O Manifesto aproxima-se das 40 000 assinaturas, o que me parece um facto inédito e tão significativo quanto a quase unanimidade com que foi votado na assembleia da república o tal protocolo modificativo do acordo constituir, em qualquer país decente, um incomensurável escândalo, pela admissão pública que é - e infame, e desavergonhada - do desrespeito pela vontade dos representados.
40 mil assinaturas, obtidas apenas na internet, num país como Portugal, e onde se contam os maiores vultos da cultura portuguesa, não podia - nem por uma espécie de hipócrita vergonha - ter deixado de produzir, houvesse o mínimo de boa fé dos representantes, uma hesitação, um escrúpulo, que se havia de traduzir na votação. Tudo, menos aquela unanimidade que é a do desprezo, do autoritarismo, da impunidade, da mediocridade, do atraso vil e servil, enfim, de tudo o que faz do nosso destino, dos nossos dias de hoje, a tristeza acabrunhante em que vivemos.
Saiba o presidente da república perceber que o melhor do Portugal que ele representa, que a ideia mesma de portugalidade se contém e foi e é perpetuada por alguns dos nomes que assinam aquela Manifesto pela Língua Portuguesa.
Haja respeito.
Ou finjam algum.
Assim é que não.
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