Crisântemo amarelo
sexta-feira, outubro 31, 2008
quinta-feira, outubro 30, 2008
Receita infalível, levemente misantropa e misógina.
Na livraria da casa, num dia à noite, escolher, acender e fumar um bom charuto cubano, o que não deve demorar menos de 50 minutos, evitando-se a presença de senhoras ou amigos tagarelas.
Deixe-se passar a noite. Ao outro dia, entre as 5 e as 6 da tarde, depois da casa arejada mas não mais de meia hora nas limpezas da manhã (a que nunca se deve assistir), tomar um chá, de preferência com pouco açúcar e acompanhado apenas de torradas - de pão de forma - com manteiga e sem doce.
Sendo época delas, se podem lançar numa boa taça de faiança antiga, porcelana ou prata, 4 ou 5 romãs inteiras.
Do 25 de Abril nasceu um nacionalismo novo, não heróico, que não celebra grandes feitos passados - mais ou menos acontecidos - mas que começou a exaltar e a comover-se como que se era - e não se era. E, como se era pouco e não se era muito, a auto-complacência e a celebração do de menos passou a virtude. A crítica e a dúvida, até algum desdém - por vezes salvífico - foram substituídas, graças a um construtivismo saloio e perverso, pelo contentamento balofo, pela tautologia, pela alucinação kitsch. A consequência - que já procriou ninhadas de causas - é este sonho monstruoso, este país de licenciaturas domingueiras, de logros estéreis, de secretários de estado da educação - mas podia ser de outra coisa? - que dizem calinadas em português e se ocupam do futuro dos portugueses.
Nas minhas orações, já peço sempre que não confunda, que o Tejo não é o Nilo. E quase percebo que sou compreendido no meu pedido: do acordo ortográfico a este dislate, passando pelo súbito jeito para a matemática, esta gente porta-se como em país conquistado, saqueia, devasta mais do as sete pragas do Egipto!
Entretanto, assine.
Muito obrigado.
Entretanto, assine.
Muito obrigado.
quarta-feira, outubro 29, 2008
terça-feira, outubro 28, 2008
Numa telenovela por onde passei agora punha-se a hipótese de um de cuius que não sei quem foi ter deixado um testamento que teria desaparecido... Tal dúvida não tem cabimento em Portugal, porque o notário deve intervir sempre, sob pena de nulidade, e comunica obrigatoriamente a feitura de um testamento aos registos centrais. Em Portugal podem existir testamentos desaparecidos - os cerrados, que os autores podem guardar depois de aprovados pelo notário - mas não dúvidas sobre se foram ou não feitos.
Gosto destas coisas um pouco desleixadas, têm um agradável ar caseiro que o país vai tão em vão e ingloriamente perdendo.
Ontem vi na televisão um programa sobre habitação. Um dos intervenientes, arq. Manuel Salgado, considerava que o novo regime do arrendamento demorará anos a produzir efeitos. Creio mesmo que falou - ou deu a entender - em mais de 10 ou 15 anos. Esse espaço de tempo dá para o aparecer e firmar de uma grande potência económica... e a afirmação só vale por ser a ilustração, em todo o seu calmo esplendor, dos vagares atávicos, do nosso atraso em relação ao mundo a que queremos - e alguns julgam - pertencer.
A verdade é esta: se o governo tivesse querido fazer uma verdadeira reforma, restaurando a liberdade contratual, e não um expediente de uma boçal esperteza saloia, a lei teria tido efeito em minutos: como todos já aprendemos nestes tempos, tudo começa pela confiança - e pela boa fé.
segunda-feira, outubro 27, 2008
Não há sólida formação moral, fora do estoicismo, que nos prepare para dois meses comos estes últimos na Bolsa. Pacato, prefiro verificar do fundo do sofá o regular andamento dos mercados, com subidas minuciosas e sólidas e pequenas descidas morais (assim, com este gosto novo, acompanho os tempos). Mas à exaltação da grandeza e queda, tão do agrado romântico, prefiro a solidez da Caterpillar Inc. e do JP Morgan por quem nutro um daqueles respeitos de pré-adolescência, imunes a qualquer desmentido posterior, e que se formou quando li algures que o banqueiro tinha financiado a Grande Guerra. Por isso, o Morgan treme e a Caterpillar desce USD $ 30, desanimo de um modo tão forte que não vejo, para usar uma expressão infelizmente caída em desuso neste Outono, que vá aliviar dos mínimos tão cedo.
Isto foi de manhã. Depois, a chilreada dos pássaros, o sol, e uma colónia rigorosa, com um forte travo de pimenta preta, conseguiram dotar-me de coragem para enfrentar, com um mínimo de compostura, se não o futuro, o depois de almoço.
sábado, outubro 25, 2008
Diz o presidente da república: «(...) entende-se, isso sim, que o novo regime jurídico do divórcio irá conduzir na prática a situações de profunda injustiça, sobretudo para aqueles que se encontram em posição de maior vulnerabilidade, ou seja, como é mais frequente, as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores» Mais: «Na verdade, num tempo em que se torna necessário promover a efectiva igualdade entre homens e mulheres e em que é premente intensificar o combate à violência doméstica, o novo regime jurídico do divórcio não só poderá afectar seriamente a consecução desses objectivos como poderá ter efeitos extremamente nefastos para a situação dos menores» E ainda: «A profunda injustiça da lei emerge igualmente no caso de o casamento ter sido celebrado no regime da comunhão geral de bens, podendo o cônjuge que não provocou o divórcio ser, na partilha, duramente prejudicado em termos patrimoniais.» E «Para mais, o diploma em causa, incluindo a alteração agora introduzida no artigo 1676º do Código Civil, padece de graves deficiências técnico-jurídicas e recorre a conceitos indeterminados que suscitam fundadas dúvidas interpretativas, dificultando a sua aplicação pelos tribunais e, pior ainda, aprofundando situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa.»
E promulga a lei...
É de entremez, embora não deixe de constituir um documento de extrema importância para a história geral da mediocridade lusa e da falta de coragem política em particular.
(
Entretanto, os bispos portugueses, que se mantiveram calados, parecem empenhados em fazer-nos perceber a justeza da grande reprimenda que Bento XVI lhes fez publicamente. É de louvar o empenho no esclarecimento.)
quinta-feira, outubro 23, 2008
"Infelizmente, os países não são todos iguais, têm reputações diferentes nos mercados e Portugal não tem a melhor reputação"
Teixeira dos Santos, Ministro das finanças português.
Pior do que isto, não sei o que um ministro possa dizer do seu país.
Mesmo assim, talvez convenha agradecer-lhe: ao menos, agora sabemos.
Antes humilhados que enganados.
Teixeira dos Santos, Ministro das finanças português.
Pior do que isto, não sei o que um ministro possa dizer do seu país.
Mesmo assim, talvez convenha agradecer-lhe: ao menos, agora sabemos.
Antes humilhados que enganados.
É muito amável. Se eu conseguisse chamar tugúrio ao blog, diria que o meu tugúrio não merece nem as palavras amáveis que, muito grato, agradeço - nem a expropriação.
quarta-feira, outubro 22, 2008
“Neste momento todas as famílias precisam da ajuda do Estado”, disse o actual primeiro-ministro.
Confissão, ameaça ou jactância, é altura de Pinto de Sousa voltar ao que fazia: às casinhas da Covilhã, aos negócios com Fátima Felgueiras e demais sócios, aos programas de televisão.
Os resultados do governo foram maus, a situação do país piorou, a persistência desta gente no governo apenas se pode justificar por um condenável apego ao queixume e à desgraça, luxos rurais a que não nos podemos dar.
Noites de outros tempos.
Lembro-me muito, muito nebulosamente, desta série, «Os Aldrabões», The Rogues. De facto, apenas me lembro de me lembrar. E da música. A série era muito divertida - de facto, é uma preciosidade - e deixavam-ma ver, não sei se até ao fim (devia acabar tardíssimo, talvez às onze da noite).
O título do episódio que encontrei - «Money is for burning» - mantém-se actual.
segunda-feira, outubro 20, 2008
Qaundo soube da saída do Dr. Paulo Cunha Porto e de D. João Távora do Corta-fitas, um blog familiar e bem comportado, sussurrei-me: «Ainda bem que os celerados foram apanhados!» De há muito desconfiava que o Dr. Paulo Cunha Porto se servia do amável blog para recrutar inocentes jovenzinhas que, insidiosamente, conseguia se perdessem para sempre no seu Parc aux Cerfs apostólico. Não fiquei surpreendido: quem passasse pela imediações dos seus posts, logo ouvia os suspiros que, entrecortados por horrendos urros e mesmo algum riso (!!!) são sinal indesmentível da leitura de Agostinho de Macedo ou da correspondência de Ribeiro Saraiva, de que o celerado se servia para quebrar o natural pudor democrático das vítimas, ao ponto das desgraçadas, já engolfadas na corrente da corrupção, acabarem por se entregar à pecaminosa leitura do Essai sur la pensée réactionnaire de Cioran e darem vivas ao Senhor Dom João VI, Rei Absoluto.
De conde de Matosinhos já me tinha perguntado porque estaria ele incógnito, usando o nome civil: «Não está a fazê-la boa!», respondi-me. Tão celerado quanto o primeiro, foi agora revelado que tentava arrebanhar incautos para a causa do Absolutismo através de uma prosa falsamente agradável e amável e com um propalado amor à família. Um biltre!
Havia ainda um terceiro comparsa que parece já ter fugido para Espanha.
O primeiro deles está instalado com cautela aqui, tendo ficado com a obrigação de apresentação diária de 1 post.
Há quem sugira medidas fortes para os outros dois, caso não continuem a escrever, havendo quem fale em condená-los a um outro blog.
Antes de ir dormir passei pelo Bloomberg e fiquei com a impressão de que as oscilações da bolsa estão mais contidas.
Se o crédito começar a fluir, talvez se evite o pior na «economia real».
Restará ainda convencer disso todos aqueles que, desde há 15 anos, falam da recessão que aí vem. E os franceses - e os alemães - que os ingleses já resolveram a questão sensatamente - as always.
Mas é difícil: foram dias de excitação que o febril Sarkozy e outros cultores da desmesura adoraram.
Enfim, como dizia Miss Prism: That would be delightful. Cecily, you will read your Political Economy in my absence. The chapter on the Fall of the Rupee you may omit. It is somewhat too sensational. Even these metallic problems have their melodramatic side.
Oscar Wilde, «The importante of being Earnest», Act II, Part I.
P.S. La Rochefoucauld, Miss Prism e a Rainha de Copas têm sido ajudas preciosas nestes dias difíceis. Agradeço-lhes muito obrigado e grato.
quinta-feira, outubro 16, 2008
Aquele Prof. Salpico, que nos tuteia e diz que o IM é um laboratório de estado que vigia o estado do tempo, pareceu-me um pouco sinistro.
215º aniversário do assassinato pelos republicanos da Rainha Maria Antonieta de França, que seguiu a sorte de seu Marido, o Rei Luis XVI.
Os julgamentos dos soberanos foram fraudes judiciárias, trágicos prenúncio do destino de milhões de pessoas desde então.
Aquando do segundo centenário, a república - e Paris - quiseram apropriar-se da imagem da Rainha, proclamando-a como precursora da nova afectividade e do moderno conceito de intimidade. O «Petit Trianon» contra os «Grands Appartements».
Um bom debate, ganho por McCain, em óptima forma.
Interessante ver a reacção dos jornalistas e já depois do debate alguns pequenos truques para que Obama fosse considerado o «vencedor».
Continuo convencido de que McCain será o próximo presidente dos USA, embora sempre tivesse pensado que, por esta altura, já estaria próximo da vantagem - ou mesmo a ganhar por pequena margem. É a crise.
Boa noite.
Interessante ver a reacção dos jornalistas e já depois do debate alguns pequenos truques para que Obama fosse considerado o «vencedor».
Continuo convencido de que McCain será o próximo presidente dos USA, embora sempre tivesse pensado que, por esta altura, já estaria próximo da vantagem - ou mesmo a ganhar por pequena margem. É a crise.
Boa noite.
quarta-feira, outubro 15, 2008
Orçamento Geral do Estado: o governo cria um «fundo de investimento imobiliário em arrendamento», de que o ministro das finanças pouco sabia.
Não será estulto pensar que, no geral, servirá para manter em boa ordem o endividamento dos portugueses provocado - todos em voz alta! - «pelo intervencionismo e demagogia estatais no mercado de arrendamento» - muito bem! - continuando o dinheiro a correr para os bancos e construtoras, actividade tão mais necessária quanto parece ser a nossa verdadeira e única vocação.
A tarde de hoje está muito calma e suave.
Não será estulto pensar que, no geral, servirá para manter em boa ordem o endividamento dos portugueses provocado - todos em voz alta! - «pelo intervencionismo e demagogia estatais no mercado de arrendamento» - muito bem! - continuando o dinheiro a correr para os bancos e construtoras, actividade tão mais necessária quanto parece ser a nossa verdadeira e única vocação.
A tarde de hoje está muito calma e suave.
terça-feira, outubro 14, 2008
O estatismo português parece-me de vento em popa: vi ontem o que creio tratar-se de um resumo de um programa dedicado à crise, com quatro banqueiros.
Fiquei com a noção de que, a pretexto dos subprime foi encontrado um entendimento que assegurará a mediocridade e a estagnação feliz - e muda - do país por mais alguns anos.
segunda-feira, outubro 13, 2008
domingo, outubro 12, 2008
sábado, outubro 11, 2008
Coisas verdadeiramente assustadoras desta semana: o semi crash de Wall Street; e olhar para um canal de televisão para seguir, preocupado, a bolsa e julgar ser um amigo nosso quem está a premir o botão da campaínha no início de uma das sessões aziagas de Wall Street, com um ar divertido e com gente à volta a batar palmas, e perceber que é mesmo o amigo que se tinha julgado ver; que não se trata de não uma alucinação devida a troca de pastilhas; demorar duas - não uma, mas duas - fracções de segundo para perceber que é tudo, afinal, muito razoável, apenas inesperado.
sexta-feira, outubro 10, 2008
quinta-feira, outubro 09, 2008
Não sei se mesquinhamente já tenho dito de como acho graça ao facto de a demagogia governamental na questão do arrendamento ter tido como efeito o retirar quase totalmente da alçada do estado o problema da habitação, hoje dependente da evolução da euribor - sobre a qual o governo português não qualquer controlo.
Fui ver: já tinha dito, sim. Por diversas vezes e sempre em frases de sintaxe duvidosa.
quarta-feira, outubro 08, 2008
terça-feira, outubro 07, 2008
segunda-feira, outubro 06, 2008
Bolsas a descer 5% [mas desceram aos 10%] em toda a Europa, em parte devido à enorme subtileza dos alemães, que resolveram garantir todos os depósitos...
Aproveite a crise dela (ou nela) para reler o posfácio de Fernando Gil n'«O processo da crença» (Gradiva).
Fica a epígrafe escolhida pelo Autor, uns versos de Sá de Miranda:
Já não confio nem creo
Já confiei e cri:
mal assi, e mal assi.
Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
Que é tal o coração qu'em vós confia?
Aproveite a crise dela (ou nela) para reler o posfácio de Fernando Gil n'«O processo da crença» (Gradiva).
Fica a epígrafe escolhida pelo Autor, uns versos de Sá de Miranda:
Já não confio nem creo
Já confiei e cri:
mal assi, e mal assi.
Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
Que é tal o coração qu'em vós confia?
domingo, outubro 05, 2008
O discurso do presidente da república transformou o Pinto de Sousa em algo de caduco, num pelotiqueiro despedido. O tempo dele, o tempo do ilusionismo, acabou.
O espectáculo vai ser outro - ou nenhum, mas, nesse caso, as cortinas vão estar fechadas: não vai ser possível estar no palco a fingir que o espectáculo continua.
Digam as sondagens o que disserem.
Comemorações do 5 de Outubro
Conversas patrióticas: as virtudes cívicas da república:
"Fiquei com uma boa relação com o seu accionista [Paulo Azevedo] e vamos ver se isso não se altera."
Palavras atribuídas ao sr. Pinto Sousa, 1º ministro da república portuguesa, em conversa com o Director do Jornal "Público", a propósito da publicação de notícias relacionadas com a licenciatura do dito.
Conversas patrióticas: as virtudes cívicas da república:
"Fiquei com uma boa relação com o seu accionista [Paulo Azevedo] e vamos ver se isso não se altera."
Palavras atribuídas ao sr. Pinto Sousa, 1º ministro da república portuguesa, em conversa com o Director do Jornal "Público", a propósito da publicação de notícias relacionadas com a licenciatura do dito.
sábado, outubro 04, 2008
Intimations of Imortality
THERE was a time when meadow, grove, and stream,
The earth, and every common sight,
To me did seem
Apparell'd in celestial light,
The glory and the freshness of a dream.
It is not now as it hath been of yore;—
Turn wheresoe'er I may,
By night or day,
The things which I have seen I now can see no more.
............................................................................
Wordsworth
THERE was a time when meadow, grove, and stream,
The earth, and every common sight,
To me did seem
Apparell'd in celestial light,
The glory and the freshness of a dream.
It is not now as it hath been of yore;—
Turn wheresoe'er I may,
By night or day,
The things which I have seen I now can see no more.
............................................................................
Wordsworth
Reparo na data do casamento de uma parenta que conheci muito bem e de quem gostava muito: 4 de Outubro de 1909.
(Se conheci ainda bem quem se casou há 99 anos, então tudo é normal: tenho perscrutado disfarçadamente amigos e amigas e a única conclusão animadora é que o pavor é geral e que declarações de princípios enfáticas sobre a desnecessidade de objectos tais como óculos de ver ao pé não vão melhorar a situação)
O casamento durou quase 50 anos, creio que foi feliz, a união entre um afável doudo wagneriano e uma menina sensata, inteligente e com uma boa disposição indestrutível que ia até à genialidade (ou à santidade).
sexta-feira, outubro 03, 2008
Por causa de Bush, de Wall Street, de tudo o que não é francês, a França entrou em recessão.
Pelos mesmos motivos (nem outros são imagináveis) , as famílias portuguesas estão endividadas e o FMI revê seis décimas em baixa o crescimento português.
Tive de ir à baixa local à tarde. As portas fechadas, a rua deserta de gerações de velhos que lá se aqueceram ao sol faz-me crer num triste destino para os outonos.
quinta-feira, outubro 02, 2008
A ida ao Parlamento de uma signatária de uma petição assinada por perto de 100 000 pessoas mereceu a ausência de todos os deputados convidados a comparecerem, exceptuada uma senhora deputada.
Onde estariam aquelas ilustrações? A discutir o futebol?
Ler e pasmar com este post de Maria Alzira Seixo.
Onde estariam aquelas ilustrações? A discutir o futebol?
Ler e pasmar com este post de Maria Alzira Seixo.
Leia-se, também, o post de hoje de Vasco da Graça Moura.
Uma importante entrevista com o Dr. João Salgueiro: ausência de definição do país, e consequente ausência de qualquer plano, endividamento provocado pela ausência do mercado de arrendamento (alegremente tratado durante anos como um assunto um pouco caricato e onde se gastou toda a demagogia e toda a cobardia possíveis). Chegou a altura de pagar a factura neste país de proprietários.
E por factura, com c, porque assim, exactamente, é em latim, Malaca Casteleiro está muito preocupado com o atraso na adopção da ortografia deformada que impingiu aos nossos habéis estadistas (a muitos já ouvi alarvidades) e quer que as crianças comecem a aprender o português corrompido, nem sequer se apercebendo do ridículo das crianças irem encontrar no tão falado inglês no ensino básico todos os cês e pês que os brasileiros não querem que escrevamos.
Dá gosto viver num país assim.
quarta-feira, outubro 01, 2008
Dia 1. Lembro muito vagamente de, uma ou outra vez, estar ainda na praia por esta altura. O chapéu de sol era o único em todo o areal e não sei como é que o concessionário se prestava ao trabalho. Eu era muito pequeno, não me lembro de estar aborrecido por estar lá, como mais tarde ficava logo nos inícios de Setembro, e gosto da vaga lembrança da praia vazia, com os dias muito calmos, o mar perfeito, chão. Era uma pequena excentricidade este ficar até tão tarde, com a casa de todo o ano já aberta e tudo como de costume, que instaurava na da praia, já quase sem pessoal, um quotidiano efémero, ténue, com regras estivais já sem muito sentido, um regime de excepção.
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