O que diz FERNANDO PESSOA sobre a reforma ortográfica, é bom que seja tão violento e incomodado: há por aí umas grandezas de alma para quem escrever deste ou daquele modo é indiferente, pressupõe-se que por serem grandes as alturas a que vogam... O Soares, então, quer relegar a coisa para uma obscura e incompreensível bulha de eruditos, uma coisa pitoresca de rapé e academia, longe do povo e dos superiores interesses do país e do mundo que ele e uns amigos conhecem bem, ao contrário de nós, ignaros, que nem fazemos ideia. Mas não é só o Soares: mais gente para quem a escrita faz parte do dia a dia alardeia umas indiferenças que eu, eu que choro com um desgosto infantil e primevo as mudanças que querem perpetrar, sentia-me toscamente, tomado por rústicas aflições.
Bem sei que tinha lido e não esquecera o lamento de Pascoaes, sobre os lyrios que em 1911 deixaram de ser lírios, mas era um lamento muito de poeta, que se podia descartar com um sorriso complacente.
Mas, afinal havia o PESSOA, o FERNANDO PESSOA, de quem esquecera a magnífica condenação em prosa.
(Escrevo PESSOA com letra grande do contentamento que sinto, porque ele é grande e imenso.
E ao pé do que anda por aí hoje é galaxial e absolutamente incomensurável.
Bem sei que tinha lido e não esquecera o lamento de Pascoaes, sobre os lyrios que em 1911 deixaram de ser lírios, mas era um lamento muito de poeta, que se podia descartar com um sorriso complacente.
Mas, afinal havia o PESSOA, o FERNANDO PESSOA, de quem esquecera a magnífica condenação em prosa.
(Escrevo PESSOA com letra grande do contentamento que sinto, porque ele é grande e imenso.
E ao pé do que anda por aí hoje é galaxial e absolutamente incomensurável.
Mas, como não tenho tamanhos de letra galaxiais e incomensuráveis, uso o largest.)
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