quinta-feira, abril 07, 2011

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

Valete, Frates

in Mensagem, Fernando Pessoa

2 comentários:

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Impensado,

o fátuo acho que sei quem é. Custa-me é a descortinar algum fogo...
Pobre País!
Abraço

Tiago Couto disse...

De volta aos anos 60!

Visita http://palavrasdechocolate.blogspot.com/2011/04/de-volta-aos-anos-60.html E vem saber um pouco mais sobre os anos 60 em Portugal!