Junho, de novo, já.
Estou a precisar de férias, de férias a sério, como lembra Agustina - que, inesperadamente, como sempre, reentrou nas minhas leituras - mas das férias de outros tempos que eu ainda faço. Em Amarante, nas férias faziam-se versos, diz ela. Eu releio Eça. Nada melhor do que "A Ilustre Casa de Ramires", deste começo, para me sentir em férias: «Desde as quatro horas da tarde, no calor e silêncio do domingo de Junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia de Santa Irenéia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila-Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo "Fidalgo da Torre") trabalhava numa Novela Histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número dos Anais de Literatura e de História, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.»
segunda-feira, junho 02, 2008
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