeiro-ministro socialista do governo socialista português.
Os miguelistas tinham códigos pouco subtis: aos inimigos, as forças liberais chamavam bestas. Quando as tropas adversárias se movimentavam ou, ao invés, bivacavam, avisavam-se por meio de mensagem das "bestas em movimento" ou "desinquietas" ou das "bestas paradas".
Muito ri quando li este código de tão fácil decifração. Até ontem.
Ontem, quando soube do resultado da votação, lembrei-me da velha cifra e dei comigo a pensar que era mais subtil e inteligente do que apressadamente julguei: é que as bestas são sempre os outros! O autor deste «blog», por exemplo, foi uma besta em nada ter feito, na parte que a si competia, para evitar a existência, em Portugal, de uma classe política que tem o mais completo desprezo pela vontade popular e decide a seu bel-prazer em matérias que deviam estar acima da saloiice canalha. Foi uma besta, mas só o descobriu em toda a extensão da desgraça, há horas, ontem, dia de luto para a cultura portuguesa.
Neste país suícida onde tudo morre, a paisagem, a história, a esperança, a boa fé, cometeu-se sem vergonha, sem rebuço, sem o menor escrúpulo, um acto inqualificável, imoral, criminoso e impolítico (como disse Pessoa), na sua desnecessidade e abuso.

sexta-feira, maio 16, 2008

Estava a pensar: como parece que tanto os portugueses como os brasileiros não atinam com a matemática nem com a física era bom fazer-se um acordo, uma coisa modernaça que envergonhasse o mundo, tal como acabámos de fazer agora.
Os brasileiros já começaram e nós temos de seguir o exemplo:
Quem diz isto é um professor brasileiro, muito conhecido por lá, Ubiratan D‘Ambrósio.
Vejam que ainda temos de andar:
«Os pais tem a melhor das intenções, só que foram enganados pelo sistema, prestam atenção em coisas mais acessórias do que o fundamental, que é a situação difícil que vivemos. Para eles terem outra compreensão, as autoridades, os professores, precisam ajudar a abrir os olhos dos pais para o fato de que o mais importante não é a matemática, mas as relações humanas.”
O professor reconhece a impossibilidade da sociedade resolver grandes problemas sem a matemática e seus instrumentos, até cita a questão da falta de água que pede a intervenção de engenheiros para buscar soluções, mas acha que há problemas maiores. “A sociedade não é feita só de engenheiros que irão cuidar da água. A matemática é muito importante na sociedade tecnológica moderna, porém há outros pilares da sociedade que estão sendo colocados de lado, como as relações humanas que estão ofuscadas pela busca por uma melhor matemática.»
Estão a ver? O que é preciso são as relações humanas! E pelo quilate dos nossos políticos, tão bem ilustrado pelo "Porreiro pá!" do primeiro-ministro e pelo inesquecível "Safa! Safa!" do actual presidente da república, matéria prima para mais acordos e modernizações é o que não falta.
E acrescenta o sábio brasileiro: «Mas a matemática que está na escola só reconhece as regras e formalismos desligados das reflexões mutáveis de acordo com o ambiente em que se está.”»
Estão a ver? Não é só a lingua que estava desligada do ambiente: é, também, a matemática! Nunca vi uma sociedade com tanta mutação com a brasileira ou a portuguesa! É extraordinária a riqueza da vida intelectual destes países.
Queram algo de ainda mais significativo?
Atentem nesta visão revolucionária, de outro brasileiro sábio a propósito do ensino da matemática:
«Esta interação didático-pedagógica com os conteúdos matemáticos traz ao acadêmico a oportunidade de verificar as possibilidades de trabalho quando este tiver desempenhando o papel de educador.
Entretanto, estes métodos devem ser utilizados com cuidado, para que não tome a forma do método tradicional já declarado um grande formador de barreira social, considerado como um filtro social. Deve-se tomar o cuidado de não priorizar o pensamento lógico, tampouco a sistematização de conceitos, para que as aulas não se tornem desmotivadas. (realces e itálicos impensáveis)

Percebem agora porque motivo eles achavam ser inevitável o tratado!?
A assembleia da república aprovou o «acordo ortográfico» entre dois países analfabetos e atrasados, onde a fome sem metáfora é uma realidade.
Os deputados, que não prestam quaisquer contas aos seus eleitores, muitos deles semi-iletrados, votaram como seria de esperar.
Ainda havia gente pró-acordo preocupada. Gente abençoada! Supor que os deputados tivessem um mínimo de respeito por quem os elege é não conhecer isto, esta miséria apalermada e cheia de si em que se vive.
Espero que os animadores do manifesto não esmoreçam, no que me parece um verdadeiro atentado ao património histórico e um abuso de autoridade já que a ortografia, produto da história e património de todos, não é legislável, ferindo estes «acordos» direitos fundamentais.
Talvez algum tribunal, nacional ou internacional perceba o que esta miserável gente não percebeu.
Creio que vou seguir este princípio enunciado no Andarilho: «Mais, enquanto consumidor, a nível pessoal ou empresarial, devolverei á procedência qualquer documento, proposta de contrato, fornecimento ou aquisição de bens ou serviços, escrito em Portugal cuja ortografia apresente aquilo que considerar como erros. »
P.S. Há muito que já votava em branco.
Deixarei, a partir de agora, de votar em qualquer eleição para o parlamento.
Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incommodassem pessoalmente, Mas odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa própria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ípsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.
Sim, porque a orthographia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-m'a do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.


FERNANDO PESSOA

quinta-feira, maio 15, 2008

À hora do almoço não sei quem e um tal Laurentino falavam do compeonato do mundo de futebol de não sei quando e que, dizia esse outro que aparece sempre em coisas de futebol, seriam precisos setencentos milhões de euros em publicidade, creio, para que Portugal tivesse uma "visibilidade" igual à que resultaria do tal campeonato se o co-realizasse.
É questão de perguntar onde estão os benefícios concretos, trazidos a Portugal pela loucura de 2004: os investimentos, etc., que resultaram da «visibilidade».
Provem o que ganhou o país com 2004 e depois falem do assunto.
O Presidente da República calou-os há uns tempos, mas esta gente reincide com um descaramento e despudor notáveis.
O efeito deletério do governo socialista de Portugal:
Conseguiu-se o que habitualmente apenas as guerras conseguem: a população portuguesa descresceu o ano passado, o número das mortes foi superior ao dos nascimentos.

quarta-feira, maio 14, 2008

É um pouco palerma vir invocar a ignorância da lei, quando é certo que ninguém se pode valer dela, e muito menos o primeiro-ministro em funções, mas, mesmo assim, o pedido de desculpas foi um ganho no estado de subdesenvolvimento de vida democrática em que estamos.
Ouvi esta manhã várias emendas atentíssimas, respeitozinhas e obrigadinhas ao soneto do cigarrinho do Sousa e do Pinho, todas elas de pé quebrado.
O facto de o vôo ser fretado poderia levar a que fosse permitido fumar, não fossem duas pequenas coisas: não houve qualquer indicação de que fosse permitido fumar e houve todas de que o não era. Admite-se que num vôo fretado por um privado, pago com o dinheiro do seu privado bolso, respeitadas as normas da aviação civil, seja permitido fumar. Mas num avião fretado e pago com dinheiros públicos? Nem pensar.
A atitude do Sousa mexe com todos os princípios de uma democracia e do estado de direito no que respeita à igualdade e respeito perante a Lei: nesses sentido, o caso tem a gravidade de quem invoca um privilégio não apenas inexistente, mas inadmissível. Poder-se-à dizer, como Fouché, dos cigarrinhos arrogantes do Sousa que pior do que um crime, foram um erro.
Espero que o pague caro, que estou farto desta gente.

terça-feira, maio 13, 2008

A coisa é simples: as leis não se lhes aplicam!
O mais sagrado dos princípios da democracia, o da igualdade perante a lei é letra morta.

Que fazer desta gentalha que nem sequer cumpre as leis que faz? Que se não respeita nem sequer se dá já ao trabalho de fingir respeitar-nos?
O 1º Sousa está na Venezuela.
Com tanto petróleo, políticas de colónia, possíveis sinecuras universitárias & associadas e, por aqui, a falta de dinheiros para contentar as súcias das culturas, ainda temos outro acordo ortográfico.
Y por que não? Já adaptei o meu teclado aos ñ. Não é falta de vergoña, é antecipação.

segunda-feira, maio 12, 2008

"[...] a inércia de uma sociedade que adopta o telemóvel, mas não é capaz de se abrir a novas formas de cultura"

e

"Digo um rotundo não ao Acordo Ortográfico. A Língua é obra de Cultura."

Vitorino Magalhães Godinho, em entrevista ao Expresso.
Sobre o leilão dos título e bens do Independente, escreve Vasco Pulido Valente:
«Fundado em 1988, O Independente é inseparável do "cavaquismo", ou seja, de uma época de esperança e prosperidade. Portugal não voltaria à "cauda da Europa" e tinha à sua frente um futuro de ouro. Quem não concordava com isto era, evidentemente, um "velho do Restelo". No ridículo entusiasmo em que se tornara a ortodoxia oficial, O Independente nunca se iludiu. Esteve sempre contra a arrogância e as certezas do Governo e (pelo menos, no primeiro mandato) contra a irresponsável retórica de Soares. Na oposição, só ele existia. O que o PS, reduzido a uma completa impotência, nunca no fundo conseguiu engolir e o que, infelizmente, levou Paulo Portas para a política e o CDS.Mas falar de O Independente sem falar na liberdade que Miguel Esteves Cardoso trouxe ao jornalismo português não faz sentido. O Terceiro Caderno raspou a solenidade e a pompa de uma geração que, da esquerda ou da direita, herdara as tradições do "respeitinho" indígena. Depois do Terceiro Caderno não se escreveu mais como se escrevia antes. Claro que a iconoclastia empurra sempre para o excesso e que, de quando em quando, se pisou de facto o risco do bom senso e da simples decência. Resta que ler ou escrever no Indy foi um privilégio. Portugal precisava hoje de um terramoto igual. A mim o que me custa, naquele horrível leilão, é a facilidade com que se deita fora uma história exemplar, alegre e rara, na subserviência e na mesquinhez da cultura instalada.»

domingo, maio 11, 2008

That sacred Closet when you sweep—
Entitled "Memory"—
Select a reverential Broom—
And do it silently.'

Twill be a Labor of surprise—
Besides Identity
Of other Interlocutors
A probability—

August the Dust of that Domain—
Unchallenged—let it lie—
You cannot supersede itself
But it can silence you—

Emily Dickinson

sábado, maio 10, 2008

..............................
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los queira ou não queira!

João de Deus

sexta-feira, maio 09, 2008

«Também em Portugal o passado se recusa a passar. Não vale a pena falar do sucessivo fracasso de sucessivas "modernizações". Nem da ética da miséria e da esmola, que não deixou de prevalecer. Basta olhar para a dissolução da República. Portugal é o único país do Ocidente em que, depois do colapso soviético, sobreviveu (e prospera) um partido comunista com a força do nosso. Portugal é o único país do Ocidente em que o autoritarismo, acompanhado ou não pela insignificância e a mediocridade, é uma recomendação decisiva para o eleitorado. E Portugal é o único país do Ocidente que espera do Estado a sua salvação. A política não criou um português diferente, como tanta gente (boa e má) sonhou: um português tolerante, democrático, solidário, com autonomia e iniciativa. A política mascarou o português que por aí anda com alguns sinais de civilização. No resto não tocou».

Vasco Pulido Valente, in Público

quinta-feira, maio 08, 2008

Este governo tem, de vez em quando, uns atribulados breves encontros com a realidade.
Agora foi a propósito do arrendamento, repositório de todas as demagogias ao longo dos últimos anos. O governo socialista já produziu uma lei nova que teve o inesperado mas nem por isso menos estimável mérito de ser do mas inerte alguma vez produzido entre nós.
Agora, querem não sei o quê, mas como o mal está no excesso de regulamentação, na total inexpressividade da vontade negocial do proprietário - e não sendo de esperar desta gente o restabelecimento da liberdade contratual em todos os arrendamentos em vigor e de futuro (habitacionais e comerciais) - não creio que voltemos a ter, por agora, mercado de arrendamento.
P.S. Vi o Sousa por breves momentos no debate parlamentar da moção de censura. Ar feliz, impante, contente consigo mesmo, a gostar de se ouvir.
Quem diria que temos fome e miséria a 30 km dali!
Das seis da tarde a esta hora, uma e meia da manhã, mais de 2500 pessoas assinaram o Manifesto.

Se o Presidente da República e os deputados não perceberem o que isto significa, o que daqui se pode - e deve - retirar, ai de nós que nos entregámos nas mãos de bestas.

quarta-feira, maio 07, 2008

O ministro da cultura - o tal que, segundo a pitonisa profana da situação podia ser ministro do que bem quisesse - achou «divertidíssima» (sic!) a questão levantada pela APEL (Associação Portuguesa Editores e Livreiros) sobre o acordo.

Pondo de lado os méritos ou deméritos do argumento, é desde logo escandaloso que um ministro reaja com tal leviandade e sobranceria a uma questão que parece concitar a oposição de um grande número de portugueses, se não da maioria deles, e de grandes nomes da cultura portuguesa.

Isto bastaria para que o tom da reacção fosse outro.
Isso é o facto de neste país que para o senhor ministro será giríssimo e fictício e borbulhante haver gente com fome, numa altura de enormes dificuldades, desalento e profunda crise.

Não tenho quaisquer esperanças e seria de significar desde já a futuros governantes que este tratado é para desfazer; resistir ao que vem aí e não se permitir que as crianças aprendam uma língua sem história, (re)talhada a bel-prazer de vaidades, mediocridades e obstinações autoritárias.
O Manifesto atingiu os 15 000 subscritores e será apresentado na Assembleia da República.
Que os deputados se lembrem que não estão na AR senão a representarem-nos e que devem exprimir e respeitar a nossa vontade - que os elegeu.
Que se lembrem que não têm outra forma de legitimação.
Que saibam servir aqueles seus mandantes a quem devem respeito e prestação de contas.
Tudo isto é tão simples...
Para os que gostam de brandir números, alguma da realidade por trás deles:

(Embora se não trate de Brasil versus Portugal, mas de estados português e brasileiros versus populações)

«No Brasil existem 16,295 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Levando-se em conta o conceito de "analfabeto funcional", que inclui as pessoas com menos de quatro séries [=anos lectivos] de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões.»

e continua:

«Em apenas 19 das 5.507 cidades brasileiras o total da população frequentou a escola por pelo menos oito anos. O estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), indica que aproximadamente oito milhões de analfabetos do país se concentram em 586 cidades brasileiras, com as maiores taxas aparecendo nas capitais. Só na cidade de São Paulo, campeã em números absolutos, são mais de 383 mil pessoas. No Rio de Janeiro, são quase 200 mil.
O município de Jordão, no Acre, lidera a taxa de iletrados: 60,7% de seus 4,45 mil habitantes não sabem ler ou escrever. Em Guaribas, no Piauí, a cidade-piloto do programa Fome Zero, a população tem a menor média de anos escolares cursados do país - um ano e um mês.»
Talvez o tratado seja a minha idée fixe desta Primavera, mas antes isso que a febre dos fenos.
O acordo é uma pulhice inconcebível em qualquer democracia avançada e nem sequer devia ter existido, mas, não é nada pacífico que esteja em vigor: há condições que não foram preenchidas (elaboração do vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa no que se refere às terminologias científicas e técnicas, por exemplo - interessante notar que tudo o que se traduziria por trabalho efectivo não está feito).
O espantoso, porém, é alguém que foi ministro da cultura escrever isto, achar que é uma situação muito preocupante e não ter lutado pela denúncia do tratado que institui o acordo, ficar-se por uns escandalosos paninhos quentes.
Mas esta tibieza miseranda não tem de ser, necessariamente, a nossa sina triste: sei que a denúncia do tratado seria uma atitude de uma grande coragem, própria de um grande político, coisa que não temos, mas mesmo assim não é impossível; e lá porque são fracos e timoratos, não venham clamar a inevitabilidade da coisa: nada é inevitável, muito menos tratados internacionais: a históra está pejada deles e alguns, ao serem rasgados, impediram muita desgraça.
"Essa idéia messiânica, utópica de que a unificação vai transformar o português em uma língua de relações internacionais é uma tolice"

Sobre o acordo ortográfico, a sensatez brasileira do Prof. Cláudio Moreno

terça-feira, maio 06, 2008

Vai em 11050 o número daqueles que assinaram até esta altura o Manifesto. Estamos a falar, julgo, de dois dias e meio desde que está disponível online.
É uma resposta considerável no país do deixa andar e que me dá alguma alegria.
Por outro lado, infelizmente, a pobreza da nossa vida democrática e o pouco ou nenhum respeito que o poder político tem pelo povo levam-me a crer que "a coisa está feita", se não for esmagadora a amplitude do protesto e grande o susto com a qualidade intelectual de quem encabeça este Manifesto naquela gente aberta a todas as vacuidades que lhes pareçam «modernas»: o Bloco de Esquerda achou o acordo bom porque permite a co-gestão (sic) da língua! Não faço a menor ideia do que isso seja e, se for alguma coisa, como seria tal fazível. Creio que a luminária - que gostaria de submeter a um ditado - um tal Lavouras, não terá a mínima ideia do que está a dizer, mas é uma frase que ele deve ter achado cabível na noite lisboeta. Que, com os nomes grandes que agora apareceram à frente do Manifesto, eles percebam que o seu entusiasmo está longe de ser uma última moda convicente (terá sido para vender a "coisa" a esta gente que saliva com novidades que Carlos Reis se apressou a apodar os opositores ao acordo como adeptos de concepções conservadoras de ortografia, expressão que ele bem saberá ser despida de qualquer sentido, de qualquer significado...).
Sobre o autismo, solidões e pressas:

No Brasil a história é vendida ao contrário:

"O problema é Portugal, que está hesitante. Do jeito que está, o Brasil fica um pouco sozinho nessa história. A ortografia se torna mais simples, mas não cumpre o objetivo inicial de padronizar a língua", diz o embaixador Lauro Moreira, representante brasileiro na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)

No entanto, para ele, Portugal não tem motivos para a resistência. "Fala-se de uma pressão das editoras, que não querem mudar seus arquivos, e de um conservadorismo lingüístico. Isso não é desculpa".

A coisa estava preparada para este ano, conforme o mesmo jornal: "Não há um dia marcado para que as mudanças ocorram (...) Mas a previsão é que a modificação comece em 2008,"
Aliás, é apresentada como um facto consumado (mesma fonte): "O Ministério da Educação [do Brasil]prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia. "Esse edital, para os livros que serão usados em 2009, deve ser fechado com as novas regras", afirma o assessor especial do MEC, Carlos Alberto Xavier. "
Agora mesmo, leio do DR. Carlos Reis: "Deve Portugal manter-se agarrado a uma concepção conservadora da ortografia(...)? pergunta ele.
Ocorre logo que é a concepção prevalecente na grande língua do futuro, do Inglês, aquele que veicula a esmagadora grande parte de todos o saber... E quem usa o Inglês, mesmo os brasileiros, não escreve ation, nem atual nem fatual, mas sim action, actual, e factual. A ortografia do português daqui está, por isso, agarrada às mesmíssimas «concepções conservadoras » que regem a ortografia da grande língua universal e, por isso, mais próxima dela do que a ortografia do português do Brasil (aliás, não consta que os nossos primos, tenham pedido à Grã-Bretanha e outros países de expressão inglesa, USA, Canadá, Austrália para que aproximem "a grafia da articulação fonológica" como diz aquele académico).
Atrevo-me mesmo a alvitrar que o Brasil, com o grande gosto que tem pelas novidades e pelo futuro, será capaz de adoptar, um dia que seja mais desenvolvido, uma grafia semelhante à portuguesa, para facilitar a aprendizagem do inglês.

Mais pergunta o DR. Carlos Reis, Doutor honoris causa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, se "É curial ou inteligente ignorar o muito que o Brasil faz, por muitas vias, para a afirmação internacional da Língua Portuguesa?"
Muito modestamente, creio que mudarmos o modo como escrevemos é um modo bizarro de agradecimento, e a questão não é de ingratidão ou bons modos... Mas teria ficado muito mais grato ao Brasil se se tivesse dedicado meramente a afirmar a lingua portuguesa dentro do Brasil. E creio que os infelizmente ainda muitos analfabetos brasileiros que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever na sua língua pensam o mesmo.

Ah, o DR. Carlos Reis considera o comportamento dos opositores ao acordo como autista. Parece-me um termo um pouco ousado para classificar alguns dos grandes dos pensadores portugueses.
E as assinaturas do Manisfesto ultrapassaram, em 3 dias, em vários milhares o número exigido para a propositura de um candidato à presidência da república.
Uma coisa se torna evidente: nenhum órgão de soberania poderá «resolver o assunto» como se fosse um acto de mero expediente ou refugiar-se em qualquer espécie de consideração que ignore o que tudo leva a crer: que os portugueses se opõem a este acordo.
Há dias uma ong - apesar de desconfiar das ongs - classificou a democracia portuguesa num péssimo lugar entre as europeias. A pior nota foi a da democracia do quotidiano. Espere-se que melhore já nesta questão do acordo ortográfico.

segunda-feira, maio 05, 2008

Manifesto sobre o Acordo Ortográfico: aproximadamente 6700 assinaturas em 48 horas.
Gostava de saber, a sério que gostava, como se pode a gente entusiasmar e discutir temas destes. Um ou outro, este ou aquele, o que influi isso nas nossas vidas?
Por mais que queria pensar de outro modo, acho que pode ter mais repercussão no nosso dia a dia o resultado das eleições nos USA ou as de Espanha e, monárquico, só voto nas presidenciais em caso comprovado de legítima defesa.
Lastimo pensar assim, porque sempre é um tema de conversa que se vai e eu, que já não falo de futebol, não me posso ter caprichos na questão dos assuntos de conversa sob pena de se tornar evidente que falo sozinho.
Portugal caminha para uma apagada, vil e paupérrima tristeza.
As notícias de hoje sobre novos casos de fome na região de Setúbal são um contraponto dramático ao discurso novo-rico oficial.

Conviria que nos perguntássemos sobre o porquê desta quase impossibilidade de lidar com a realidade e de fugir dela com projectos de uma alucinada insensatez (tgvs, aeroportos gigantes) herdeiros dos delírios barrocos de D. João V.
A petição aqui ao lado está uma animação.
Os nomes do Prof. Vitorino Magalhães Godinho e de Eduardo Lourenço, duas das maiores figuras da cultura portuguesa contemporânea e, seguramente - de sempre - esses nome bastam, pela sua simples presença, para fazer ruir os argumentos que eram brandidos por alguns entusiastas do «acordo» e com que pretendiam desacreditar quem se opõe a tal acto, reduzindo-os uma mancheia de saudosistas decrépitos, apegados a velhas fórmulas, incapazes de compreender as novas mudanças e, quiçá, até pouco expeditos intelectualmente, cegos para a envergadura do que está em causa.
Como nenhum dos signatários proponentes padece dessas menoridades, será interessante saber que argumentos irão usar.

Houve, há meses, uma outra petição da internet que também foi assinada por milhares de pessoas.
A sua autora - que não conheço - Andreia Martins Gonçalves, tem direito a um lugar de honra nesta luta pelo bom senso, pelo direito de, com serenidade, podermos continuar a sentir o labor do tempo nas palavras que, depois de tantos outros que nos antecederam, nos cabe agora usar e preservar.
Graças ao comentário de JPG, posso acrescentar os nomes de Nuno Raimundo e João Trindade como subscritores de outras duas petições.

sábado, maio 03, 2008

Obrigações & Devoções

Assinar a petição on line em
DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AQUI

É uma honra, por uma causa tão nobre poder juntar o nosso ao nome de grandes vultos da cultura portuguesa (Eduardo Lourenço ou Vitorino Magalhães Godinho, Aguiar e Silva, entre outros) neste manifesto que Vasco Graça Moura promoveu.
Esperemos que o bom senso prevaleça.
Entretanto, via Ler chega-se ao artigo do The Independent, onde ficamos com uma noção de como uma jornalista expedita apreende o essencial: The proposal to be put before parliament on 15 May would standardise Portuguese around the world and change the spellings of hundreds of words in favour of the Brazilian versions. The measure is largely a response to commercial interests. But for the once proud imperial power, whose language is spoken by 230 million people worldwide, it is a blow to national pride comparable to Britons adopting American spellings and writing, say, "traveler" instead of "traveller".
Percebe-se o prestígio que a assiantura do «acordo» nos está já a trazer e de como nos vêem, hoje, lá de fora.

sexta-feira, maio 02, 2008

De outros passeios pelos blogs:

blogs que, mesmo individuais, estão possuídos por uma lógica de repartição - que digo? - de direcção-geral ou de ministério, com políticas e posições oficiais e, por vezes, até verdadeiros mal-estares entre colegas de serviço, zangas, indignações. Todos os portugueses são vários, dizia Pessoa, e de facto. Bem, mas vai-se lá e, sem querer, está-se a recitar o nº de contribuinte e a espreitar pelo écran como por um daqueles guichets com má visibilidade onde se vai buscar a senha para ir para a fila esperar pela vez de ler o post-decreto-lei, ou o post-portaria (que, às vezes, se limita a revogar outro post).
Tudo muito estranho para quem acha que os blogs são para brincar, um lego ou carrinhos, que são o equivalente de uma coisa dessas.

quinta-feira, maio 01, 2008

Da minha volta pelos blogs.

FNV afirma que Rui Tavares desmontava com excelência, no Público, o tremendismo de Vasco Pulido Valente. Confesso que não li o artigo de Rui Tavares, mas a tarefa não me parece difícil: somos, como é hábito, a inveja da Europa e o brilho do futuro luso ofusca o vasto mundo.