terça-feira, janeiro 31, 2012

É hoje o centenário de SAR, a Senhora Infanta Dona Adelaide de  Bragança, neta de D. Miguel e Infanta de Portugal

Para além das qualidades pessoais, que a fazem credora da admiração dos Portugueses, que não perderiam em conhecer melhor a sua vida, com  uma condenação à morte pelo regime nazi e depois, menos emocionante,  a acção social em Portugal ao longo de muitos anos,  a Senhora Infanta liga-nos de um modo muito directo a um período histórico já remoto. A sua longevidade, conjugada com nascimentos  tardios (seu Pai nasceu quando o Rei D. Miguel tinha já 51 anos, e o Pai de Dona Adelaide tinha, por sua vez,  59 anos à data do  seu nascimento,  em 1912).
Assim, convivemos hoje com  a sobrinha-neta do Rei D. Pedro IV,  (sim, o da estátua do Rossio, sendo  seu Pai  primo direito da Rainha D. Maria II, de quem a Infanta é, por isso, uma próxima segunda prima.
Pelo seu nascimento e pela sua vida, a  Infanta Dona Adelaide é alguém muito longe da habitual mesmice.

O Impensável apresenta os seus respeitosos  parabéns a Sua Alteza Real


Uma notícia sobre a Infanta, aqui


sábado, janeiro 28, 2012

Há numerosas votações por unanimidade na Assembleia da República.
Algumas, como a do «acordo ortográfico» são, para além de insultuosas, de todo incompreensíveis porque recaem sobre assuntos que dividem a opinião dos portugueses e Portugal pretende  fingir ser uma democracia representativa.

O mistério esclarece-se, no entanto, facilmente: basta lembrar a lei eleitoral e o processo de nomeação dos deputados, que dependem inteiramente dos chefes dos partidos e respectivos caciques.

É que tudo continua  como aqui se explica:

«- Agora, meu amigo, com a tio do Cavaleiro ministro da Justiça e o José
Ernesto ministro do Reino, vai Deputado pela círculo quem o André
Cavaleiro mandar.[...]
«De resto (declarara o Cavaleiro, rindo) aquele Circulo de Vila-Clara constituía uma propriedade sua - tão sua como Corinde. Livremente, poderia eleger o servente da Repartição que era gago e bêbedo.»

Eça de Queiróz, A ilustre Casa de Ramires

sexta-feira, janeiro 27, 2012

O meu feriado favorito

Para o que lhes havia de dar...
Sobre o «acordo» ortográfico

O «acordo» é um assunto da(s) maçonaria(s), que tomou a seu cargo os desejos da(s) sua(s) congénere(s) brasileira(s). Na posse deste dado, a que convém acrescentar as revelações recentes, o que lhe parece agora estranho ficará claro: a falta de discussão no parlamento, as pequenas e maiores sabotagens, os apoios que falecem, as adopções pelos jornais, a imposição nas escolas pela ministra alçada, mulher de vilar, maçon ou para-maçon, ex-presidente da Gulbenkian que pagou o dicionário do malaca, não terá qualquer dificuldade em perceber. O impulso processual deste «acordo» foi dado por Sarney, o ex-presidente brasileiro que junta à sua pertença à maçonaria o lugar na academia brasileira de letras - a que atribuiu recentemente o seu maior prémio a Ronaldinho Gaúcho,  Acrescente-se a isso uma corrupção tropical, combinada com anseio dos literatos lusitanos de não haver quem os compra  (como Flaubert já notava a propósito de outras gentes) e ter-se-á a receita miserável do «acordo».

Um dos erros cometidos pelos intelectuais portugueses sérios, do Prof. Victor Aguiar e Silva ao Prof. António Emiliano, terá sido o de pensarem que os seus reparos demolidores, que reuniam a qualidade académica à sensatez, se imporiam a este atrevimento rufia.

A questão, no entanto, como disse o malaca*,era política, não línguística, e o Estado Português, colapsado, não podia  - nem pode ainda - dar a resposta devida.

E como vejo no governo representantes dessa massa falida que é Portugal hoje, não creio que a coisa mude tão rapidamente. Mas mudará!

* permito-me um idiossincrasia ortográfica: escreverei sempre com minúscula os nomes relacionados com os responsáveis pelo «acordo».

quinta-feira, janeiro 26, 2012

É quando ouvimos o Primeiro-Ministro britânico falar sobre a loucura que seria uma «taxa Tobin» no espaço europeu que relembramos que a Revolução Industrial foi em Inglaterra.

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Creio que já se percebeu que de mudanças teremos o mínimo possível.
E da  alarvidade campónia da «nova» lei do arrendamento às manobras do regente do status quo da união nacional, o maçon Relvas, tudo indica que o futuro não será risonho.
Com  inquietação se deve registar o aparente alastrar da pacovice a quem a  deveria ser imune, quanto mais não fosse, pela contínua exposição à realidade exterior. Esperemos que não tenhamos mais anúncios de pontos de viragem.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Ontem à noite, ensaio do Warburg sobre o retrato de Lourenço de Medicis, por Ghirlandaio, na Capela Sassetti.
Pesquisa na net sobre pormenores do fresco, com a opção  semelhantes. Verifico, com algum espanto, que o google lê o retrato de um modo que o Dali da Bordadeira de Vermeer não desdenharia.
O método paranóico-crítico daliniano usado pelo google assemelhou  Lourenço e os Sassetti   à imagem abaixo.



quarta-feira, janeiro 11, 2012

Nada muda nem se vislumbra com  que  tal se assemelhe.
Não se lobriga uma ideia sobre  o futuro.
Convenhamos, essas ausências não são, necessariamente, o pior.
Num país falido, desorientado, exangue,  impõe-se e proíbe-se: um «acordo» ortográfico que é um crime e fumar.
Isso é verdadeiramente mau.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

DECLARAÇÃO DE DESOBEDIÊNCIA AO dito ACORDO ORTOGRAFICO

Do Prof. Doutor LUIZ FAGUNDES

«Como cidadão, e como linguista e professor que se ocupa da História da Língua Portuguesa, e porque entendo que – primeiro – o Acordo Ortográfico é um chorrilho de asneiras desnecessárias e inúteis, e que – segundo – não compete ao Estado decidir como é que eu devo escrever a língua que herdei dos meus antepassados (e que escrevo tal c...omo a Sr.ª D. Graziela me ensinou na escola primária da Serreta), do mesmo modo que não compete ao Estado decidir que remédio deverei eu utilizar para as dores nas costas (competência que apenas reconheço ao meu médico), declaro aqui solenemente que me recuso a escrever o Português à maneira atoleimada e anti-histórica que me tentaram impor.

Este é, até ao momento, o meu único acto de desobediência civil.

Mas é consciente.»

Que se subscreve, entusiásticamente.

domingo, janeiro 08, 2012

quarta-feira, janeiro 04, 2012

A escassez de dinheiro não será o que mais incomodará um país  com séculos de pobreza, apenas por um momento posta de parte.
Voltarão as artimanhas para matar fomes - um entranhado e genuíno  gosto pela austeridade não será a menor.

domingo, janeiro 01, 2012

De Viena, o Concerto de Ano Novo.
Era dessa Europa, a que pertencemos por direito - e as Cinco Quinas estão bem presentes em Viena -, que eu achava, ingenuamente, que Portugal se iria aproximar com a entrada na CEE.

Bom ano de 2012 e coragem (lembrem-se que já só nos faltam as qualidades)!