O "O aeroporto", o "O TGV", a "A nova ponte", a violência inútil do "O Acordo ortográfico" querem para mim significar uma coisa: a nossa pobreza e o nosso atraso tornaram-se crónicos e todo este ramalhete de projectos demenciais ou simplesmente supérfluos e lengalengas que os acompanham são o equivalente à conversa dos médicos que anuncia estar uma cura franca fora de questão, que a doença é crónica, o que, vistas bem as coisas, não deixa de ser agradável: vive-se se soubermos aceitar as limitações.
A cura completa, um crescimento de 7% ou até 10% ao ano, mudanças extraordinárias no nosso modo de vida, mudanças de mentalidade como se dizia noutros tempos, ou o começo delas, é que é coisa que a esta geração actual tem já como impossível.
Por isso, resta-nos conviver com a nossa doença e pensar que vem aí muita coisa para nos entreter: a ponte, o aeroporto, o combóio fantasma, grandes obras e agitações, divertimentos de doente, remédios para caprichos de inválido.
A cura completa, um crescimento de 7% ou até 10% ao ano, mudanças extraordinárias no nosso modo de vida, mudanças de mentalidade como se dizia noutros tempos, ou o começo delas, é que é coisa que a esta geração actual tem já como impossível.
Por isso, resta-nos conviver com a nossa doença e pensar que vem aí muita coisa para nos entreter: a ponte, o aeroporto, o combóio fantasma, grandes obras e agitações, divertimentos de doente, remédios para caprichos de inválido.
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