Do 25 de Abril nasceu um nacionalismo novo, não heróico, que não celebra grandes feitos passados - mais ou menos acontecidos - mas que começou a exaltar e a comover-se como que se era - e não se era. E, como se era pouco e não se era muito, a auto-complacência e a celebração do de menos passou a virtude. A crítica e a dúvida, até algum desdém - por vezes salvífico - foram substituídas, graças a um construtivismo saloio e perverso, pelo contentamento balofo, pela tautologia, pela alucinação kitsch. A consequência - que já procriou ninhadas de causas - é este sonho monstruoso, este país de licenciaturas domingueiras, de logros estéreis, de secretários de estado da educação - mas podia ser de outra coisa? - que dizem calinadas em português e se ocupam do futuro dos portugueses.
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