domingo, junho 29, 2008
Daqui: «A aberração surge na regulamentação do subsídio de maternidade, constante do art. 4º, n.º 2: "o subsídio social de maternidade é garantido às mulheres nas situações de parto de nado-vivo ou morto, de aborto espontâneo, de interrupção voluntária da gravidez (...)" É mesmo assim: de súbito e sem pré-aviso a "interrupção voluntária da gravidez" surge equiparada à maternidade, para efeitos de definir quem tem direito a receber o subsídio social de maternidade.O acto voluntário de quem recusou a maternidade aparece contemplado com o subsídio que a lei anuncia e proclama como destinado a reforçar a protecção social da maternidade!O aborto, que já é financiado pelos impostos de todos no sistema nacional de saúde, dá ainda direito ao "subsídio social de maternidade"!Assim se tropeça, pelo meio de um diploma e metida a martelo, com a prioridade social deste governo: estimular o aborto. Este não é apenas um acto livre e gratuito (ou seja, cujos custos são suportados pelo Estado). Passa a ser também um acto subsidiado pelo Estado.»
sábado, junho 28, 2008
A autora é a famigerada Margarida Moreira.
Estamos entregues a charlatães de feira.
sexta-feira, junho 27, 2008
Só volto a falar do tempo em Setembro.
quarta-feira, junho 25, 2008
Vem a súplica por isto. Via este blog.
Nem sei explicar. Nem é a notícia em si, por si: que vão em férias e arejem a cabeça. O que me deixa num estranho torpor de desânimo é que me lembro logo do criado do Dâmaso Salcede, o tal que, passada a amizade do seu amo com Carlos da Maia, deixou os sapatos de polimento e voltou à chinela de que gostava e o patrão não estranhava nem lhe censurava.
Assim a investigação e, no geral, pensar e reflectir são chics desnecessários, que nos apertam as meninges até ao extremo desconforto do polimento. Pensar dói, se apertado na rigidez de formas novas e o nosso pobre corpo caloso faz-nos sofrer a cada passo entre hemisférios.
E para quê tudo isto, se vem tudo lá de fora já pensado?
Ou seja, o meu P mudo, que até agora era euro-afro-asiático-oceânico e servia para indicar o timbre da vogal precedente, passará a ser brasileiro, e é por ser brasileiro e por não ser mudo na norma culta brasileira que eu vou poder continuar a escrevê-lo muda e ortograficamente em Portugal. »
Do post do Prof. António Emiliano no Em defesa da Língua Portuguesa.
terça-feira, junho 24, 2008
segunda-feira, junho 23, 2008
Não sei se a voz de Manuela Ferreira Leite é a voz pela qual clamamos. É, desde já, uma voz educada, civilizada, que sabe bem ouvir, depois da estridência roufenha com que Pinto de Sousa berra ao país as mentirolas canhestras que engendra. Por mim, estou farto de gente malcriada.
sábado, junho 21, 2008
O infeliz morreu sufocado.
Ontem foi conhecida a sentença aplicada à médica e a uma das enfermeiras (a outra fugiu). Pagaram de multa, cada uma perto de 80 contos, se bem ouvi.
No mesmo dia, uma mãe que provocou a morte do filho foi condenada a 5 anos de prisão, mas pena suspensa...
Isto não é humanitarismo, nem teorias ou políticas criminais modernas.
sexta-feira, junho 20, 2008
quinta-feira, junho 19, 2008
Este maltratado de Lisboa traz-me melancólico.
quarta-feira, junho 18, 2008
E se é contagiosa! Hoje pasmei ao ler a resposta de Bénard da Costa à Prof. Pires de Lima (e se eu gosto do Benard e menos da antiga ministra!): aquilo não se escreve e a única desculpa que pode ter são os maus exemplos e as más companhias
Por isso, a melhoria súbita, de um ano para o outro, dos resultados em matemática (menos 39% de negativas) só nos pode elucidar sobre a ineficácia dos embustes usados para melhorar artificialmente resultados. E, no meio de tudo, valha-nos isso.
segunda-feira, junho 16, 2008
Há muitos anos, uma senhora a quem o empregado da livraria que sempre a aconselhava em matérias literárias tinha vendido a tradução portuguesa, perguntava, ligeiramente temerosa, num jantar, depois de, em voz baixa, se certificar que o vizinho de mesa tinha lido: "mas ele saiu de casa para comprar rins?"
domingo, junho 15, 2008
Alguns repentes de leaders europeus em reacção aos resultados do referendo irlandês fazem-me crer que não foi em vão que Mugabe esteve em Lisboa como convidado da Presidência da UE. Tudo leva a crer que foi ouvido com muita atenção.
Mas, basta de lamentações: o jantar foi agradável, os hors d'oeuvres bons, como se faziam quando eu era pequeno (alguém lembrou um restaurante desse tempo, famoso pelos acepipes), não se falou de absolutamente nada interessante, o que não deixa de ser repousante. Começámos a jantar no jardim e só no fim do jantar houve queixas de frio.
sábado, junho 14, 2008
O estado, ao que se sabe, está interessado em ficar com os documentos - que sendo em grande parte constituídos pelo dossier Crowley poderão ser comprados por ingleses - e parece que quer opor-se, por meios burocráticos, à sua possível saída.
Seria de esperar que o estado pagasse o que lhe pedissem, ou solicitasse o direito de preferência no leilão, tudo soluções expectáveis para um governo tão preocupado com a Língua Portuguesa e com o governo futuro do mundo, mas parece que é mais fácil e barato fazer reformas de ortografia - a que Fernando Pessoa chamava actos imorais - do que abrir o cordão à bolsa (que é a nossa).
Entretanto, ainda não se sabe para onde irá a Biblioteca do Instituto Português de Arqueologia que tem de mudar de local. Estas pequenas coisas parecem ligeiramente mais difíceis de realizar do que participar no governo mundial em parceria com o Brasil, graças à adesão à ortografia brasileira.
sexta-feira, junho 13, 2008
quinta-feira, junho 12, 2008
quarta-feira, junho 11, 2008
Perante isto, que indicia a incapacidade de resolver problemas básicos e prementes - fome, analfabetismo - fala-se da construção do estado mundial de direito e no progresso.
É um infeliz e triste exemplo de um pensamento delirante.
terça-feira, junho 10, 2008
O bem que por acerto ou sorte vinha;
E, por exprimentar que dita tinha,
Quis que a Fortuna em mim se exprimentasse.
Que nem ter esperanças me convinha,
Nunca nesta tão longa vida minha
Cousa me deixou ver que desejasse.
Por ver se se mudava a sorte dura;
A vida pus nas mãos de um leve lenho.
Já sei que deste meu buscar ventura
Achado tenho já que não a tenho.
segunda-feira, junho 09, 2008
domingo, junho 08, 2008
sexta-feira, junho 06, 2008
quinta-feira, junho 05, 2008
quarta-feira, junho 04, 2008
Andava à procura de umas coisas do Dylan Thomas, tornado, por decisão irrevogável deste fim de primavera, um acquis definitivo; umas coisas ditas por ele, talvez passar pela Amazon, mas que não era o assunto mais importante: precisava de pijamas, Derek, como resultara do mesmo braçado de decisões irrevogáveis, a marca estendida agora aos de Verão, consequência do fim dos Regojo. Não sei como - e ir ver ao histórico está fora de questão, mas creio que meteu Sontag - fui parar ao yé-yé (um yé-yé souple et un peu dédaigneux) e acabei hesitante entre Antibes (critério fonético) e Majestic (critério histórico) em homenagem a Bardot, ontem multada por xenofobia: gosto de ex-beldades louches et troublantes.
terça-feira, junho 03, 2008
Escreveu ontem, no DN, a Prof. Isabel Pires de Lima - anterior ministra da cultura:
segunda-feira, junho 02, 2008
Junho, de novo, já.
Estou a precisar de férias, de férias a sério, como lembra Agustina - que, inesperadamente, como sempre, reentrou nas minhas leituras - mas das férias de outros tempos que eu ainda faço. Em Amarante, nas férias faziam-se versos, diz ela. Eu releio Eça. Nada melhor do que "A Ilustre Casa de Ramires", deste começo, para me sentir em férias: «Desde as quatro horas da tarde, no calor e silêncio do domingo de Junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia de Santa Irenéia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila-Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo "Fidalgo da Torre") trabalhava numa Novela Histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número dos Anais de Literatura e de História, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.»