quarta-feira, junho 11, 2008

Estão dezenas de milhares de cidadãos a tentarem demonstrar a insensatez que rodeia o chamado acordo ortográfico quando o governo decide, por meio do seu ministro da cultura, começar a revelar os intentos últimos da coisa: Portugal e Brasil, vão «participar, e a nossa participação é essencial na criação de um estado mundial de ordem baseada no direito e de progresso"[sic!!!!]» ( e «Portugal fará tudo que estiver ao seu alcance neste sentido, em parceria fraterna com o Brasil e com todos os outros países da CPLP». Bem, e onde entra o acordo? É que, segundo se depreende do discurso do ministro Ribeiro, Portugal e o Brasil não se entendem: segundo ele, «o entendimento entre todos os falantes da língua portuguesa e a sua divulgação "constituem o instrumento indispensável" na resolução de problemas de coesão social, desenvolvimento, democracia e segurança.»
Eis a verdade revelada! O Acordo é apenas o instrumento humilde de um novo mundo, de uma nova ordem universal e que sabemos nós, pobres mortais, disso?
Ribeiro é ministro de um país arruinado, onde existe fome e onde todos os dias, já que falamos de cultura, se perde património cultural por desleixo e falta de verbas. O discurso foi proferido num país onde o programa "Fome Zero" foi usado como um importante trunfo eleitoral pelo actual presidente e onde existem dezenas de milhões de analfabetos...
Perante isto, que indicia a incapacidade de resolver problemas básicos e prementes - fome, analfabetismo - fala-se da construção do estado mundial de direito e no progresso.
É um infeliz e triste exemplo de um pensamento delirante.

2 comentários:

Bic Laranja disse...

Ordem e progresso...
Cumpts.

impensado disse...

A coisa é muito brasileira e eles lá têm a grandeza delirante que a escassez da terra aqui limita.